• Sem frescura

    Publicado por: • 5 nov • Publicado em: Sem categoria

    Meados do século passado, numa estância nas imediações de Santiago do Boqueirão com um dono que tinha um nome bizarro. Chega na fazenda um carpinteiro para fazer um serviço. Depois de ajustarem o que deveria ser feito e o preço, o visitante comenta que ainda não sabe o nome do contratante.

    – Necessário – responde o pecuarista.

    O carpinteiro acha que ouviu mal, continua na prosa. Mais um longo tempo, e nova pergunta.

    – Qual é mesmo o seu nome?

    – Necessário Frescura.

    Brincadeira, certo? Estaria ele falando sério? Então veio a explicação do pecuarista.

    – Todo mundo me conhece por seu Sério, mas meu nome é mesmo Necessário Frescura – esclareceu, mostrando sua carteira de identidade. O pobre carpinteiro fica mais confuso quando o patrão explica o porquê do apelido.

    – É porque todos que ouvem o meu nome sempre perguntam isto é sério? E eu respondo: É sério!

    E volta a mostrar a carteira de identidade ao contratado. Vendo no documento uma assinatura abreviada, contendo apenas Frescura, um traço e um círculo, o carpinteiro comenta:

    – Que coisa mais interessante! Quando o senhor assina se enrola no Frescura e deixa o Necessário de fora!

    (Colaboração de Antônio Goulart. Homenagem minha aos maiores pensadores marxistas da história, os Irmãos Marx).

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  • A procissão de QI

    Publicado por: • 4 nov • Publicado em: Notas

    O velho “quem indica”. Escolher os principais componentes do novo governo é uma tarefa árdua. Tenho pena dos eleitos. Imaginem a pressão que eles recebem do partido, das famosas bases, dos que o auxiliaram na campanha ou pensam que ajudaram, amigos de infância, parentes próximos e afastados, amigos de ocasião dos quais ele nem lembrava mais. Nossa, deve ser um inferno.

    Frases fatais

    Só mudou uma coisa: ler currículo enviado e recomendado pelo estafe. Até leem, mas como hoje não existe mais privacidade, a mídia se encarrega de divulgar os podres dos eventuais escolhidos. Por incrível que pareça, a ordem das frases altera o produto. Vou dar um exemplo.

    Opinião

    Você precisa empregar alguém e pede que mandem uma opinião sobre o gajo. Aí o cara escreve “ele é muito bom, mas bebe”. Mas se eu inverter e disser “o cara bebe, mas é muito bom” muda tudo, não é mesmo?

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  • O voo do susto

    Publicado por: • 3 nov • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    Um voo da Latam, que saiu de Garulhos na noite de quarta-feira passada, com destino ao Chile, teve que aterrissar em Buenos Aires depois do nariz e parabrisa da aeronave terem sido severamente danificados por granizo. Houve algum pânico a bordo, porque, em casos assim, o comandante desce para cerca de 3 mil metros a fim de evitar que uma eventual despressurização piore as coisas.

    Desvio de curso

    Naturalmente, que foi assustador para eles, porque o barulho das pedras de gelo fustigando a fuselagem a 800 Km/h é ensurdecedor, piorado pela forte turbulência. O evento se deu quando o avião sobrevoava o nordeste do Rio Grande do Sul (êta nóis!), já desviando das nuvens pesadas e ares turbulentos.

    Muito barulho por nada

    O detalhe é que, apesar de tudo isso, o voo não correu risco. Granizo não afeta as turbinas e, embora a visão dos pilotos tenha ficado prejudicada pelo parabrisa parcialmente quebrado, o voo por instrumentos resolve isso. Aliás, neste caso, a visibilidade dos pilotos é zero. Os instrumentos o guiam com segurança até que a pista seja avistada.

    Jornal do Comércio

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  • Humanidade porca

    Publicado por: • 2 nov • Publicado em: Usos & Costumes

    Escalar o monte Everest (8.848 metros de altura), no Nepal, costuma estar associado a histórias de superação e adrenalina, mas um problema: não há banheiros nos 37 quilômetros que separam a base do acampamento do topo da montanha – uma travessia que dura de 6 a 8 semanas.

    Problema sanitário

    O fato poderia ser apenas uma anedota constrangedora, mas se transformou um problema ambiental, informa a Folha Press. Com o aumento dos alpinistas no local nas últimas décadas (mais de 4 mil pessoas subiram a montanha desde 1953, data da primeira expedição bem-sucedida), também cresceu a quantidade de fezes deixadas pelo caminho. Esses dejetos não se decompõem na neve.

    Multar resolve?

    Desde 2014, o governo do Nepal passou a obrigar os alpinistas a voltar à base com oito quilos de fezes, instaurando uma multa de US$ 4 mil para quem descumprir a regra. Os dejetos trazidos pelos alpinistas até a base do acampamento são levados por uma equipe de cerca de 30 carregadores até a cidade de Gorakshep, a uma hora de distância do monte, para depositá-los em fossos. Apenas neste ano, os carregadores recolheram 12 toneladas de dejetos.

    Conclusão

    Tudo que o homem bota as mãos ou os pés estraga. Quando não derruba, suja.

    Jornal do Comércio

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  • Primeiro movimento

    Publicado por: • 1 nov • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    Ensaiam-se os primeiros movimentos sobre como fazer oposição, imagino que dura e ferrenha, a Jair Bolsonaro. Liderando o bloco todo da oposição, bem entendido, há dias o PT ensaia e agora encena a peça “Haddad é nosso líder”, como se tivessem procuração dos demais partidos. Por essas e por outras que ninguém quer se aliançar com os caras da estrelinha.

    Primeira mancada

    Ir ao segundo turno primeiro como boneco de ventríloquo de Lula e depois engatinhado os primeiros passos como se bebê político fosse, em princípio não confere a Haddad o papel de líder como se tivesse sido martirizado com coroa de espinhos. Ninguém vira santo de uma hora para outra. Daria até para admitir que, da cadeia, Lula o ungisse, mas isso em termos de liderança do PT, não de uma frente.

    Primeira recusa

    Por essas e outras que Ciro Gomes, que não fez feio, disse que nunca mais quer alianças com o PT. Ele foi apunhalado desde o início e, no segundo turno, o Haddad teve o peito de pedir em alto e bom som que o apoiasse publicamente, de preferência em vídeo para ser postado no site do partido. Ciro, que é como os elefantes que nunca esquecem, não deu pelota, dizendo ao mesmo tempo que ele teve lado sim, mas que não haveria apoio explícito ao candidato petista.

    Eleição na Farsul

    farsulA 42ª eleição realizada pela Farsul desde sua fundação, em 1927, conduziu Gedeão Silveira Pereira à presidência da Federação. Dos 137 sindicatos aptos a votar, 119 compareceram e apenas um votou em branco. O pleito foi realizado ontem e elegeu a próxima diretoria responsável pela gestão da federação de agricultura mais antiga do país, com 91 anos. O mandato de Gedeão se inicia no dia primeiro de janeiro de 2019 e vai até 31 de dezembro de 2021. Gedeão será o 24º presidente da entidade.

    O perigo

    Em um ano, drones fecham quatro aeroportos no Brasil e põem voos em risco. Há horas repito que é questão de tempo, não é “se” mas “quando”. E aproveitando a ocasião: sempre se lê que, em caso de acidentes aéreos, o perigo está nos céus. Totalmente errado. O perigo está na terra, porque é com ela que o avião termina seu voo.

    Crédito universitário

    Em uma parceria inovadora com a Unisinos, o Banrisul está lançando o CDC Crédito Universitário Banrisul. Trata-se de uma linha disponibilizada para alunos ingressantes ou que já integrem cursos superiores, que permite financiar a matrícula e 100% do valor da semestralidade.

    Dentre as vantagens oferecidas pela linha de crédito, está a de possibilitar ao aluno o dobro do tempo do curso para pagamento –  ou seja, o financiamento de cada semestre pode ser quitado em até 12 meses. Sempre que iniciar o próximo semestre do curso, o aluno pode solicitar um novo financiamento, que só começará a ser pago depois de pagar o financiamento do semestre anterior, explica o presidente do banco Luiz Gonzaga Mota.

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