Os segredos do sanduíche aberto
Escrever sobre o primeiro sanduíche aberto de Porto Alegre é pedir para se incomodar. O formato clássico consistia em quadrados de pão preto, salamito e/ou presunto, queijo, pepino, ovo de verdade, molho bem de carne da casa bem quente. Efeito colateral: esfacelava o pão.
O verdadeiro sanduíche aberto era com pernil de porco fatiado na hora do preparo. Se não for no momento, o pernil fica ressecado.
O melhor disparado foi o da Caverna do Ratão, na Protásio com a Eça de Queiróz, devidamente acompanhado de mostarda caseira sem conservantes, portanto de curta duração.
O primeiro que devorei foi no Urso Branco, no final da década de 1950, na Pinto Bandeira quase esquina Alberto Bins. Fui levado lá pelo meu irmão Werner. Fiquei maravilhado. Nos anos que separaram surgiram candidatos ao Prêmio Nobel de sanduíche aberto, tanto que prefiro não citá-los com medo de esquecer algum.
O meu listão tem pelo menos seis ou sete de primeira categoria, posto que nas décadas de 1950 e 1970 a cidade fervilhava de bar-chopes, e todos tinham sua versão. Parece simples montar um, mas é aquela coisa de ingredientes caprichados e a mão do artista.
Nesse aspecto, abro espaço para o Bar Arthur, Alberto Bins perto do viaduto da Conceição, à direita quem vai para o centro. Seu Heinz, Henrique Klein, e sua irmã Margô eram os responsáveis pelo milagre.
Há dois ingredientes que nunca engoli, cenoura em conserva e ovo de codorna, no topo. Cenoura tem tanto a ver com o prato quanto costela de porco na galinhada, e ovinho de codorna é explorar menor vulnerável..
Saudades imensas do sanduíche aberto! Moro atualmente em Curitiba e nenhum sanduíche, por mais elaborado que seja, se compara ao de Poá . Esse sabor é único! 😀