Não tem tu, vai tu mesmo

17 ago • NotasNenhum comentário em Não tem tu, vai tu mesmo

O aumento do número de estagiários nas empresas brasileiras tem algumas entrelinhas que fazem pensar. Mas eu não me surpreendo.

De acordo com dados do Banco Nacional de Empregos, o número de vagas abertas passou de 5.934 em 2022 para 9.851 em 2023. Por si só, não é lá grande coisa. Mas o que fica subjacente é o que está por trás, no que podemos chamar de juvenilização. Inclusive nas empresas jornalísticas.

O bom, o ruim e o caro

A maldita pandemia acentuou uma tendência que teve começo com as diversas crises (êta palavra banalizada!), quando era preciso manter a produção e baixar os custos de qualquer maneira. O fator humano pesa muito nos custos.

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O estagiário  bom é promovido. Mas a maior parte não é do ramo. Dependendo da empresa, custa a partir de meio salário mínimo. Já vi companhias como a Gessy Lever pagar cinco salários mínimos. Ocorre que é caso isolado, e o estagiário não substitui o veterano.

É sair do atoleiro agora e entrar num mais profundo depois. A qualidade do produto ou do serviço nunca será a mesma. Felizmente, parte das companhias entende essa falsa vantagem, a de pagar menos para perder mais. Não é a regra.

https://cnabrasil.org.br/senar

O equilíbrio é rompido a tal ponto que, em algumas, o número de jovens inexperientes é maior que o dos veteranos experientes. Aí a questão já não é mais custosa. É a cultura de que velho está obsoleto, que é um estorvo, ao contrário de países mais avançados, especialmente os orientais.

É uma coisa bem nossa, bem latina, bem de acordo com a mentalidade tacanha de ver o futuro dividido entre receita e despesa. E deu.

O cordão dos puxa-sacos 

Qual o melhor assessor que um parlamentar pode ter? Um que não goste do patrão ou de seu pensamento político. O pior é que concorda com tudo, e transforma-se no maior puxa-saco do mundo. O “inimigo”, digamos assim, vai dar a real para seu deputado ou senador.

Há um pequeno problema na tese: vá dizer isso a um político brasileiro. Em quase 100% dos casos, ele prefere uma alisada hipócrita que uma admoestação verdadeira.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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