• Histórias do Miguelão

    Publicado por: • 7 jan • Publicado em: A Vida como ela foi

    “…nasceram gêmeos, um branco e outro negro”

    O executivo Miguel Pergher, diretor da Vinícola Aurora, é um boa praça que engana. Não os clientes, mas a quem não o conhece e pensa que está conversando com um gringo ingênuo e com sotaque da “sera”. Engano. O homem é uma fera em matéria de vendas e informações sobre quem é quem e quem faz o que na área de supermercados e afins. Oriundo de Mato Perso, é uma espécie de sub-prefeito da praia de Paraíso, a 12 quilômetros de Torres. Dizem que ele chegou a colocar um caminhão de cloro no mar para ver se a água azulava como em Santa Catarina. Também quis construir um ferrovia para colocar um trem-bala ligando Paraíso a Torres – são 12 quilômetros. Tentou fundar a LAMP – Linhas Aéreas Miguel Pergher. Sua idéia era levar veranistas para Torres e na volta trazer morcilha de Terra de Areia. Outra história é que ele segue chamando o principal executivo da Aurora de “chefe do engarrafamento”, daí que nunca foi promovido… Na praia, ele tem dois cachorros de guarda. Na casinha onde ficam, lê-se os nomes Çazam e o Serife. Leitão à pururuca virou “leitão à pororoca” e quando almoça com amigos, na sobremesa pede “mamão papaya com licor de Caxias” (cacias, segundo o dialeto), em vez de Cassis. Mas a melhor foi quando saiu a notícia que nasceram gêmeos, um negro e outro branco. Ao ler a nota para um passageiro ao lado em vôo de São Paulo para Porto Alegre, espantou-se com os detalhes genéticos dos gêmeos: – E os dois tem o mesmo BNH!

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  • O caso do ouro alemão

    Publicado por: • 4 jan • Publicado em: A Vida como ela foi

    “…é ouro alemão, legítimo”

    Sobre os otários que caem no golpe do “compro ouro velho”, há um antecedente. Nos anos 60, existia em Montenegro uma figura folclórica, o Jorge, que tinha como ofício, entre outras picaretagens, a venda de jóias para os colonos do Vale do Caí. Ele percorria a colônia com seu Ford Modelo A e apresentava-se como especialista em ouro. – É ouro alemão, legítimo – garantia, para depois cochichar no ouvido dos otários: – Um parente me trouxe, sem imposto, muito barato. E de qualidade superior ao ouro brasileiro. E a colonada embarcava, porque a lábia do cara era impressionante. Claro que era uma mistureba braba de metais, o chamado “ouro de tolo”, mas o preço baixo e o brilho intenso convenciam a rapaziada. Venda feita, o Jorge se escafedia, porque, em poucas semanas, o metal vestia luto. Daí que, prudentemente, ele não fazia o que hoje se chama de pós-venda. Só que um dia ele esqueceu desta regra de ouro e voltou ao local do crime. Foi imediatamente cercado pelos compradores, que reclamavam da oxidação. Imperturbável, ele olhou as peças e partiu para o ataque. – É, eu sabia que ouro alemão não ia se dar bem com o nosso clima. Fosse hoje, ele ganharia algum prêmio de vendas.

     

     

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