Tarawa, o máximo em burrice

17 ago • A Vida como ela foiNenhum comentário em Tarawa, o máximo em burrice

A burrice ou a incompetência regem o mundo. Não é só no Brasil. Os norte-americanos também têm as suas. Pegue-se o exemplo do Atol de Tarawa, uma tripa localizada no Pacífico Sul que, na II Guerra Mundial, era estratégica.

Os japoneses fortificaram a ilha para proteger o aeródromo, vital para eles. Lançaram ataques para alvos fixos ou móveis em toda a região. Sabiam que os americanos precisavam dele, então tomaram suas precauções.

Como não era tão grande, mais ou menos como o Central Park de Nova Iorque, cercaram-na com altos muros feitos de toras de coqueiros, resistentes. Roliços. Por isso, fáceis de transportar, e capazes de aguentar pesados ataques da artilharia ou bombas.

Escolheram 4 mil soldados da elite japonesa e esperaram. Os americanos vieram com lanchões – na maré baixa. Então, encalharam. Não contavam com o muro também.

Para ajudar os marines, mandaram tanques Sherman com um canhão ridículo de 37mm. Nem fazia cócegas nos coqueiros.

Para piorar, a frequência dos rádios dos tanques não era a mesma dos rádios dos fuzileiros navais. Para remendar a situação, depois que perderam 1,5 mil marines, colocaram na lateral dos tanques um telefone para se comunicar com a tripulação do blindado. Tomaram Tarawa dias depois. Mas perderam 1,5 mil marines em três dias.

Nem o Exército Brancaleone faria tantas trapalhadas em espaço tão curto de tempo. Moral da história: nós não caminhamos sós.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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