• Como aprendi a andar de bicicleta

    Publicado por: • 20 fev • Publicado em: A Vida como ela foi

    Eu e muita gente aprendeu a andar de bicicleta tripulando o bicho desta forma. No meu caso, final dos anos 1940, com 6 anos não alcançava os pedais sentado no selim. O jeito era dar uma de caranguejo, As bikes das mulheres não tinham a barra central para evitar que, ao subir e descer, mostrassem as pernas. Para impedir que as saias longas entrassem pelos aros, havia uma rede fina nas rodas. Mas, como na minha pequena São Vendelino, as bicicletas para mulheres eram poucas, o jeito era improvisar como o menino da foto.

    No início dava uma trabalheira danada manter o equilíbrio. Quando se pegava a manha, era fácil. Em linha reta, a bike ficava com uma inclinação de 15 graus; nas curvas, tinha que ser braço (e perna) para manter a trajetória. Colocava-se o corpo como pilotos de moto de corrida, mas a dificuldade mesmo era quando se fazia a curva à esquerda. Várias vezes, arrastava a bunda no chão e lá se iam os fundilhos.

    Confesso que levei muito tombo, especialmente quando queria me gabar para minhas primas de Porto Alegre, quando pintavam lá nas férias. Também enveredei mato de amaricá adentro. Todo lanhado, mas orgulhoso do meu feito. Mas a emoção maior foi quando consegui tripular a bicicleta enorme do meu irmão Paulo pela primeira vez. Rapaz, que momento. A vida era boa e o mundo era justo.

    Foi bom enquanto durou.

    Foto da Página Amo Roça, da por Luiz Fernandes no Grupo do Face “Montenegro de Ontem” 

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  • Da série QUE FIM LEVOU

    Publicado por: • 20 fev • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    IMG_20200219_205833O que temos hoje é tudo menos Carnaval. Momo abdicou ou foi assassinado por músicas alienígenas.

    A VERDADE ESCONDIDA

    Tenho falado e insistido desde o início do pânico do coronavírus – agora Covid-19 – que ele estava mais para bug do milênio que para a peste do Juízo Final. De fato, venho acompanhando o número de casos e a taxa de óbitos do bichinho, que não sai dos 2,3%. Baixa, portanto, em relação aos vírus anteriores.

    A VERDADE INCOMODA

    Ontem, recebi um e-mail do médico Luiz Pereira Lima, especialista nesta área. Eis seu relato:

    “A divulgação da gravidade do coronavirus foi desproporcional à sua virulência. A mortalidade não é de 2.3% dos infectados. É infinitamente menor! Este percentual corresponde aos indivíduos que apresentam sinais e sintomas da doença e não da totalidade dos infectados. Para possíveis milhares de portadores um pequeno número apresenta a doença. É claro que nunca uma taxa de mortalidade pode ser considerada desprezível, todavia os números, quando não manipulados, mostram a verdade dos fatos”.

    UM LUGAR AO SOL

    Por que multinacionais e grandes empresas brasileiras apoiam a esquerda quando não a subsidiam? Por um lugar ao sol. Se não podes vencer um inimigo, junte-se a ele, já ensinavam os romanos no tempo de Júlio César. É sempre bom ser companheiro de viagem, quem sabe pode ser útil no futuro. Com uma ressalva: assim como as nações, as empresas não têm amigos, têm interesses.

    DE ISRAEL PARA A AMAZÔNIA

    O 6º Batalhão de Engenharia de Construção do Exército usa uma técnica israelense para construir estrada em terreno pantanoso na Amazônia. Coloca pentágonos de material especial no chão, enchendo-os em seguida com areia. Depois completa-se a estrada. Dura 10 anos.

    PENSAMENTO DO DIAS

    A posição mais ridícula que a humanidade criou foram os dois dedos indicadores erguidos nos bailes de carnaval.

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  • A imprensa sempre acaba por impor a verdade da notícia no lugar da notícia da verdade.

    • Artur da Távola, colunista do jornal O Globo nos anos 1970/80 •

  • A blitz do cavalo

    Publicado por: • 19 fev • Publicado em: A Vida como ela foi

    Há tempos, os policiais rodoviários abordaram na RS-240 (RS) , um jovem mal vestido montando um cavalo crioulo “encilhado, de bonito porte, galopando ao longo da rodovia”, segundo a nota oficial. Ele confessou que roubou a animália.

    Então fiquei imaginando uma cena hipotética. A viatura chega e manda a dupla para o acostamento.

    – Documentos.

    – Do cavalo ou os meus?

    – Dos dois. Quero ver o certificado de propriedade do cavalo.

    – Bueno, do cavalo não tenho, comprei há pouco, não deu tempo de fazer o registro. Os meus tão aqui.

    O policial dá uma volta ao redor do animal.

    – Os quatro pneus, aliás as ferraduras, estão carecas. Pisa no freio.

    O cavaleiro puxa as rédeas. O policial levanta o rabo do bicho, que dá um pum muito fedorento bem na cara da autoridade.

    – Tem catalisador de carro francês, fede pra caramba, mas a descarga tá aberta. Não tem luz de freio, e cadê as placas? E o pisca alerta?

    Olha por cima do lombo do equino.

    – Tá podendo, hein? Tem até banco de couro. Cadê o extintor?

    O jovem diz que tem sim, mas se engana e puxa uma garrafa de canha. O policial saca um bafômetro.

    – Alto lá! – defende-se o larápio. – Ninguém é obrigado a produzir provas contra si mesmo!

    – Mas não vale pro cavalo, meu! Manda o matungo assoprar no canudo.

    Em vez de assoprar, o animal come o canudo.

    – Teje preso, ocultação de provas!

    – Mas seu guarda….

    – Balada segura, lei seca é lei seca, azar o teu.

    Então ele chama a viatura.

    – Recolhe.

    O cavalo dá uma bela de uma relinchada. O policial entende isso como deboche.

    – Recolhe os dois.

    Vem o caminhão guincho. O motorista coça a cabeça.

    – E levo o cavalo pra onde?

    O policial coça a cabeça.

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  • Recuerdos de 2008

    Publicado por: • 19 fev • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    O Banco Central prepara mudança na legislação para permitir que um mesmo imóvel seja dado em garantia em mais de um financiamento, por instituições financeiras diferentes e prazos diversos. Doutor Guedes, certamente o senhor sabe que a crise do subprime de 2008 nos Estados Unidos começou assim. Com tremores secundários até hoje.

    CEGUEIRA COLETIVA

    Canso de repetir, de avisar, de implorar até, que os sites dos jornais têm relativamente pouca leitura por causa das fontes (letras) desmaiadas. É por isso que o tempo médio que um leitor fica na frente da tela de site de jornal é de apenas 6,8 segundos (dados Google). O cara desiste de ler por causa disso, pelo menos o leitor com uma certa idade. Olha os títulos e ilustrações da página inicial e deu. Vou morrer repetindo isso, sobre essa enorme burrice.

    LEITORES DE ORELHA

    O mais espantoso é que as direções e executivos não se deem conta disso. Além de perder leitores, deixam de ganhá-los. Por causa disso, uso negrito nesse blog. Ah, me disse um diretor de grande empresa de comunicação, eu consigo ler. Sim, mas na dobro do tempo em que lê o mesmo número de caracteres de jornal impresso. E tem a gurizada que lê, garantiu outro. Que gurizada? Só uma fração lê uma matéria de cabo a rabo. É versão digital da leitura de orelha de livro.

    O BRASIL QUE DÁ ERRADO

    Publicado dia 18 de fevereiro de 2013 e ainda atual. Confiram.

    Temos vivido tempos conturbados no Rio Grande do Sul. A poeira ainda não baixou da tragédia de Santa Maria. Então, para se fazer uma análise mais serena, é preciso dar tempo ao tempo. Entendam bem, compartilho a indignação e a dor das famílias, mas a sociedade gaúcha como um todo mostrou facetas preocupantes. Somos um Estado de linchadores, em que a serenidade é avis rara. Também não dá para aguentar a exploração política em torno da tragédia, assim como é brabo aguentar o ritual de tirar o corpo fora das responsabilidades

    A questão é que aqui não existe meio termo. É tudo oito ou 80. Vivemos falando que deveríamos deixar para trás o tradicional espírito beligerante, mas constatamos que, em vez de melhorar, as coisas parecem estar piorando. No episódio das árvores cortadas no Gasômetro para dar curso às obras, vi-me em plena Inquisição. O caso é que ideologizaram tudo. Conseguiram isso até com sacolas de supermercado, as de plástico são de “direita” e as ecobags são de “esquerda”.

    Temos carradas de exemplos enraivecidos no dia a dia. É só olhar o comportamento no trânsito, por exemplo. Ou discussões por bobagens na mídia, ninguém aceita o contrário. Somos fundamentalistas, crê ou morre. Depois falamos mal do radicalismo do Oriente Médio. Só nos faltam as AK-47 e os homens-bomba.

    PENSAMENTO DO DIAS

    Tem tanto influenciador digital na praça que breve não teremos mais influenciados. Então quem vai influenciar quem?

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