O de sempre
A semana termina como a semana que passou. Batemos sempre nas mesmas teclas no jornalismo. Senado deve votar a reforma fiscal – a imprensa largou de mão o “arcabouço fiscal”, parece que cansaram de usar o termo – a bolsa brasileira cai sem parar a 13 dias, recorde desde que surgiu o Ibovespa, a monotonia dos Rolex ganhos pelo casal Bolsonaro, assunto que o leitor comum já encheu de ler e ver. Cada vez mais os economistas se inquietam com o rombo fiscal e se perguntam como eu de onde virão os R$ 1,7 trilhão do PAC se faltam R$ 100 bilhões para fechar as contas deste ano.
Mas não se inquietem, aldeões. O Brasil sempre deu um jeito fiscal fingindo que ele não existe, e o pepino fica para o ano que vem. O que o povo sabe de déficit primário, de superávit nas contas? Nada. E nem quer saber.
Já cansei de bater no assunto de que a distância entre os parlamentos e a chamada opinião pública é cada vez maior. Nem eles falam direito e nem o povo os escuta. No meio do caminho, tem um muro acústico, uma mistura de isopor com cimento que impede que o som se propague.
Papo vai, papo vem…
Nos anos 1960, o então deputado federal Carlos Lacerda fez um discurso criticando um deputado governista. E pegou pesado. O atingido pediu um aparte.
– O que vossa excelência diz entra por um ouvido e sai pelo outro.
Má ideia. Lacerda nunca deixava barato.
– Impossível, o som não se propaga no vácuo, excelência.
Os bichinhos do povo
Os brasileiros possuem 168 animais de estimação, incluindo peixes e outros. Os donos agorá, são chamados de tutores, outra besteira do politicamente correto. Ou animalmente correto, como queiram. Só falta a criançada ser chamada de tutoras de bichinhos de pelúcia.
A cidade lua de mel
A imagem é de 9 de abril de 1986, e mostra a entrega de requerimento de emancipação do distrito de Ana Rech de Caxias do Sul na Assembleia Legislativa. O de gravata com listras e o então deputado e futuro governador gaúcho José Ivo Sartori. Ana Rech já era conhecida como destino para recém-casados. Virou febre passar lua de mel na cidade. O apelido dela era o Cemitério das Virgens, mas que tal essa?