Chove, chuva

2 maio • NotasNenhum comentário em Chove, chuva

É o nome de uma música gravada por Jorge Benjor no tempo em que ele ainda se assinava como Jorge Ben. É um título apropriado para a triste situação que o Rio Grande do Sul vem passando. E, segundo a meteorologia, vai piorar a partir de hoje.

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Não recordo de igual tristeza chuvosa na história recente. O solo está encharcado, rios e riachos estão botando “pra fora” e vai piorar muito antes de melhorar.

Gente da enchente

Desde que me conheço por gente, foram constantes as enchentes nas cidades em que morei e estudei. O meu pequeno e plácido arroio Forromeco, de São Vendelino, saía do leito e inundava as roças dos colonos, para desespero das famílias que dependiam de lavouras para comer.

O Rio Caí também fez muitas travessuras aquáticas ao longo do seu curso. Em Montenegro, no tempo que fiz o ensino médio, ano sim ano não, e lá vinha enchente.

Sempre me impressionei com a violência do rio. De manso, virava um monstro indomável. Na verdade, quando visto mais de perto me assustava muito.

O porco surfista

Claro que sempre havia gaiatos que criavam histórias curiosas. Lembro de um conhecido loroteiro de Montenegro que jurou ter visto um porco em cima de uma laje de grês descendo o Caí na frente do caís. Como ele não afundava, carece de explicação.

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O susto de 1967

Mesmo já radicado em Porto Alegre, o Guaíba assustava. Em 1967, aconteceu um episódio que me impressionou – foi antes do Muro da Mauá. Para quem conhece Porto Alegre, a água chegou até a Rua Siqueira Campos e encostou nos fundos do prédio do Banrisul.

Ocorre que, na tarde anterior, eu visitara uma colega em edifício, e conversa vai, conversa vem, resolvi dormir no apartamento dela. O pai era brabo, um general, e ela pediu pelo amor de Deus que saísse antes dele voltar de viagem a Brasília, que seria por volta das 9h do dia seguinte.

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Tudo bem. Vocês sabem como é o clamor do sexto. Só que deu zebra.

Tipo 8h da manhã peguei o elevador. Quando cheguei na portaria, vi que a água chegouara no prédio. Tive que me esconder em um canto esperando tomar coragem para atravessar a rua para pegar meu rumo, na Duque de Caxias. Cheguei encharcado, mas feliz.

Pensamento do Dias

A vantagem de trabalhar em jornal é que se lê ontem a edição de hoje.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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