O Brasil que funciona
Motorista investigado por intimidar ciclistas em Porto Alegre tem a CNH retida e o veículo apreendido. Saiba mais: https://www.tjrs.jus.
Sucesso é ir de fracasso em fracasso sem perder o entusiasmo.
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Maior falência registrada em Porto Alegre, o fim da Aplub deixa ao todo 16 mil associados prejudicadas. E dizer que a empresa quase se tornou um conglomerado financeiro de porte nacional em 1972, com banco comercial, banco de investimento, corretora, e distribuidora de valores. Foi na época do poderoso ministro Delfim Netto, da Fazenda, e tão chamado de czar da economia, com o PIB anual perto de 10%.
Até uma volumosa campanha publicitária criada pela poderosa Mercur Publicidade, do publicitário Hugo Hoffmann, estava em estágio de aprovação. Divergências com os controladores sepultaram o projeto. Os executivos eram quase todos oriundos do Banco Crefisul de Investimentos, liderados por Paulo Roberto Moraes. Na época, a empresa brigou com o mineiro Banco Real por causa do logo do guarda-chuva.
Eu era do grupo da Mercur, que elaborou a campanha de lançamento. Havia quatro anúncios em sequência nos maiores jornais do país. Um deles tinha foto de cavalos, outro um Rolls-Royce, um terceiro mostrava um capacete virado de soldado com um ninho de passarinhos. Não recordo o quarto.
Fotos de cavalos e o do ninho eram barbada, mas quem disse que tinha de Rolls Royce? Só existiam dois no Brasil, um de um milionário baiano e outro do Conde Ermelino Matarazzo. Cuja família se recusou a permitir a foto. Ficou para depois da aprovação do layout. Que não saiu.
Na hora da apresentação tudo era flores. Não desconfiávamos que o navio nem sairia do porto. O Hugo Hoffman abriu a guaiaca e nos pagou rodadas de uísque importado no bar Je Reviens, na esquina da Andradas com a General Câmara, sobreloja. Um luxo.
O TSE vai testar em setembro o uso de smartphones para votar, um caminho sem volta, na minha opinião. Mas será um perigo. Toda engenhoca eletrônica embute caminho para a fraude, outro caminho sem volta. Se somarmos todas as fraudes e golpes antes do tempo cibernético, provavelmente serão em número menor que nestes 30 anos de ditadura internetiana.
Imagem: Freepik
É um paradoxo. Quanto mais criam tecnologia, mais surgem formas de surripiar a grana de alguém. Para mim e jornalistas veteranos, o voto biométrico já é um embaraço. Com o manuseio de papéis durante toda a vida, perdi minhas digitais. O papel é abrasivo barbaridade. Renovar a CNH, Carteira de Identidade ou tirar dinheiro em caixa eletrônico, não mesmo.
Em compensação, se eu quisesse roubar dinheiro de um banco não precisaria usar luvas. Eu não sou ninguém, lembram? Pena que não tenho essa vocação. Deus dá nozes a quem não tem dentes.
Nem isso não se faz mais como antigamente. Entre os campeões está um certo Victor Lustig. Vendeu a Torre Eiffel duas vezes e conseguiu que Al Capone comprasse 50 mil ações falsas dele.
…reforma foi pro saco. A tributária gaúcha. Em âmbito nacional, nenhuma delas foi aprovada sem cortes que as deixaram mutiladas. Aliás, a própria Constituição brasileira é uma colcha de retalhos. Só prevê diretos sem deveres. Deveria se chamar não de Cidadão, como a batizou Ulysses Guimarães, mas de Carta da Barretada Com Chapéu Alheio.
Quando foi sancionada, José Sarney disse que ela tornaria o Brasil ingovernável. O autor de Marimbondos de Fogo podia ser muita coisa, mas nunca lhe faltou a perspicácia.
Havia algumas coisas sagradas nos anos 1950. Não rir nem ouvir música que não fosse clássica na Sexta-Feira Santa e assistir, ou marchar no Sete de Setembro eram algumas. Por pequenas que fossem, as cidades do interior – como Montenegro, na foto – caprichavam no desfile, sapatos ou tênis novos, escoteiros à frente.
Postada na lateral, a banda da Brigada Militar tocava hinos marciais. A BM era chamada de Briosa, e a banda de Furiosa.
No meu tempo, mais adiante, o maestro era o sargento Domingão. O quartel de Montenegro sediava o Quinto Batalhão de Caçadores. Não se dormia nas noites anteriores ao dia 7.
Foto: Acervo Eni Viegas Colling