• Sem exportação para o tomate-cereja

    Publicado por: • 6 mar • Publicado em: Caso do Dia

    Há alguns anos, conheci José Benaroch, reitor da Universidade Hebraica de Jerusalém. Como era judeu sefaradi, da Península Ibérica, falava um português de Portugal e nos entendemos muito bem. Pois foi ele que me contou a história do tomate-cereja que Israel deixou de exportar.

    Como boa parte das pessoas detesta países que dão certo, certamente vão torcer o nariz para este relato. Existe lá um sistema espetacular para aperfeiçoar ideias, a de reunir acadêmicos com executivos públicos e privados. Sempre sai uma boa ideia.

    No caso, uma reunião na universidade da qual Benaroch era reitor, discutia sobre exportação de tomate-cereja, desenvolvido por Israel. Então um aluno pediu a palavra. Diante do fato de que um tomate tem 85% de água, o estudante deixou todos pasmos ao dizer que o rei estava nu.

    – Se 85% do tomate-cereja é água, e a coisa que mais falta faz em Israel é água, a verdade é que estamos exportando água que tanto nos falta!

    Depois de algum tempo, os israelenses pararam de exportar tomates-cereja. Passaram a vender só as sementes.

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  • O Enem Sueco

    Publicado por: • 6 mar • Publicado em: Sem categoria

     Nos tempos de colégio, li um livro muito engraçado sobre besteiras escritas por alunos que um professor sueco colecionou durante toda a sua vida. Entre outras, um definiu centurião como um romano com 100 anos de idade; outro caprichou na definição de floresta virgem, “um mato em que a mão dos homens jamais pôs os pés”. Tinha futuro, o rapaz. Mas a melhor foi quando, em uma prova, o professor pediu o nome de três corpos celestes. O cara lascou “Pai, Filho e Espírito Santo”.

     Contei esses casos para uma roda de amigos e todos riram às bandeiras despregadas, especialmente a dos três corpos celestes. Menos um.

     – Ué! Não entendi essa. Quais outros corpos celestes existem?

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  • Notas

    Publicado por: • 6 mar • Publicado em: Notas

    Trânsito Seguro

     Placa-sanduíche instalada na Avenida Osvaldo Aranha pede mais atenção ao pedestre. Ali é ponto de atropelamentos exatamente porque as pessoas teimam em atravessar em local indevido.

    Foto: João Mattos 

    Perdidos

     Cada vez menos os porto-alegrenses sabem por onde andam. Se o celular ou o GPS estiver sem bateria, já era. Além de muitas ruas não terem placas indicativas, as poucas que nos restam são vítimas de vandalismo. Canso de ver motoboys pedindo informações aos motoristas sobre locais conhecidos.

    Placa de nome de rua caída ao chão Foto: João Mattos

    Foto: João Mattos

    De cabelos em pé

     Estou dizendo, estamos voltando às origens. Salões especializados em tratamentos capilares naturais como o SpaDios. São Paulo, oferecem uma volta à Lua. O SpaDios desenvolveu protocolo voltado para o crescimento dos fios chamado Day Moon que contempla a influência da Lua Cheia no crescimento dos cabelos. Se nosso satélite criou as marés, por que não puxar fios de cabelo para riba?

    A prova

     Há muitos anos, comecei a perceber que os cabelos cresciam mais – ou menos –  obedecendo o mesmo intervalo entre uma ida e outra ao barbeiro, mesmo cortando com o mesmo fígaro. Ficou claro que a Lua influencia. Ou era isso ou era coisa de bruxa.

    O esperto

     Nos anos 1970, apareceu em Porto Alegre o Calendário Lunar Pilomax. O cara ganhou uma fortuna, vendeu mais que pão quente. Engraçado como essas coisas são. Qualquer calendário marca as fases da lua. Havia até publicações dirigidas às donas de casa indicando qual o melhor dia para plantar hortigranjeiros. E era só consultar qualquer uma folhinha deles sem desembolsar um tostão. Mas, não, o povo gosta de gastar dinheiro à toa.

    E o sovaco?

    Fiquei numa dúvida atroz: embora não estejam voltados para a Lua, cabelos do sovaco também seriam influenciados pelas fases lunares?

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  • Procura-se um amigo

    Publicado por: • 5 mar • Publicado em: Caso do Dia

     Impressiona o número de pessoas que elogiam o Hospital São Francisco da Santa Casa de Porto Alegre. Não só ele como o complexo todo. Há uma brutal diferença entre os hospitais de antigamente e os de hoje, e não é só a tecnologia. Os funcionários transmitem, além da eficiência, algo que não se ouve falar muito nos dias que correm, o calor humano para com os pacientes.

     Lembro de como era diferente em décadas passadas. Quando ia visitar meus pais ou amigos no hospital eu rezava para que o atendimento fosse mais caloroso, essa coisa de calor humano a que me refiro. Na época se dizia que a equipe de médicos e enfermeiras não tinha muito tempo para confraternizações. Havia uma frieza profissional, e não necessariamente por má vontade. Era assim.

     Os tempos mudaram e hoje todas as organizações incluindo hospitais sabem o valor que tem um sorriso e uma legítima preocupação para saber do paciente se tudo estava ok. Nisso o mundo da saúde melhorou enormemente, pelo menos por estas plagas, não sei como é lá fora.

     É aquela coisa que sempre me vem à cabeça: existe ser mais frágil que uma pessoa doente? E existe pessoa mais carente que um paciente sem receber um abraço sincero do corpo clínico?

     Pelo menos nisso melhoramos muito.

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  • A medida do cowboy

    Publicado por: • 5 mar • Publicado em: A Vida como ela foi

      O presidente da distrital de Nova York do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), William Dudley, afirmou que, mesmo que a instituição decida elevar os juros quatro vezes neste ano, ainda estaria sendo “gradual”. Para ele, oito elevações sim seria algo mais agressivo. Bom, cada um tem lá suas medidas, e o compositor e cantor Tom Jobim tinha a sua.

      Certa vez, quis reformar e ampliar sua casa no Jardim Botânico, Rio de Janeiro, mas principalmente queria um pé-direito bem mais alto, o que requeria uma engenharia mais elaborada, já que a casa ficava numa encosta.

      – Mais alta quanto, quantos metros? – perguntou o engenheiro.

      Tom ficou na dúvida, ele não conseguia traduzir em metros a altura pretendida. Depois de algum tempo sem que ele conseguisse explicar, desistiu e fez outra abordagem e a transmitiu ao engenheiro.

      – Imagina esta cena: eu montado num cavalo alto no meio da sala, sofrenando o bicho até ficar com as patas dianteiras bem no alto, e eu girando aquele chapelão Stetson usados pelos cowboys do Texas bem acima da minha cabeça, até onde o braço estica.

      Fez uma pausa.

      – Entendeu a altura que quero de pé-direito.

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