• Na voragem das paixões

    Publicado por: • 7 set • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    A essa altura dos acontecimentos, a pergunta óbvia é se Jair Bolsonaro pode ganhar a eleição graças à facada do Bispo. Vejamos: antes do atentado, sempre achei que o capitão não ganharia as eleições por causa da alta rejeição, que está na casa dos 44% – alguns trabalhos mostraram em quase 60%. E também achava que os 22%, em média, que ele tinha nas pesquisas eram teto e não piso.

    Efeito Faca

    A faca mudou tudo, mas por quanto tempo? Quem ganha com a facada do Bispo? Em princípio, tendo a acreditar que Bolsonaro pode até ter alta nas intenções de voto, mas nada esfuziante. Mas se vai manter esse percentual até o dia da eleição, é outro papo. O crucial é saber se o atentado diminuiu sua rejeição. E só as próximas pesquisas dirão.

    Perde-ganha

    Grosso modo, Bolsonaro pode não levar grande vantagem com o caso, mas quem perde é o PT e quem ganha é Geraldo Alckmin, homem ponderado, metódico. Bispo é militante e isso vai ser explorado ao máximo, não só pelo capitão e seu vice, o general Mourão. “Olha o que a esquerda faz a este país”, bradarão. Os candidatos de centro-direita e centro-esquerda farão coro, embora de forma mais discreta e sem dizer o que pensam alto e claro.

    Ai de nós

    O maior perdedor é o Brasil. Já andávamos com prestígio mais baixo que barriga de cobra e, agora, à criminalidade soma-se o Brasil violento politicamente. Mais um upgrade para a condição de república bananeira em grau máximo. Investimentos estrangeiros, que já estavam com freio, agora, acionarão também o freio de mão. Isso se o ferimento de Bolsonaro for de pouca gravidade, sem sequelas, permitindo uma recuperação rápida e volta à campanha.

    Porém…

    …se for o contrário, e que Deus nos livre disso, aí a coisa fica feia mesmo, seja na eleição quanto no país como um todo.

    Publicado por: Nenhum comentário em Na voragem das paixões

  • Politiquim discute a facada em Jair Bolsonaro

    Publicado por: • 6 set • Publicado em: Politiquim

    Publicado por: Nenhum comentário em Politiquim discute a facada em Jair Bolsonaro

  • A corda que se rompe  

    Publicado por: • 6 set • Publicado em: Sem categoria

    Na falta de opções ou justamente por não desejá-las, o PT insiste em levar o caso Lula à ONU, como se ela tivesse jurisdição sobre a legislação eleitoral brasileira. É o tal jus esperneandi que alguns operadores de direito citam. Se Gilmar Mendes não resolveu, imagina a ONU. Talvez com o ministro Luís Edson Fachin (STF) tenhamos surpresas.

    O culpado não foi o mordomo

    A atriz Beatriz Segall negava-se a falar de Odete Roitman, vilã que ela encarnou na novela global Vale Tudo. Faz sentido. Só por isso Beatriz merecia um Oscar ou o equivalente na teledramaturgia. Imagina ir de casa ao supermercado ou para o restaurante e ter uma multidão de gente perguntado:

    – Quem foi que te matou?

    O trem já passou

    Certa vez, conversei com o Arnaldo, dos Demônios da Garoa, sobre a chatice que é atender os fãs. A composição Trem das Onze estava fazendo um tremendo sucesso há mais de ano. Então, em todos os shows que o conjunto fazia Brasil afora o primeiro pedido era para que eles cantassem o sucesso de Adoniram Barbosa.

    – Você não imagina o saco que é cantar o Trem das Onze todo santo dia. Uma, duas, três e mais vezes em todas as apresentações,

    O 11 de setembro

    Terça-feira próxima, o atentado contra as Torres Gêmeas completa 17 anos. Mais uma vez as redes sociais e os sites dos jornais darão um “novo” enfoque sobre o caso perguntando onde você estava no dia 11 de setembro de 2001. Já respondi a mesma pergunta há pelo menos uma dezena de anos. Antes que venha a data, já adianto que estava engraxando os sapatos na banca do Maninho da Praça da Alfândega, na parte que vai dar no Largo dos Medeiros na Rua da Praia.

    Onde andará?

    Passado todo esse tempo, não sei que fim levou o Maninho. Hoje, eu engraxo os sapatos com o Paulo, que fica na ponta oposta, cuja cadeira é grudada no prédio da Caixa Econômica Federal.

    O Lancaster

    Engraçado que não lembro a primeira vez que votei, mas lembro da primeira que transei. Lembro a primeira vez que vim a Porto Alegre, mas não recordo a primeira vez que caminhei na Rua da Praia. A minha tragédia inesquecível foi quando voltei para um apartamento que alugava na subida da Rua da Praia e vi a porta arrombada. Dói até hoje a perda do meu toca-discos e da camisa mais bonita que já comprei na minha vida. Ah, e levaram também um vidro de perfume Lancaster novinho em folha.

    Publicado por: Nenhum comentário em A corda que se rompe  

  • Para liquidar os povos, começa-se por lhes tirar a memória.

    • Milan Kundera – Recolhido por Carlos Brickman •

  • Do bom e do melhor

    Publicado por: • 6 set • Publicado em: A Vida como ela foi

    A propósito da história de terça-feira sobre as sacadas de publicitários, leitor envia o caso da rede de varejo gaúcho Taqui, que é realmente um nome sonoro, curto como deve ser e sugestivo. Lembrança vai, lembrança vem, lembrei de um caso acontecido que meu querido amigo Ernani Behs contou em 1973.A

    Anos antes, estavam ele e outro publicitário cujo nome me escapa – imperdoável! – bebericando em uma das poucas mesas de um armazém de secos, na esquina da rua Doutor Thimóteo com a Marquês do Herval, no Moinhos de Vento. Estes estabelecimentos seriam hoje os mercadinhos de bairro. Quando entabulavam conversa, entrou uma senhora. Fez o pedido.

    – Eu queria dois quilos de arroz.

    Avental mais ou menos branco, barriga encostada no balcão, o dono perguntou qual marca ou tipo de arroz ela queria.

    – Qualquer um, desde que seja do bom – respondeu ela.

     O publicitário amigo do Nani ficou alerta. Semanas depois, ele registrou e depois vendeu para um cliente a marca Dobom.

    Publicado por: Nenhum comentário em Do bom e do melhor