• A fábula do burro

    Publicado por: • 29 jul • Publicado em: A Vida como ela foi

    Era uma vez um rei que queria pescar. Ele chamou o seu meteorologista e pediu-lhe a previsão do tempo para as próximas horas. Este lhe assegurou que não iria chover. A noiva do monarca vivia perto de onde ele iria, e colocou sua roupa mais elegante para acompanhá-lo.

     

    No caminho, o rei encontrou um camponês montando seu burro, que ao ver o rei, disse:

     

    – Majestade, é melhor regressar ao palácio porque vai chover muito.

     

    O rei ficou pensativo e respondeu:

     

    – Eu tenho um meteorologista, aliás, muito bem pago, que me disse o contrário. Vou seguir em frente.

     

    E assim fez. Choveu torrencialmente. O rei ficou encharcado e a noiva riu-se dele ao vê-lo naquele estado. Furioso, o rei voltou para o palácio e despediu o meteorologista. Em seguida, convocou o camponês e ofereceu-lhe emprego.

     

    – Senhor, eu não entendo nada disso. Mas, se as orelhas do meu burro ficarem caídas, significa que vai chover.

     

    Então, o rei contratou o burro. Agora vocês entendem por que existem tantos burros junto ao Poder?

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  • Os fantasmas da Independência

    Publicado por: • 27 jul • Publicado em: A Vida como ela foi

    Quando a avenida Independência de Porto Alegre ainda tinha separação entre as pistas, um sujeito que o bairro apelidou de Frank Sinatra percorria o estreito levante cantando e gingando. Caminhava a passos largos até quase o final e depois voltava pela calçada da direita. Nunca o vimos cantar na descida, só na subida.

    Não que fosse lá proprietário de grande voz para merecer a alcunha. Ela se deu porque ele usava um chapéu de aba estreita, moda nos anos 1960 no Brasil, principalmente porque Old Blue Eyes o usou por algum tempo, só não sei se antes ou depois de outro cantor de jazz de nomeada, Nat King Cole, nascido Nathaniel Adams Coles.

    Estranha essa vida. O falso Frank Sinatra é lembrado até hoje pelos moradores mais antigos do bairro porque cantava mal e porcamente ao longo da avenida Independência.

    – Mas tens certeza que ele cantava? Só lembro do andar gingado, não da sua voz.

    Essa pergunta foi feita por um contemporâneo que morava no prédio da Indepê, como falávamos naqueles tempos. Me flagrei na dúvida. Será que eu criei a voz do andarilho só porque associei o chapéu do Frank a ele? Mistérios que a vã filosofia não explica.

    Bem antes desse tempo, na segunda metade dos anos 1960, retiraram os trilhos dos bondes para asfaltar a avenida, que ficou com uma pista fechada para o trânsito. Certa madrugada, meu amigo Vignoli subia a avenida ao lado do poeta Mário Quintana. Caminhavam despreocupadamente na trilha da boemia quando um automóvel JK Alfa Romeo veio reto com os faróis acesos cegando a dupla. Vignoli pulou para o lado, o poeta estacou. Tentou focar o intruso e virou-se para o Vig.

    – Quem é esse sujeito que nos fita com esses olhos esbugalhados?

     

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  • Os ventiladores do Ernesto

    Publicado por: • 23 jul • Publicado em: A Vida como ela foi

    O seu Ernesto Moser era um pragmático-fleugmático. O austríaco que chegou por acaso ao Rio Grande do Sul nos anos 1940, vindo de um circo que quebrou em Montevidéu. Casou com a filha da Dona Maria, nome do cultuado restaurante da rua José Montaury, Centro de Porto Alegre. Foi-se. Seu Arnesto, como costumava dizer o Mandico, numa vã tentativa de irritá-lo, também foi dono do Chalé da Praça XV.

    Ele dizia que era o único sujeito que tinha três nacionalidades: austríaco de nascimento, brasileiro por adoção e alemão ladrão quando o cliente reclamava do preço da refeição.

    O velho e bom Moser tinha aqueles ventiladores de teto no Dona Maria, mas os abominava. Mais do que isso, nutria profundo desprezo por eles, resumido numa simples e curta frase:

    – Esquentam o chope e esfriam a comida

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  • A conversão

    Publicado por: • 21 jul • Publicado em: A Vida como ela foi

    Duas boas historinhas extraídas da revista El Djudió, informativo do Centro Hebraico Riograndense, sinagoga sefaradi (judeus da Península Ibérica). A primeira diz respeito ao cristão Michael que resolveu se converter ao judaísmo. Procurou um rabino, que lhe deu instruções. Primeiro, Michael deveria estudar dois anos 12 horas por dia, o que ele fez religiosamente. Depois disso teria que fazer um teste de, no mínimo, três horas.

    Dois anos depois, ele foi a sinagoga e disse ao rabino que estava preparado. Antes dele, o rabino fez uma ressalva.

    – Devo informar-lhe que antes do teste você deverá doar R$ 5 mil para a sinagoga. Está bem assim para você?

    – Devo dizer que R$ 5 mil é muito para mim, rabino – falou um surpreso Michael. – Mas posso pagar R$ 2 mil hoje mesmo, cash.

    – Mazeltov, boa sorte – falou o rabino. – Você passou no teste de conversão!

     

    -x-x-x-

     

    Gabriel vai a um restaurante especializado em comida judaica e pede ao garçom um falafel, bolinho com grão-de-bico. Minutos depois o garçom traz falafel com o polegar sobre ele. Gabriel reclama quase aos gritos.

    – Você pensa que eu não vi, você está botando o dedo nele!!!

    Meio sem jeito, o garçom dá sua explicação.

    -Bem, meu senhor, certamente você não vai querer que seu pedido caia no chão de novo?

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  • A conversão

    Foto: Simon Cataudo/iStock Photos

    Publicado por: • 21 jul • Publicado em: A Vida como ela foi

    Duas boas historinhas extraídas da revista El Djudió, informativo do Centro Hebraico Riograndense, sinagoga sefaradi (judeus da Península Ibérica). A primeira diz respeito ao cristão Michael que resolveu se converter ao judaísmo. Procurou um rabino, que lhe deu instruções. Primeiro, Michael deveria estudar dois anos 12 horas por dia, o que ele fez religiosamente. Depois disso teria que fazer um teste de, no mínimo, três horas.

    Dois anos depois, ele foi a sinagoga e disse ao rabino que estava preparado. Antes dele, o rabino fez uma ressalva.

    – Devo informar-lhe que antes do teste você deverá doar R$ 5 mil para a sinagoga. Está bem assim para você?

    – Devo dizer que R$ 5 mil é muito para mim, rabino – falou um surpreso Michael. – Mas posso pagar R$ 2 mil hoje mesmo, cash.

    Mazeltov, boa sorte – falou o rabino. – Você passou no teste de conversão!

    -x-x-x

    Gabriel vai a um restaurante especializado em comida judaica e pede ao garçom um falafel, bolinho com grão-de-bico. Minutos depois o garçom traz falafel com o polegar sobre ele. Gabriel reclama quase aos gritos.

    – Você pensa que eu não vi, você está botando o dedo nele!!!

    Meio sem jeito, o garçom dá sua explicação.

    -Bem, meu senhor, certamente você não vai querer que seu pedido caia no chão de novo?

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