O genro da Dona Maria
Várias vezes já narrei causos acontecidos no Restaurante Dona Maria, na rua José Montaury, Centro de Porto Alegre. O prédio é o mesmo, mas hoje abriga uma loja de utilidades domésticas, antigamente chamadas de Lojas 1,99, que vieram do conceito americano de One Dolar Store. O curioso é que no Brasil logo após o início do Plano Real, em 1994, nosso dinheiro realmente valia um dólar. Depois, quando o câmbio caiu na real, a cotação da verdinha era R$ 1,99.
Dona Maria existiu de verdade. Ela abriu a casa no fim do século XIX. Anos mais tarde, já na década de 1930, o austríaco Ernesto Moser deu com os costados em Porto Alegre por uma circunstância invulgar: o circo onde ele trabalhava quebrou quando se apresentava em Montevidéu. Sem eira nem beira, resolveu arriscar a sorte no Brasil, como ele mesmo me contou, e trabalhou no restaurante Dona Maria. Ele apaixonou-se pela filha da Dona Maria, o que resultou em casamento. Então ele assumiu a casa após a morte da sogra.
O Dona Maria era restaurante, a rigor, mas como outras casas também era bar nas horas vagas. O puchero, o mocotó e os filés eram seu forte. Nada excepcional, mas decente.
Certa vez, seu Ernesto contou que era a pessoa com três nacionalidades: austríaco por nascimento, brasileiro por adoção, e alemão filho da mãe quando o cliente recebia a conta da refeição.
Meu pai era assíduo do restaurante dona Maria e amigo pessoal do Moser. Ele tinha diversos quadros pintados pelo próprio Sr Moser
Uma pena esse restaurante ter quebrado e ter levado consigo tantas histórias, não ter conseguido nem pagar seus funcionários. Meu pai foi garçom por mais de 12 anos, querido dos clientes, reportagem na ZH. Belas lembranças.
Meu avô Francisco Planela (Chico) gerenciou o D.Maria durante toda “gestão” de Moser.
Era meu preferido na década de 60.
Não tenho ideia de quando fechou, mas início de 70 ainda estive lá.
Eu considero um dos melhores restaurantes da época, e fazia os melhores pratos de língua que já comi, isso lá pela década de 70, do século passado.