• O Brasil que funciona

    Publicado por: • 30 abr • Publicado em: O Brasil que funciona

    A autora Ana Pregardier, membro da Academia de Artes, Letras e Cultura do Brasil, lançará seu e-book de forma gratuita e on-line hoje às 11h, por meio de sua live. A nova obra para o público infantil se chama “Uma Maçaneta no Chão”, que conta com realidade aumentada. Mais informações na live dela @anapregardier no Canal do Youtube.

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  • Circula por aí

    Publicado por: • 30 abr • Publicado em: Caso do Dia

    Um desabafo do meu amigo Paulo Motta, um pândego irreversível.

    “Embora eu coma carne, minha vida é bem vegana: resolvo pepinos, seguro batatas quentes, descasco abacaxis e ouço um monte de abobrinhas!”

    Aviso importante:

    Para não causar tumulto com a liberação da quarentena, o governo estuda adoção de rodízio:

    • 2a, 4a e 6a: não circula quem já teve: vitrola, televisão de tubo, máquina de escrever e fogão com asa.
    • 3a e 5a : não circula quem já teve: geladeira vermelha, jarra de abacaxi e telefone com chave.
    • nos finais de semana não circula quem acompanhou ao vivo a chegada do homem à Lua.

    Eu vou continuar sem sair de casa.

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  • O temor da morte é a sentinela da vida.

    • Marquês de Maricá •

  • O Casablanca de sempre

    Publicado por: • 29 abr • Publicado em: A Vida como ela foi

    Nos idos de 1960, o Dops prendia comunistas e subversivos a toda hora. Como no filme Casablanca, prendiam os suspeitos de sempre. O jornalista João Baptista Aveline era um deles. Qualquer rolo, lá ia ele em cana, contou-me. Era uma figura humana de ponta. O suspeito de sempre.

    Certa noite, ele e outros integrantes do Partidão foram presos pelo Dops, a polícia política. Hora do depoimento. O delegado começou com Aveline, seu velho conhecido de tantas prisões. O escrivão botou papel na máquina de escrever, dedos no teclado:

    – Nome?

    – Não sei – disse o Aveline, marcando bem o “não”.

    O delegado suspirou.

    – Para com isso, Aveline, eu preciso dos teus dados, nome, nome dos pais, essas coisas para teu depoimento. Diz logo para a gente dormir de uma vez, caramba! De novo: nome?

    – Não sei.

    – Nome dos pais?

    – Não sei.

    O policial ficou uma arara, mas não teve jeito. Vinha a pergunta e a resposta era sempre a mesma.

    – Aveline, se tu não me diz teus dados e filiação vou ter que encontrar duas testemunhas, até achar, até …meu Deus, te deste conta que vamos sair daqui de madrugada? Me dá teu nome antes que eu te mande pro raio que o parta!

    – Nãããão sei.

    Alta madrugada e todos presos na burocracia dos depoimentos, o delegado com um beiço que ia do prédio do Dops, na avenida Mauá, até o Cais do Porto, porque perdeu um jantar. E o comunista Aveline ali bem sentadinho, displicente, assobiando ou olhando para o teto. De repente, ficou apertado, precisava urinar. Jogou o corpo para a frente.

    – Delegado, onde é mesmo o banheiro que esqueci?

    O delegado abriu um largo sorriso.

    – Não sei.

    Imagem: Freepik

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  • Do passado para o futuro

    Publicado por: • 29 abr • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    Estive matutando sobre meu futuro com olhos para meu passado. Sim, eu sei que parece temerário alguém que está mais para geriatria e não precisa mais de pediatria falar avante. Mas não está morto quem peleia, como deve ter dito Matusalém ao  completar 500 anos. Faço minhas as palavras que o doutor Roberto Marinho. Dizia, segundo a lenda, ao abrir reuniões de diretoria: se um dia eu vier a falecer…

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    OS VIVOS MUITO VIVOS

    Parafraseando o Barão de Itararé, que por sua vez parafraseou o lema positivista, os vivos serão cada vez mais e necessariamente governados pelos mais vivos. Vivo que estou, assino embaixo. Mas si viver não dá bijuja, como falavam os antigos. Então vou à cata do vil metal enquanto eu não falecer. Se é que um dia eu vier a falecer.

    ESPECIALISTA DE TELEGRAMA

    Vocês que me leem aqui ou na Pg3 do Jornal do Comércio sabem que sou perito em sintetizar, com frases curtas consigo dar o recado. E aí entra meu passado. Quem não conhece o passado não terá futuro, pelo menos futuro financeiro. Eu já fui especialista  de telegrama.

    POR DEFINIÇÃO…

    …telegrama tinha que ser  curto, porque cada palavra custava muio dinheiro. Vocês que usam SMS não têm ideia de como se reduziam mensagens. A mais notável  que conheço era de um funcionário do governo que foi ver, em loco, uma enchente do  Rio Caí. Nos anos 1960, desmoronou o cais de uma cidade por ele banhado, e assim descreveu o cenário para o chefe: Cais Caí Caiu PT Caio.

    PT era ponto em telegrama, e Caio o nome do funcionário. Por sinal, grande figura e com notável sense of humor. Já não se fazem mais Caios como antigamente.

    PARA CHORAR?

    Ao ponto. Certa vez político de nomeada né pediu que eu reduzisse um telegrama de pêsames aos familiares de um cabo eleitoral. Perguntei a ele se era protocolar ou para chorar. Ele quedou pensativo, e depois de segundos falou: “para chorar.” Um deputado que ouvia a conversa perguntou se eu não podia redigir um telegrama “protocolar”, mas nem tanto. Finas nuances, falei. Ele não sabia bem o que era nuance, mas quem sou eu para curar o analfabetismo alheio.

    COICE DE PORCO

    Para resumir, fiquei famoso por escrever curto, e mais curto que coice de porco. Também criei finas nuances outras, como telegrama só para a esposa e até para a amante do finado. Então comecei a cobrar por teto. Infelizmente, ninguém queria pagar por velório alheio. Bem coisa de gaúcho.

    E O CORONA?

    Vai bem obrigado. No RS , 11.30 casos por 100 mil habitantes. Não vem cumprindo a meta, o desinfeliz.

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