• Secos e molhados

    Publicado por: • 22 fev • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    O CUPUNATION, plataforma de descontos online, realizou uma pesquisa para saber quanto da população brasileira e mundial usufrui atualmente dos aplicativos sociais e qual a tendência de crescimento. O Brasil ocupou o 4º lugar no ranking do número de usuários de redes sociais de quinze países selecionados, calculando por volta de 95,2 milhões de pessoas ativas, distribuídas pelas diferentes redes, apenas em 2018.

    Para a população brasileira, a estimativa de que haja um crescimento desses dados é grande: a pesquisa do Statista avaliou que, até o final de 2023, cerca de 114,5 milhões de brasileiros estarão conectados – o que representa um aumento de mais de 20% até o encerramento do período de três anos.

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    Analisando o estudo em conjunto com os demais países participantes, foi divulgado que a China e a Índia ocupam o primeiro e o segundo lugar da lista, com 673,5 e 326,1 milhões de indivíduos ativos nas redes sociais, respectivamente. A suposição do aumento de acessos desses países nos aplicativos é de 799,6 e 447,9 milhões. O último país da lista é a França, com a mesma estimativa calculada para 38,4 milhões ao final dos próximos 3 anos.

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  • Águas passadas

    Publicado por: • 21 fev • Publicado em: A Vida como ela foi

    Nunca fui muito fã de carnaval. Mas até dava meus pulinhos antes que a maionese desandasse. Acredito que 1968, pouco mais pouco menos, as coisas deixaram os trilhos da ingenuidade e do Mandrake do tempo para ingressar em tempos mãos velozes, menos cordiais e mais assustadores. No final da década de 1950 e até medas dos anos 1960, reinavam absolutos os bailes dos clubes sociais. Quem não fosse sócio dos melhores, não entrava nem com assinatura do Presidente da República.

    Vencido esse obstáculo, “comprava-se” uma mesa para uma ou mais noites, geralmente grupos de quatro amigos. Bebia-se um uísque horroroso, geralmente Mansion House nacional (só milionário para comprar estrangeiro) que chamávamos de Mãos ao Alto. Champanhe só Peterlongo. As outras marcas davam ressaca até nas taças de cristal. Se fosse demi sec, dava azia até em copo de bicarbonato. Valia beber Cuba Libre, coca com rum. Mulheres gostavam, era docinho. Cerveja era para pobre.

    Uma observação interessante é que a bebida, fosse qual ela fosse, nunca vinha pura. Champanhe (espumante era coisa de pobre, sidra, pingo de cristal essas coisas criadas pelo diabo) sempre era acompanhada de confete, mesma coisa com uísque, cuba ou cerveja. A única bebida que não tinha confete era um martelinho de cachaça. Mas isso só na zona. Na zona valia tudo.

    Como acompanhamento olfativo, cheiro de lança no ar.

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  • Pré-carnavalescas

    Publicado por: • 21 fev • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    Onde foi que o ministro Augusto Heleno errou quando falou que o Congresso chantageia o governo na proposta orçamentária?

    ERA UMA VEZ NO OESTE

    Aí por 1972 cobraram do então todo-poderoso ministro da Fazenda Delfim Netto uma postura mais firme do governo com relação às estripulias do sistema bancário. Pacientemente, ele explicou que a economia brasileira estava em estágio de crescimento e, por isso, correções tinham que ser pontuais. Disparou uma frase que ficou célebre: primeiro vem o faroeste, depois vem o xerife.

    OS IMPERDOÁVEIS

    De lá para cá houve um bocado de tiroteios entre os sucessivos xerifes e os pistoleiros que chegavam na cidade. Algumas vezes, o xerife é que era o bandido. Em outras, os pistoleiros não estavam nem aí para o homem da lei. Alguns até foram presos, mas o OK Corral versão Pindorama era o que mais se tinha.

    SEM LEI E SEM ALMA

    Tanto os xerifes quanto os pistoleiros driblavam as regras estabelecidas. Fechava-se um olho para eventuais irregularidades em nome do crescimento da cidade. O xadrez daquela construção modesta onde se lia “Sheriff” abrigava muito ladrão pé de chinelo, mas poucos grandalhões. Tudo em nome do progresso, não necessariamente da ordem.

    NO TEMPO DAS DILIGÊNCIAS

    Ao mesmo tempo em que se conseguia pelo menos um arcabouço de país decente e estruturado, o ouro que atraía o bandido também trazia muitas prostitutas trazidas pelas diligências da Wells Fargo, que sentiam o cheiro do metal, mesmo que ele não o tivesse. As portas vaivém da taberna tinham justamente essa função, facilitar a entrada e também a saída do sistema.

    MATAR OU MORRER

    Além dos garimpeiros, aventureiros, vinham aos magotes tal qual mariposas são atraídas pelas lâmpadas a querosene do saloon. Muita gente ficou rica e cada vez mais rica, outros quebraram e se quebraram. Era do jogo. Como nas mesas de pôquer da taberna, às vezes alguém sacaneava e o prejudicado sacava do Smith Wesson 44 cuja bala perfurava o atrevido. Não raro, alguém dava tiro no próprio pé.

    O ESTRANHO SEM NOME

    Nessa jogatina toda era inevitável, e ainda é, que algum outsider entrasse de mansinho na roda, ganhasse os tubos rapidamente e saía da cidade sem que alguém tivesse guardado suas feições e nome. Uma tacada no mercado futuro ou alguém com informações privilegiadas virava e ainda vira bilionário.

    PISTOLEIROS DO ENTARDECER

    Era uma subespécie de manhosos do mundo que hoje chamamos de Mercado de Capitais. Esperam pacientemente o momento certo para dar um tiro certeiro na pessoa certa, E viram lendas.

    POR UM PUNHADO DE DÓLARES

    Esse é o nome do jogo. No fim, tudo se resume a isso.

    MEU ÓDIO SERÁ TUA HERANÇA

    Inevitável. No faroeste financeiro, aí dos perdedores. Só lhes resta odiar aquele que venceu.

    PENSAMENTO DO DIAS

    Se você não pertencer a uma minoria, hoje, está ferrado.

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  • A felicidade é como a pluma/Que o vento vai levando pelo ar/Voa tão leve/Mas tem a vida breve/Precisa que haja vento sem parar.

    • Felicidade, de Vinicius de Moraes •

  • Como aprendi a andar de bicicleta

    Publicado por: • 20 fev • Publicado em: A Vida como ela foi

    Eu e muita gente aprendeu a andar de bicicleta tripulando o bicho desta forma. No meu caso, final dos anos 1940, com 6 anos não alcançava os pedais sentado no selim. O jeito era dar uma de caranguejo, As bikes das mulheres não tinham a barra central para evitar que, ao subir e descer, mostrassem as pernas. Para impedir que as saias longas entrassem pelos aros, havia uma rede fina nas rodas. Mas, como na minha pequena São Vendelino, as bicicletas para mulheres eram poucas, o jeito era improvisar como o menino da foto.

    No início dava uma trabalheira danada manter o equilíbrio. Quando se pegava a manha, era fácil. Em linha reta, a bike ficava com uma inclinação de 15 graus; nas curvas, tinha que ser braço (e perna) para manter a trajetória. Colocava-se o corpo como pilotos de moto de corrida, mas a dificuldade mesmo era quando se fazia a curva à esquerda. Várias vezes, arrastava a bunda no chão e lá se iam os fundilhos.

    Confesso que levei muito tombo, especialmente quando queria me gabar para minhas primas de Porto Alegre, quando pintavam lá nas férias. Também enveredei mato de amaricá adentro. Todo lanhado, mas orgulhoso do meu feito. Mas a emoção maior foi quando consegui tripular a bicicleta enorme do meu irmão Paulo pela primeira vez. Rapaz, que momento. A vida era boa e o mundo era justo.

    Foi bom enquanto durou.

    Foto da Página Amo Roça, da por Luiz Fernandes no Grupo do Face “Montenegro de Ontem” 

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