• Quando morre um idoso perde-se uma biblioteca.

    • Provérbio indiano •

  • Me Tarzan, you babaca

    Publicado por: • 27 jul • Publicado em: A Vida como ela foi

    O governador José Ivo Sartori postou na rede uma foto dele quando criança ao lado dos pais. Como era Dia dos Avós, o gringo fez um malabarismo genealógico e escreveu que a postou porque os pais dele Sartori eram avós dos filhos dele Sartori governador. Isso sim que é fazer curva em morcilha velha.

    O que me chamou a atenção foi a roupa do que seria o futuro governador. Quando criança, em São Vendelino usava esse modelito, que podia ser bonito para a época mas, francamente, não tem coisa mais ridícula. Não nos esqueçamos, todavia, que, naqueles tempos, qualquer pedaço de perna de mulher acima do joelho despertava a ira dos céus, mas que pôca vergonha, onde já se viu, seu!

    Vi meu primeiro filme aos 11 ou 12 anos, em um “cinema” improvisado num salão de baile, na Sociedade Santa Cecília de Bom Princípio, no Vale do Caí. Era um P&B, filme de Tarzan. O pundonor era tanto que, na hora em que o Johnny Weissmüller beijava a Jane, o cara que operava o projetor tirou o foco na cena. E olha que era um beijo casto, nem de língua era. Percebi alguns anos depois, ao ver novamente o filme, desta vez sem censura.

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  • Mirabolices de campanha

    Publicado por: • 26 jul • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    Ciro Gomes prometeu acabar com o déficit fiscal em dois anos. Como é que pode um candidato cometer um atentado fiscal como esse? Como ele faria isso, para começar? Demitindo metade do funcionalismo público?

    Fieis soldados

    Jair Bolsonaro atrai gente da classe média, sobretudo, não porque necessariamente gostam dele, mas porque acham que é preciso alguém para chutar o pau da barraca. Quase sempre esse gesto redunda na queda da barraca inteira.

    Azares do viver mais

    O IBGE divulgou a Projeção da População, referente ao período 2010 a 2060. De acordo com o estudo, um quarto dos brasileiros será idoso em 2060, o que corresponde a 25,5% da população. Como fica lá adiante, ninguém se preocupa muito com isso, nem com a Reforma da Previdência. Mas deveria. O alarme soa desde já. Ou alguém acha que o atraso no pagamento do funcionalismo público não tem a ver com ativos e inativos em proporção cada vez maior?

    Te cuida, Matusalém

    No Rio Grande do Sul, 54% da soma total dos pagamentos refere-se aos aposentados do serviço público. Não tem como segurar essa barra. Se em 1960 a expectativa de vida era de 54 anos e hoje é de 72 – e aumentando -, não tem como segurar o descarrilhar do trem. Os aposentados civis também vão penar mais adiante. Ou sai a Reforma da Previdência ou vamos todos para o brejo.

    O muro

    Nos anos 1980, almocei com o presidente da British American Tobacco (BAT), nascido no Brasil e, por isso, fluente em português, história que já contei. Ele me disse que pagava 30% do salário para seu fundo de pensão e iria se aposentar com no máximo 60% dos ganhos mensais. “E vocês aposentando funcionalismo público com vencimentos integrais. Quanto tempo antes de bater em um muro sólido?”

    4.0

    Leio: “O Brasil se encaminha para Indústria 4.0, mesmo que ainda em passos curtos. Esse novo modelo de indústria traria muito mais do que a conexão entre equipamentos e troca contínua de dados, integrando as principais inovações tecnológicas no campo da automação – aplicadas aos processos de manufatura”. Hoje, temos que dar graças a Deus que os passos curtos não sejam substituídos pela marcha-a-ré.

    Falando fracamente…

    …homenagens a empresários pelos poderes legislativos principalmente em anos eleitorais tem menos de reconhecimento e mais expectativa para ajuda financeiro da campanha do parlamentar proponente. Como empresas não podem doar, a ajuda terá que ser na pessoa física. Dá no mesmo.

    Azar dos menores

    Aliás, a pretexto de democratizar o acesso de candidatos sem bala para cobrir os custos da campanha, a legislação eleitoral vigente vetou a doação de dinheiro por pessoas jurídicas. Só que quem tem padrinho não morre pagão, como diz o ditado. Então, é mais difícil ainda para um ilustre desconhecido obter ajuda substancial de um CPF. E os candidatos à reeleição amigos do rei – a cúpula dirigente do partido – ainda terão prioridade em conseguir ervanário do Fundo Partidário. Ou seja, o que já era ruim para os pequerruchos, ficou pior ainda.

    O chapão

    O PTB do Rio Grande do Sul trabalha para preparar um “chapão” integrado pelo próprio PTB, PSDB, PRB, PR, Rede e PPS com o objetivo de eleger sete deputados federais na composição. Segundo o deputado Ronaldo Nogueira (PTB-RS), o importante é consolidar propostas em torno de um projeto. Antes de nomes deve haver a consolidação de propostas, de um projeto de desenvolvimento e modernização do Rio Grande do Sul. “Nomes se definem nas convenções partidárias.” Para Nogueira, há cinco requisitos básicos:  coerência, probidade, eficiência, compromisso com o projeto e viabilidade eleitoral.

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  • De grão em grão a galinha enche o saco.

    • F. A. •

  • 1965

    Publicado por: • 26 jul • Publicado em: A Vida como ela foi

    Ontem festejou-se o Dia do Colono (*) com pouca comemoração. Este sim é um dia que não é pega ratão do consumo, deveria ser alvo de grandes homenagens. Mas não. Tirando festejos isolados nas colônias, principalmente as alemãs, passou praticamente em brancas nuvens. E vocês não têm ideia de como essa gente sofreu em décadas passadas. Os urbanos faziam troça deles, bullying em proporções planetárias, dizimando a autoestima desses valentes produtores. Na minha infância, vi gente da colônia chorar por causa da troça dos citadinos. Que tempos injustos aqueles, meu Deus do céu.

    Foi por esse motivo que a data foi criada, em 1965. Um dos primeiros municípios a abraçar a ideia foi Montenegro, que, no mesmo dia, instituiu a Festa da Laranja, com desfile temático na cidade. O ano de 1965 foi atípico. O inverno foi tão rigoroso que nevou em várias cidades gaúchas. Mas foi neve mesmo, dessas de metro de altura nas ruas, especialmente na Serra e nos Campos de Cima da Serra.

    O ano de 1965 teve outras rudezas. O presidente Castello Branco decretou o Ato Institucional 2, que extinguiu os partidos políticos, que estão todos aí com nova roupagem. E também foi o ano em que a Rede Globo foi inaugurada. Roberto Marinho tinha 60 anos, vejam só.

    O que eu me lembro é do frio, das manhãs geladas no Aeroclube de Montenegro, em que os dedos quase congelavam, e o motor Continental do CAP4 levava meia hora para aquecer.

    Mas era muito bom viver naqueles dias.

    (*) Quando digitei Dia do Colono o maldito corretor mudou para Dia do Colo. Talvez esse cretino seja profético – só falta alguma excelência propor a criação do o Dia do Colo, o Dia da Criança do B.

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