• O remédio do monsieur Henri

    Publicado por: • 9 nov • Publicado em: A Vida como ela foi

    Na edição de ontem mostrei uma foto dos anos 1960 com duas presenças nacionais, o Bom Bril e a Casas Pernambucanas. Hoje é a vez de uma esquisitice sobre rodas, um ônibus ou que quer que seja esse estranho veículo adaptado pelas conhecidas pastilhas Valda. Olhem o que é aquela lata gigante grudada (pregada?) na lateral do veículo. A imagem não diz em qual cidade circulou esse monstrengo, mas acredito que seja no Rio de Janeiro. Hoje, a Valda está ativa e vende mais de 100 produtos diferentes, produzidos pela Cannnone do Brasil.

    Mas a história da sua criação é supimpa. Ela foi criada pelo farmacêutico Henri Canonne, que as vendia nas estações de trem de Paris no final do século XIX início do século XX. Henri achava acertadamente que a porta para infecções era a garganta. O curioso é que Valda era um nome de mulher muito comum nos países germânicos, então Henri batizou sua pastilha de Valda – nome associado a poder, força.

    Na farmacinha lá de casa sempre tem uma latinha de pastilha Valda. Quando eu era pequeno, minha mãe me dava pastilha Valda caso o gargarejo com água quente saturada com sal iodado não resolvesse o problema. Creiam-me gargarejo com essa mistura não falha nunca. Minha amigdalite sumiu com esse processo, e uma gengivite que infernizou minha vida por três dias no internato do Colégio São Jacó, hoje campus Feevale em Hamburgo Velho, fugou com os gargarejos.

    Faço justiça a quem me receitou esse “tratamento”, um irmão marista chamado Nilo, que conhecia ervas e tinha uma para cada doença. Mas gargarejar na rua é complicado, então vamos de Valda.

    Provisoriamente.

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  • Assim se chamam os boleiros

    Publicado por: • 8 nov • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    O jornalista Juarez Fonseca, colega de profissão e de faculdade, garimpou uma lista de nomes de jogadores de futebol da primeira divisão de 2018. Alguns são hilários, ou estranhos, ou junção de dois nomes próprios para dar uma mistura nada fina. No meu juízo, não é tanto o nome em si, mas a grafia que os pais pespegaram no rebento. Por exemplo, não basta batizá-lo com o francês Pierre, tem que botar um “Y”

    Alguns dos nomes capturados pelo Juarez: Dionathã, Rithely, Weverton, Mayke (o “Y” já tem som de “ai”), Hyoran, Marllon, Willean, Shaylon, Andrey, Patrick, Patric, Thalisson, Kady, Uilson, Uillian, Willian, Jean Pyerre, Thaciano, Thony Anderson, Uendel, Wellington, Allione, Gregore, Richard, Maicon, Maykel, Adryelson, Helerson, entre outros.

    Vamos combinar que Adryelson é muito bom. Tem o Thaciano – eu conheci uma Taciana, o Dendel (Washington?). Thony Anderson até que passa, nome artístico de ator de novela ou cantor, quem sabe. Kady por ter origem em “caddie”, o sujeito que carrega os tacos do jogador de golfe. Enfim, cada um, cada um, que sejam felizes com os nomes que ganharam no berço.

    O jogador Dirrã

    Contam que, no interior de Espírito Santo, havia um atleta de clube de futebol do Espírito Santo que atendia pelo nome “Dirrã”, bastante conhecido das torcidas. Um dia, houve um jogo beneficente que mereceu a atenção de uma grande emissora de rádio. E o locutor da rádio local só falava nele, era Dirrã pra cá e Dirrâ pra lá. No intervalo, o repórter da rádio visitante alcançou o atleta a caminho do vestiário.

    – De onde veio esse sobrenome, você é de origem francesa?

    – Não, não, nada disso. É que meu apelido é cu de rã, então como fica feio falar isso no rádio ficou só Dirrã.

     O livro da sabedoria

    Em viagem para a China, o editor-chefe do Jornal do Jornal do Comércio, Guilherme Kollimng, conta que o governo chinês preparou edições em vários idiomas – inclusive o português do livro em que o presidente Xi Jinping fala da sua gestão, soluções para o momento atual e visões sobre o futuro. Vende como pão quente, conta. Bom, Xi tem muito que contar mesmo.

    Embora exista a figura do primeiro ministro, ser presidente de um país gigantesco, traçar rumos para a economia e atividades a ela ligadas não deve ser fácil. É uma proeza, na verdade. A China será o país mais poderoso do mundo logo ali.

    Visita à zona

    O Ministério Público de São Paulo acusa cinco vereadores de Iacanga, município do interior de São Paulo, por improbidade administrativa. Na ação, o promotor afirma que os parlamentares – quatro casados e um solteiro – pagaram despesas “em casa de forte apelo erótico”. Forte conteúdo erótico é muito bom.

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  • As dificuldades são como as montanhas, que se aplainam quando avançamos sobre elas.

    • Babaquice, eu sei •

  • Da panela para o chuveiro

    Publicado por: • 8 nov • Publicado em: A Vida como ela foi

    As Casas Pernambucanas estão de volta ao mercado gaúcho. O Bom Bril nunca saiu e está firme desde que eu me conheço por gente, é a palha de aço que tinha mil e uma utilidades, seu apelo publicitário. As Pernambucanas ganharam lojas em todo o Brasil. Quando fui bancário, todo final do expediente vinha o gerente da loja depositar o faturamento do dia, que nem mesmo esquentava na conta – a razão social era Lündgren Irmãos Tecidos S.A., família que hoje só tem um terço do negócio, destino muito comum em empresas familiares.

    Esse sistema de enviar imediatamente o depósito chamado de Ordem de Pagamento (por telegrama) para a matriz irritava o gerente do Banco da Província, porque o depósito não esquentava nem um dia na conta, o que não gerava efeito de volume de depósitos que era o termômetro do sucesso de uma agência – e do gerente. Mas, ordens são ordens.

    O Bom Bril fazia jus ao slogan. Vocês devem conhecer muitos usos, inclusive quando já está gasto e na hora de botá-lo fora, como abrir os furos dos chuveiros e outros. Mas o Bom Bril salvou, não digo minha vida, mas meu moral. Você desfia a palha de fios bem finos, pega duas pilhas (podem ser gastas, também funciona), coloca as pontas nos polos positivo e negativo e surprise, fiat lux!

    Quantas e quantas vezes acendi fogueira com esse artifício. Fico imaginando se o Bom Bril existisse na pré-história. Fogueiras instantâneas dariam todo o poder do mundo ao incendiário.

    Imagem: acervo vereador João Carlos Nedel

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  • Os espertinhos

    Publicado por: • 7 nov • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    E lá se vão os gaúchos em louca cavalgada? Pra quê?/Pra nada… Sempre que alguém apronta uma gauchada lembro dos versos do pernambucano Ascenso Ferreira. A última aprontada do fundamentalismo guasca partiu da Assembleia Legislativa, que vem aprovando leis que dão aumentos à revelia para categorias públicas, conta monstruosa que vai cair no colo do eleito Eduardo Leite.

    Adeus moralidade

    Tem sido assim desde que este país entortou, acredito que depois da Constituição de 1988. Botaram alguma coisa na água que afetou o senso de responsabilidade dos nossos deputados. Vocês que acreditam que nossos governantes são a causa primeira dos nossos males estão errados. Quem faz traquinagens políticas, econômicas e sociais são os nossos parlamentares, de cima a baixo.

    Momento só

    ac3d942066c57750-b3d5b-e1478966856904Olhem, eu divido que em algum momento todos os eleitos não tenham refletido e por alguns instantes não tenha dito para si mesmos “mas o que diabo eu estou fazendo aqui, onde eu estava com a cabeça quando me candidatei? ”

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