• Eu rabisco o sol que a chuva apagou.

    • Renato Russo •

  • Promessas de campanha

    Publicado por: • 21 ago • Publicado em: A Vida como ela foi

    Campanha com comícios como antigamente não existe mais, porque a TV anódina usurpou a sagrada apresentação do candidato ao seu eleitor (ou não) praticamente olho no olho. Pois foi num desses eventos em bairro de Porto Alegre que um conhecido deputado federal forcejava por sua reeleição. A distinção tinha uma cabeleira crespa, o que aumentava ainda mais o volume. Puxou o microfone de haste para juto de si e deitou falação.

    – Se eleito for, prometo que darei escola para todas as crianças pobres!

    Lá do fundo, um sujeito visivelmente dominado pela cachaça falou com um grito com vozeirão batendo palmas.

    – Já ganhou, Cabeleira!

    O candidato não gostou, mas seguiu firme em sua peroração.

    – Se eleito for, prometo dar casa própria para os pobres!

    O mesmo borracho voltou a se manifestar.

    – Muito bom, Cabeleira, já ganhou!

    – Se eleito for, darei merenda escolar e lanches grátis para os operários das fábricas.

    Lá veio o gambá de novo.

    – Já ganhou, Cabeleira!

    Incomodado, o candidato chutou o balde. Olhando para a figura balouçante, deu a estocada.

    – Se eu for reeleito, dobrarei o preço da cachaça.

    E lá do fundo veio a resposta em um átimo de segundo.

    – Já bobeou, Cabeleira.

    Para que conste nos autos: o deputado não se reelegeu.

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  • Bing Bang Teory

    Publicado por: • 20 ago • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    Como em todo início de campanha eleitoral, muito barulho por nada, o alvoroço não se justifica via de regra. Ou, como diz o ditado, o primeiro milho sempre é dos pintos. As pesquisas para presidente que saíram até agora – o Ibope divulga a sua primeira pesquisa hoje – mal e mal captaram o big bang da largada. Nem mesmo pegaram debates e início do horário eleitoral na TV.

    Universo em expansão

    A partir deste big bang que o universo das candidaturas começa a se formar. Mas atenção, ele continuará a se expandir até o dia 7 de outubro. Por enquanto, o quadro é o esperado. “Fernando Haddad sem Lula com 15% era de se esperar?”, perguntará você. Como todos sabem, petistas inclusive, o ex-prefeito paulistano acolhe a transferência de votos, digamos a primeira prestação. Quantas serão, dependerá dele e das circunstâncias. Lula no páreo tem 31% das intenções de votos.

    A voz dos quartéis

    Jair Bolsonaro é sempre uma incógnita. Ele tem 23% sem Lula, segundo a XP Análise Política. Marina, o cometa que só aparece e desaparece de quatro em quatro anos, como diz o jornalista Carlos Brickmann, tem 11%. A minha dúvida de sempre persiste, se os 23% e até um pouco mais serão piso ou teto? Vale o mesmo para Haddad. E Geraldo Alckmin patina. Saberemos se sua campanha trará intenções de voto logo adiante.

    A rejeição

    No Rio Grande do Sul, o governador José Ivo Sartori tem 28% mas quase 50% de rejeição, e este é seu problema. Miguel Rossetto (PT) larga bem, mas como a militância não deixa para depois. Então, no meu entender, é até baixo seu percentual. O PT é maior que isso. Também como esperado, Eduardo Leite (PSDB) promete.

    A primeira vez?

    O governador José Ivo Sartori tem um problema, uma maldição quase: os gaúchos nunca reelegeram um governador. Salvo mudanças, acredito que ele possa estar no segundo turno.

    Declaração

    Até hoje não entendo uma coisa na declaração de bens de Lula. Em maio, seus advogados pediram o desbloqueio de bens no valor de R$ 16 milhões. Agora eles falam em R$ 7.987.921,57. Pode uma diferença de R$ 8 milhões com toda a estrutura que Lula tem ao seu dispor?

    O fortão da palestrante

    palestrante gremioUma das palestrantes da Feira Internacional de Shopping Centers, realizada durante três dias na Expo São Paulo, foi a americana Alicia Matheson. A certa altura, ela mostrou fotos do seu maridão fortão com a camisa do Grêmio. Não entendi bem qual era o caso, já que o foco da sua palestra era como empresas se dão bem quando lidam de forma positiva com os consumidores. Fui atrás, mas sem sucesso.

    Valiosas lições

    O evento promovido pela Asociação dos Shoppings Centers (Abrasce) ocupou apenas uma terça parte do enorme Expo São Paulo. Os outros dois terços estavam ocupados por outro ligado aos shoppings e um terceiro, ao tema recursos humanos. Para se ter uma ideia do tamanho desse complexo.

    Pílulas da Feira

    estacioanmenrtoAlgumas pílulas colhidas dos debates e palestras: a simples troca de dinheiro por produto acabou. Hoje o consumidor quer entretenimento e serviços. Em matéria de estacionamento, as pessoas consideram três principais: em casa, no trabalho, e no shopping, e este local deve ser aproveitado – e devidamente informado aos clientes – por eventos; conselho aos lojistas: pense fora da caixa.

    O uso do microtédio

    A venda física está longe de terminar. Na verdade, um estimula o outro; o pós-venda merece muito mais que uma mensagem da loja, a própria vendedora pode assiná-la e estabelecer um vínculo. Uma coisa que me surpreendeu é que os caras que enxergam longe criaram até tempo, tempo físico. No caso, o microtédio.

    Na fila

    feira

    Trata-se do uso de smartphones em tempos ociosos e curtos, como fila de banco, fila de elevador etc. O usuário poderá navegar em todos os produtos e serviços disponíveis e agregados a um shopping, por exemplo, já que o novo conceito destes estabelecimentos é ser um centro de lazer, incluindo jogos. Pasmem, 45% dos que jogam são mulheres. Não são só nerds. E tem gente de todas as idades.

    O grande HUB

    De todas palestras e debates que assisti tirei duas certezas quanto ao futuro imediato dos shoppings: 1) não se trata de mudar o consumidor, mas de entendê-lo; 2) shopping, hoje, deve ser visto com um HUB de distribuição de produtos e serviços.

    Tema polêmico

     Na opinião de Nogueira, o tema “é polêmico porque envolve princípios, inclusive religiosos, a visão de interpretação do nosso próprio sistema jurídico, e é um tema presente no mundo. Agora a Constituição Federal Brasileira, ela dá garantias de direito à vida a todas as pessoas; e você violar o direito à vida, você estará perdendo a legitimidade para reivindicar qualquer outro direito”, acentuou.

    Desenvolvimento sustentável

    Na sexta-feira passado, dia 17, o BRDE recebeu a missão da Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA) com o intuito de identificar ações em conjunto para o desenvolvimento na Região Sul. Ambas as instituições atuam com foco no cumprimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável – ODS, fornecendo apoio financeiro e técnico aos projetos relevantes para sociedade. A proposta do acordo é no valor de 50 milhões de dólares, para apoio aos 17 projetos do ODS.

    Expoagas 2018

    Um dos mais respeitados médicos do país, Drauzio Varella, abrirá as palestras magnas da Expoagas 2018, nesta quinta-feira. Entre outros palestrantes, a Associação Gaúcha de Supermercados confirmou a presença do jornalista Ricardo Boechat e do ator e diretor Miguel Falabella.

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  • Velho é quem para de trabalhar.

    • F. A •

  • Moscou, inverno de 1950.

    Publicado por: • 20 ago • Publicado em: A Vida como ela foi

    Devastada pela II Guerra Mundial e piorada pelos erros do regime comunista, a URSS enfrenta uma fome daquelas. Numa noite fechada de dezembro, neve para mais de metro em Moscou, a fila do pão é enorme, esperando a abertura da padaria, às 8h da manhã.

     Aparece um jipe do Exército Vermelho. Desembarca um oficial que grita:

     – Judeus saiam da fila.

     Surpresos, os judeus saem da fila do pão e somem na noite fria. Neva mais forte. O jipe parte.

     Quinze minutos depois, o jipe volta. Desce o oficial:

    – Quem não lutou na revolução de 1917 fora da fila.

    Outros russos somem na noite. E a neve não para de cair. O jipe vai embora e volta em mais 15 minutos. O mesmo oficial desce e grita:

    – Quem não combateu na Grande Guerra Patriótica, fora.

    Mais um grupo cai de banda na noite escura. E a neve aperta. O jipe sai ligeiro e volta em 15 minutos O oficial a grita:

    – Quem não for membro com carteira do Partido Comunista da União Soviética, fora da fila. Os outros ficam aqui.

    Some mais gente. Neva muito, sopra um vento capaz de levantar elefantes. O oficial chama os restantes, nada mais de que seis moscovitas e diz:

    – Camaradas, vocês são do partido, então posso falar. Na verdade, não há pão. Nem quem faça o pão. E também não tem farinha, a safra de trigo foi um desastre. Sinto muito. Esta é a verdade. Alguma pergunta?

      Aí, um moscotiva baixinho, enfiado num capote, chapéu de pele, luvas, ergue a mão:

    – O camarada oficial permite uma pergunta?

    O milico faz que “sim” com a cabeça:

    – Camarada, tudo bem, nós entendemos a situação, Mas, por que mandaram os judeus embora primeiro?

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