Os gnomos do Claudinho
Nos anos dourados 1960 e 1970, Claudinho era discotecário, como eram chamados os DJs de agora. Ele lançou um livro, o “Na Ponta da Agulha” sobre a vida noturna de Porto Alegre das décadas 60, 70 e 80, inclusive como empresário. Um dos causos é uma história dos gnomos do Renato Russo, da banda Legião Urbana, nos anos 80.
Quando o Claudinho acertou detalhes do show que faria à noite, Russo falou muito de como os gnomos atrapalhavam a sua vida. Dele e de todo mundo. Aquela colher do cafezinho que cai no chão, a chave que some de repente, a moeda de que se precisa e que sumiu do bolso, e assim por diante.
Os gnomos são impiedosos, repetia o cantor. Claudinho ficou impressionado com as travessuras desses sacanas invisíveis, mas muito impressionado mesmo, que seriam capazes até mesmo de deslocar objetos comprometedores para arruinar reputações.
Vai daí que, em certo almoço de família, a mãe dele entra no quarto e dispara à queima roupa:
– Claudinho, meu filho, você fuma maconha?
– Não, mãe. Mas fala baixo que os gnomos podem ouvir!