O Congresso de direita
Bem, a mesa está posta para quem vencer o segundo turno, sejam governadores ou o Presidente da República. Se o PT e sua Confederação de Esquerda (com outros partidos) fez mais governadores que Jair Bolsonaro & Cia, o Congresso Nacional definitivamente é de direita. Assim como a Câmara dos Deputados.
Se Lula vencer, vai ter que assobiar baixinho para ver aprovados seus projetos. Pelo menos uma voltinha do parafuso para o centro.
Caso Lula vença, o que pode não acontecer dada a margem de apenas 5 p.p. de diferença para Bolsonaro, vai depender de uma série de SE. SE o MST retomar a invasão de terras sem que ele reaja com energia, ele revelará sua verdadeira face, se ainda precisa.
Um exército de esquerda
Uma poderosa coligação de forças reunindo a imprensa escrita, falada e televisionada já está formada para evitar que o capitão se reeleja. Assim como na campanha e, de resto em todo o 2022, Lula foi abençoado com elogios até pela empresa fundada por Roberto Marinho, que apoiou a Revolução de 1964.
Um outro país
O escritor Daniel Schnaider, autor do livro “Pense com calma, aja rápido”, urdiu uma interessante forma para mudar o sistema de votação do Brasil. Começando pelo início, ele argumenta que está tudo errado nos debates.
“Nosso sistema de votação tem falhas, e deixa a impossibilidade de crescimento aos candidatos que são mais centrados e não estão todos os dias nos telejornais envolvidos em polêmicas, que não movem nem multidões apaixonadas e nem amedrontadas.”
“Atualmente, não existe mais debate, nem mesmo os partidos demonstram a necessidade deles, com um turnover gigantesco. Cada vez mais escolhem seus candidatos com base na votação e não em convicção e nem no que é melhor à população. É o interesse puro pelo poder, e não há o objetivo de chegar a uma condição social melhor”.
“Se existisse um sistema de votação onde você elege o candidato que você quer ver no poder e aquele que você menos quer, isso seria o topo da democracia. Ou seja, um grupo muito grande que se sentiria ameaçado poderia fazer o mais votado positivamente perder a eleição”.
Um grita mata. Outro, degola
Se o sistema idealizado por Schnaider estivesse em prática hoje, nem Lula nem Bolsonaro se elegeriam, estariam nos últimos lugares entre os votados. Como falei, é uma ideia interessante, não quer dizer que seja o modelo ideal.
Mas é certo que o modelo atual, especialmente nos debates onde impera o “quem com ferro fere, com ferro será conferido”, é mais uma batalha que uma batalha no campo das ideias e planos de governo.