• Os cornos do trabalhador

    Publicado por: • 8 fev • Publicado em: A Vida como ela foi

    “…achou que sobrava luz do dia e sugeriu que trabalhasse das 5h às 22h”

    De um ricaço desses de aparecer na lista dos 10 mais da Forbes, conta-se uma história. Contratou um trabalhador e colocou-o a abrir rasgos na terra. Deu-lhe um horário de trabalho das 8h às 17h. Certo dia, observando o trabalho do seu colaborador, achou que podia ser melhor aproveitado. Sugeriu-lhe então o seguinte: – Ó amigo, já que você tem duas mãos, com uma mão você cava e com a outra vai regando. E comece a vir das 7h às 18h. No outro dia, o ricaço olhou outra vez para o seu colaborador e achou-o ainda pouco produtivo. – Já que você além das mãos tem também uma boca, podia enchê-la de sementes e enquanto com uma mão cava e com a outra rega, podia cuspir as sementes. E a partir de agora, começas a trabalhar das 6h às 19h. No outro dia, achou que sobrava luz do dia, portanto sugeriu-lhe que o seu trabalho passasse a ser das 5h até às 22h. E assim foi. Um dia quando o pobre diabo voltava para casa, deparou com a sua mulher com outro homem na cama. O homem, chorou, chorou, chorou vezes sem conta até que a mulher e o amante, desesperados com aquela situação, tentaram consolá-lo (!). Mas não seria choro demais apenas por guampa? – Não é nem tanto por isso. É porque se o patrão descobre que tenho dois cornos, coloca-me lá umas lanternas e põe-me a trabalhar à noite! Moral da história: nada está tão ruim que não possa piorar. (Colaboração de Harry Fockink)

     

     

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  • Uma amnésia carnavalesca

    Publicado por: • 7 fev • Publicado em: A Vida como ela foi

    “…pegou seu Corcel II LDO e se mandou para Montenegro”

    Como já não se fazem mais carnavais como antigamente, também desapareceram os blocos do tipo “o que é que eu vou dizer em casa”, foliões que curtiram o Momo no xadrez. Folião desaparecer de casa para pular carnaval não chega a ser novidade. Bons e sólidos casamentos já foram pro saco por causa dessa compulsão. O diabo é que, depois de algumas biritas, a prudência vai para o beleléu. Mesmo os casados. Principalmente os casados, como foi o caso, nos anos 70, de um jornalista da praça, ainda vivo e atuante. Contam que ele saiu para cobrir o Carnaval para a emissora de TV na qual trabalhava e acabou cobrindo uma foliã, coleguinha de trabalho por sinal. Acordou na quarta-feira de Cinzas, com a cabeça que era um porongo. E agora, tio, qual a desculpa? Matutou, matutou, e fiat lux! Pegou seu Corcel LDO II e se mandou para Montenegro. Estacionou defronte à praça, sentou num banco e esperou passar um casal bem-vestido e com cara de gente séria. Quando o casal passou na frente dele, fez uma cara de confuso e disparou: – Onde estou? Como é meu nome?

     

     

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  • A hora do derrame

    Publicado por: • 1 fev • Publicado em: A Vida como ela foi

    “…um deles começou a ficar pálido e suar frio”

    Um grupo de montenegrinos foi caçar no Uruguai. O risco sempre é grande, porque quem fiscaliza caça e pesca nas terras do companheiro Tabaré Vasques é o Exército. Que não brinca em serviço. O grupo cercou-se de cautelas e foi adentrando o território com todo cuidado, atento a qualquer movimentação estranha. Tudo ia bem, até que um dos caçadores começou a ficar pálido e a suar frio. A turma ficou preocupada, o cara estava que era um boné velho. O que havia? – Estou tendo um derrame – balbuciou o caçador. – Tô mal. Má hora. Puxa, a localidade mais próxima ficava a dezenas de quilômetros e até lá o sujeito podia ir desta para uma melhor. O pior é que ninguém do grupo tinha sequer noções de primeiros socorros. O que se faz quando alguém tem um derrame? No desespero e lembrando do que viram em algum filme, deitaram o doente, afrouxaram a camisa. Foi sugerida respiração boca-a-boca. O forte bafo de cachaça prontamente os fez desistir da idéia. Por via das dúvidas, deram mais um trago para ver se o enfermo pegasse pelo menos uma cor. E não é que o cara começou a melhorar? Ganhou cor, parou de suar e em poucos minutos levantou-se, todo pimpão. Em seguida, todos os paramédicos amadores sentiram um forte cheio de merda. Bueno, dos males o menor. Certamente que foi algum mal-estar momentâneo, não um derrame. – Claro que foi um derrame – garantiu ele. E completou o auto-diagnóstico dando mais uma talagada da mardita. – Derrame intestinal.

     

     

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  • As histórias de Collares

    Publicado por: • 31 jan • Publicado em: A Vida como ela foi

    “..para variar, também naquele tempo governador e vice não tinham boas relações”

    Quando era governador, Alceu Collares mandou reformar o banheiro social da ala residencial. A imprensa caiu de pau pelo considerado alto custo. Mania de jornalista. Para a maioria, tendo vaso, pia e um rolo de papel higiênico está tudo nos trinques. Para rebater as críticas, Collares, com aquele seu jeitão, convidou um grupo de jornalistas para ver a obra. Mostrou, explicou e arrematou: “Quando eu sair do Piratini poderão dizer que o negão já foi tarde. Mas jamais poderão falar que eu sou um negão relaxado”. Ganhou o pessoal e nunca mais se falou na reforma. Ele saiu, o banheiro ficou. Reformado. Numa de suas viagens ao exterior, assumiu o vice-governador João Gilberto Lucas Coelho. Para variar, também naquele tempo governador e vice não tinham boas relações. Collares voltou de uma viagem à França um dia depois da abertura da colheita da soja. As capas dos jornais mostravam a foto de Lucas Coelho na clássica foto, montado numa colheitadeira com alguns pés de soja nas mãos. Quando viu as fotos, comentou, azedo: – Fosse comigo, os jornais iriam escrever “Olha o Negão carregando gravetos”.

     

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  • A loira do Chevette

    Publicado por: • 30 jan • Publicado em: A Vida como ela foi

    “…os jornais se escandalizavam com esta invasão”

    Contou-se ontem o caso de um garanhão porto-alegrense e uma loira no antigo bar do Hotel Plaza Porto Alegre, o Plazinha, que completa 50 anos em agosto. Mas nem só de loiras mulheres, há casos. Em meados dos anos 70, quando os travestis começaram a atuar nas ruas de Porto Alegre, havia um famoso que atuava no entorno da praça Otávio Rocha. Buscava clientes com um Chevette, principalmente á noite. Visualmente falando, dava uma boa enganada mas só à primeira vista. Três segundos bastavam para se ter certeza de que se tratava de um homem. Na época, os jornais se escandalizavam com esta invasão e os malefícios que causavam á tradicional família pampeana. E dê-lhe editorial e matéria denunciando a sem-vergonhice. Menos da falecida Folha da Manhã, que achava um direito de travestis se virar, igual a prostituta. Daí que a loira do Chevette ficou amiga do pessoal da redação da Folhinha. Como sabia poucas e boas do que acontecia na noite e nas delegacias, virou fonte preciosa de informações. – Vocês não se enganem – dizia ela para a turma – a maioria dos clientes que me procurar não é para que eu desempenhe o papel de mulher, mas de homem mesmo. Isso acontece ainda hoje. Vide a rua São Carlos, paralela à avenida Farrapos. É incrível que cidadãos respeitáveis parem e façam programa com os travestis. Alguns em petição de miséria. E drogados. Pelo visto, e os depoimentos das loiras ou morenas com ou sem Chevette abundam, o lado feminino dos gaúchos é muito forte. Sobretudo depois de umas biritas. Aí sempre cabe a desculpa “eu estava bêbado, me enganei”. Conversa.

     

     

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