• Tarawa, o máximo em burrice

    Publicado por: • 26 fev • Publicado em: A Vida como ela foi

    A burrice ou a incompetência regem o mundo. Não é só no Brasil. Os norte-americanos também têm as suas. Pegue-se o exemplo do Atol de Tarawa, uma tripa localizada no Pacífico Sul que, na II Guerra Mundial, era estratégica. Os japoneses fortificaram a ilha para proteger o aeródromo e  lançaram ataques para alvos fixos ou móveis em toda a região. Sabiam que os americanos precisavam dele, então tomaram suas precauções.

    Como não era tão grande, mais ou menos como o Central Park de Nova Iorque, cercaram-na com altos muros feitos de toras de coqueiros, resistentes, roliços por isso fácil de transportar, e capazes de aguentar pesados ataques da artilharia ou bombas. Escolheram 4 mil soldados da elite japonesa e esperaram. Os americanos vieram com lanchões – na maré baixa, então encalharam. Não contavam com o muro também. Para ajudar os marines, mandaram tanques Sherman com um canhão ridículo de 37mm. Nem fazia cócegas nos coqueiros.

    Para piorar, a frequência dos rádios dos tanques não era a mesma dos rádios dos fuzileiros navais. Para remendar a situação depois que perderam 1,5 mil marines, colocaram na lateral dos tanques um telefone para se comunicar com a tripulação do blindado. Tomaram Taraxa dias depois, mas perderam 1,5 mil marines em três dias.

    Nem o Exército Brancaleone faria tantas trapalhadas em espaço tão curto de tempo.

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  • O cordão dos puxa-sacos 

    Publicado por: • 26 fev • Publicado em: Caso do Dia

    Qual o melhor assessor que um parlamentar pode ter? Um que não goste do patrão ou com seu pensamento político. O pior é que concorda com tudo, e transforma-se no maior puxa-saco do mundo. O “inimigo”, digamos assim, vai dar a real para seu deputado ou senador.

    Há um pequeno problema na tese: vá dizer isso a um político brasileiro. Em quase 100% dos casos ele prefere uma alisada hipócrita que uma admoestação verdadeira.

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  • Comportamentos da aldeia

    Publicado por: • 26 fev • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    Quando você vê um grupo composto por várias mulheres e um ou dois homens no máximo entrando em um bufê no Centro de Porto Alegre, pode ter certeza que são funcionários de alguma repartição pública. Raramente erro. E se pagarem com cartão, olhe e verá que é vale-refeição.

    Clube do coração

    O jornalista esportivo Roberto Avallone, de 72 anos, morreu de ataque cardíaco, na manhã, desta segunda-feira em São Paulo. Veterano nesta área, nunca escondeu – seja no rádio, seja na imprensa – que torcia pelo Palmeiras. Os grandes comentaristas esportivos dos jornais do Rio e São Paulo também abriam o time do coração, e eram respeitados apesar disso ou por causa disso. Aqui, até a grama dos estádios sabia que meu amigo Cláudio Quintana Cabral, da Bandeirantes era colorado. E era muito respeitado.

    Fiz esse comentário no Face e até me surpreendi com a quantidade de respostas, principalmente porque foi numa segunda-feira e é área que não é meu forte. Por que no Rio Grande do Sul a maioria dos comentaristas esportivos esconde o clube do coração? O Pedro Ernesto Denardim, da Rádio Gaúcha, alvitrou que aqui alguns não têm clube e outros não abrem porque vivemos numa sociedade raivosa. Olha, não ter clube no Rio Grande do Sul é difícil. Quanto a vivermos em uma sociedade raivosa, concordo. Mas se todos abrissem seu clube, resolveria a questão.

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  • Até a cor do arrependimento desbota com o tempo.

    • Carlos Drummond de Andrade •

  • Surpresa no doce

    Publicado por: • 25 fev • Publicado em: A Vida como ela foi

    Comprei um doce de bela aparência em uma boa confeitaria. Branco por fora, um glacê parecia. Mas a atendente esclareceu que era chocolate branco por fora, pão de ló recheado com creme de não-sei-o-que. O formato era um triângulo isósceles perfeito. Normalmente, os doces são paralelogramos, com duas extremidades paralelas. Pedi para a moça que o embrulhasse, mas ela fez melhor, acondicionou-o em uma embalagem de plástico transparente, que depois são úteis como depósitos de clips ou similar.

    Assim como os colegas do doce, cujo nome esqueci, este tinha um objeto não-identificado por cima, algo como outro triângulo murcho de cor azulada. Quando cheguei em casa, examinei melhor o estranho ser comestível antes de abocanhá-lo. O que seria aquilo? O azul parecia mais violáceo, um azul de calças jeans índigo blue – que é amarelo antes de tingir as calças, por sinal. Dei asas à minha imaginação e tive um sobressalto: parecia uma mariposa morta com asas encolhidas e depois tingidas. Nunca vi antes uma mariposa índigo blue.

    Espetei bem espetado o bicho com alfinete, para ter certeza que estava morto, mas bem que podia ser uma mariposa-vampira, então ela seria imorrível. E agora, o que faço? Pensei em denunciar o caso para o Ibama, mas desisti. Muita burocracia. Neste preciso momento, ela levantou e ficou sentada com uma das patas acusadoras em minha direção. E falou com vozinha estridente:

    – Não estás vendo que eu sou uma flor, seu idiota?

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