Perigo eletrônico

23 set • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em Perigo eletrônico

O TSE vai testar em setembro o uso de smartphones para votar, um caminho sem volta, na minha opinião. Mas será um perigo. Toda engenhoca eletrônica embute caminho para a fraude, outro caminho sem volta. Se somarmos todas as fraudes e golpes antes do tempo cibernético, provavelmente serão em número menor que nestes 30 anos de ditadura internetiana.

Imagem: Freepik

EU NĀO SOU NINGUÉM

É um paradoxo. Quanto mais criam tecnologia, mais surgem formas de surripiar a grana de alguém. Para mim e jornalistas veteranos, o voto biométrico já é um embaraço. Com o manuseio de papéis durante toda a vida, perdi minhas digitais. O papel é abrasivo barbaridade. Renovar a CNH, Carteira de Identidade ou tirar dinheiro em caixa eletrônico, não mesmo.

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Em compensação, se eu quisesse roubar dinheiro de um banco não precisaria usar luvas. Eu não sou ninguém, lembram? Pena que não tenho essa vocação. Deus dá nozes a quem não tem dentes.

GÊNIOS DA VIGARICE

Nem isso não se faz mais como antigamente. Entre os campeões está um certo Victor Lustig. Vendeu a Torre Eiffel duas vezes e conseguiu que Al Capone comprasse 50 mil ações falsas dele.

MAIS UMA…

…reforma foi pro saco. A tributária gaúcha. Em âmbito nacional, nenhuma delas foi aprovada sem cortes que as deixaram mutiladas. Aliás, a própria Constituição brasileira é uma colcha de retalhos. Só prevê diretos sem deveres. Deveria se chamar não de Cidadão, como a batizou Ulysses Guimarães, mas de Carta da Barretada Com Chapéu Alheio.

Quando foi sancionada, José Sarney disse que ela tornaria o Brasil ingovernável. O autor de Marimbondos de Fogo podia ser muita coisa, mas nunca lhe faltou a perspicácia.

O SETE DE SETEMBRO

desfile de 7 de setembroHavia algumas coisas sagradas nos anos 1950. Não rir nem ouvir música que não fosse clássica na Sexta-Feira Santa e assistir, ou marchar no Sete de Setembro eram algumas. Por pequenas que fossem, as cidades do interior  – como Montenegro, na foto –  caprichavam no desfile, sapatos ou tênis novos, escoteiros à frente.

Postada na lateral, a banda da Brigada Militar tocava hinos marciais. A BM era chamada de Briosa, e a banda de Furiosa.

No meu tempo, mais adiante, o maestro era o sargento Domingão. O quartel de Montenegro sediava o Quinto Batalhão de Caçadores. Não se dormia nas noites anteriores ao dia 7.

Foto: Acervo Eni Viegas Colling

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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