• Superintendente do HMV aponta desafios da saúde em seminário na Capital

    Publicado por: • 8 jun • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    O superintendente executivo do Hospital Moinhos de Vento, Mohamed Parrini, foi um dos palestrantes da nova edição dos Seminários de Gestão da Federação dos Hospitais do Rio Grande do Sul (Fehosul), que teve a participação do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. O evento foi realizado nesta sexta-feira (7), no Hotel Plaza São Rafael, em Porto Alegre.

    Em sua palestra, Parrini destacou que está em curso uma transformação das instituições de saúde, tendo os médicos como protagonistas da mudança. “Os melhores hospitais são aqueles que possuem as pessoas mais engajadas, com um corpo clínico integrado e com forte senso de identidade institucional. Mas toda vez que há um desafio há também uma oportunidade”, concluiu.

    Também subiram ao palco ao longo da tarde o presidente da Fehosul, Cláudio José Allgayer, o fundador da Fehosul e atual vice-presidente da Confederação Nacional de Saúde (CNS) e vice-presidente da Região Sul da Frente Parlamentar de Apoio às Santas Casas, Hospitais e Entidades Filantrópicas, deputado federal Pedro Westphalen (PP), a secretária de Saúde do Rio Grande do Sul, Arita Bergmann, e o presidente do International Hospital Federation, Francisco Balestrin.

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    Os Seminários de Gestão são promovidos em parceria com a Associação dos Hospitais do Rio Grande do Sul (AHRGS) e o Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto Alegre (Sindihospa).

    A próxima edição ocorrerá no dia 2 de agosto, com o tema Inovação, Novas Tecnologias e Gestão Disruptiva na Saúde.
    Crédito: Fernanda Souza/Mezcla Fotos

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  • Cretinices geniais (final)

    Publicado por: • 7 jun • Publicado em: A Vida como ela foi

    O bom do Cine Vogue era ir para o bar depois da sessão. Podia ser o Styllo, no mesmo prédio, bem ao lado, ou poderia ser um lugar com dois “ado” -sofisticado e agitado, portanto caro, como a boate Butikim mais adiante. Havia uma ala do Partidão (PCB) que tinha uma célula lá. Eram os riquinhos que, para afastar o tédio, viraram marxistas, mesmo que só tivessem lido a meia orelha do “Das Kapital”. Os outros riquinhos gostavam é de se esbaldar. Eram, portanto, gente perfeitamente normal e saudável.

    Um dos militantes do Partidão, que depois virou vereador ideologicamente comportado, costumava dizer nas entrevistas para a imprensa que, no tempo dos milicos, ele e outros militantes estavam firme nas barricadas. Um dia, falei para ele parar com essas histórias revolucionárias porque eu conhecia o passado dele e dos amigos: as barricadas eram barris de chope.

    As mulheres, universitárias especialmente, amarravam-se em comunas que criavam frases do tipo “teses ontológicas sobre Marx”. Se o distinto também tocasse violão, deslumbrava o mulherio.

    Foi minha maior falha de adolescente, aprendi a tocar gaita (acordeom), mas passei longe do violão. Entretanto, vou confessar uma coisa: com larga experiência na gandaia, na esbórnia e calaçaria, posso garantir que parte das gurias de esquerda das faculdades tinham conflitos, sexualmente inseguras.

    Era o que as casas ofereciam.

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  • Um país monty python

    Publicado por: • 7 jun • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    O Brasil é um país absolutamente inacreditável. Depois de séculos até o parece que vai-mas-não-foi agora estamos tomando o rumo da história andando de patinete. Dos antigos, sem bateria, um pé no chão e outro no estribo. Na primeira metade do século passado, vivemos revolução em cima de revolução, patriotadas, tentativas de putch e marchas-a-ré sem conta.

    PRIMEIRA PIADA

    O primeiro movimento hilário foi a Revolução de 1930, comandada por Getúlio Vargas. A pretexto de fortalecer a Federação acabou por destruí-la. Na ditadura do Estado Novo, houve um acontecimento que resume bem essa nossa ópera bufa. Instigada pela filha Alzira, as bandeiras de todos os Estados foram queimadas em praça pública em São Paulo. A partir de então, só a Bandeira Nacional podia ser hasteada.

    PAUSA PARA O CHIMARRÃO

    Quem se queixa dos filhos do Capitão, imaginem esse ato partido da filha do presidente, que foi ditador, mas todos insistem em chamar de presidente. Você aí mateando no galpão e fã do trabalhismo, sabe disso ou finge não saber? Pensando bem, não sabia. Ou se sabia, releva.

    OS DESMEMORIADOS

    Dali para a frente foi isso que a gente sabe. E quem não sabe é feliz porque não tem ideia das sacanagens feitas. O pensador inglês Doctor Samuel Johnson dizia que o patriotismo é o último refúgio dos patifes. Então somos os que mais os têm em relação à população passada, presente e provavelmente, vindoura.

    O SENTIDO DO BRASIL

    O hilário grupo inglês, que fez obras-primas como a Vida de Brian e O Sentido da Vida, não conseguiria fazer um filme sobre nosso País que não seria comédia, mas acaba feito para rir. O humor involuntário. Mas não me entendam mal, eu gosto muito do Brasil. Ele me permite rir, o que já é uma coisa notável.

    GRANDE ANGULAR

    De tanto lidar com a informação e sendo como sou filho do jornal impresso, certa vez tive uma visão. Abri os grandes jornais e os do meu estado e olhei as capas. Descobri um padrão. Parte todos conhecem, que é a presença dos governos em pelo menos metade das capas e manchetes. Mas algo me escapava, e eu não sabia o que era. Passei dias, semanas, fazendo a mesma operação visual antes de afundar nas matérias e nada.

    APOCALIPSE JÁ

    Esta expressão, vocês sabem, significa Revelação. Pois eu a tive. Reparem que raramente os governos anunciam uma notícia realmente boa. Em dois terços e até mais o que se colhe são os pepinos expostos para o público. Em vez de governar, eles administram não a escassez, mas os frutos da planta que os gera. Ou seja, estamos perpetuamente em crise, e cheios de dívidas. A culpa é sempre dos outros, claro.

    CURTINDO A VIDA ADOIDADO

    Então, caro compatriota, resignemos nós todos. Só dói quando rimos. Isso posto, eu e não sei quantos brasileiros podemos nos queixar do Criador. Nascemos com grave defeito: falta-nos o dom da burrice, que os outros ganharam em doses cavalares. Ou doses muares. Fecha bem o circuito.

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  • Viver consiste em construir recordações futuras.

    • Ernesto Sábato •

  • Cretinices geniais (1 de 2)

    Publicado por: • 6 jun • Publicado em: A Vida como ela foi

    Naqueles tempos, como se lê na Bíblia, naqueles tempos dos anos 1960 íamos ao cinema ver filme cabeça sem pé nem cabeça no Cine Vogue, pouco antes da esquina com a Garibaldi. Era um cinema de bolso, como se chamava, pequeno e aconchegante. Filmes da nouvelle vague francesa, do Goddard e dos italianos como Antonioni passavam lá. Natural, não era muita gente que gostava de filme cabeça sem cabeça.

    Mas a hipocrisia reinava. Sem entender bosta nenhuma, até porque só o diretor entendia, e às vezes nem ele, dizíamos na saída que o filme era uma merda, mas que o diretor era genial. Genial era mais empregado que a nível de dos anos 90.

    Sentava-se na mesa do bar e, em segundos, alguém dizia “genial!”; folheava-se uma publicação hermética, de preferência, e lá vinha “genial!”, ouvia qualquer um de esquerda criticar o capitalismo e se dizia genial!. Era a palavra da moda, tudo era genial.

    Já o que hoje chamamos de “estar pra baixo” era definido como “estou em crise”. Ou na fossa, mesmo que estivesse alegre. Tinha eu uma amiga perpetuamente sorumbática e meditabunda. Um dia a abordei no Centro Acadêmico e perguntei como ela estava.

    – Muito mal! Hoje estou bem.

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