• O meu protesto

    Publicado por: • 11 jul • Publicado em: Caso do Dia

     Os interesses, protestos e pleitos das manifestações de rua só conseguem atrapalhar a vida das pessoas comuns que precisam voltar para casa de ônibus, trem ou de carro. Azar de quem mora no Centro de Porto Alegre.

     Então, eu também quero fazer minha manifestação. Quero bananas retas, abacaxi sem espinhos, batata separada em gomos para fritá-las, melancias com alça e cocos com abridor anexo. Isso o governo não vê, como diz o Zé da Silva quando vê passar um mulherão. Ainda bem. Soubesse, o governo estragava.

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  • A expulsão de Paixão Côrtes

    Paixão Côrtes é fotografado por JOão Mattos

    Publicado por: • 11 jul • Publicado em: A Vida como ela foi

     No próximo dia 12, o pesquisador e folclorista Paixão Côrtes completa 90 anos. Terá homenagem da Assembleia Legislativa, reconhecimento público bem diferente dos anos 1970, quando queriam até sua expulsão. Paixão foi ator de comercial de uma marca de café solúvel, a Dínamo, em que aparecia pilchado e exclamando “Chega de café de chaleira!”. Não foi à toa. Paixão provou que o café em que se mergulha um tição para a borra assentar no fundo, era invenção turca há séculos.

     Foi um Deus nos acuda. Grupos formados por fundamentalistas guascas foram a Palácio pedir que o governador Euclides Triches expulsasse o pesquisador do Estado, Vocês leram certo, queriam expulsá-lo do Rio Grande do Sul. Pleito obviamente ignorado por Triches.

     Isso foi em 1973. De lá para cá, o fundamentalismo ganhou corpo mesmo fora dos centros tradicionais de gauchismo exacerbado. O fato é verídico e dou fé, e se não acreditarem em mim perguntem para o Paixão, que, nas pesquisas, nunca pregou prego sem estopa e tudo que descobria filmava em filmadora Super 8 e ainda gravava em áudio separado.

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  • No Brasil, até o passado é imprevisível.

    • Pedro Malan •

  • Alô, alô, quem não fala?

    Publicado por: • 11 jul • Publicado em: Notas

     Liguei para todos os telefones possíveis de uma agência bancária, sem sucesso, na manhã de sexta-feira. Provavelmente por milagre de Santa Rita de Cássia aliado a Santo Expedito, uma alma caridosa atendeu quando eu me encaminhava para a desistência. Reclamei da demora e ela candidamente deu a desculpa mais cretina do mundo:

     – Mas o senhor precisa entender que hoje é dia de muito movimento, então…

     -…então ninguém atende o telefone – emendei. – E o cliente que se exploda, certo?

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  • Como era alto meu pasto

    Publicado por: • 11 jul • Publicado em: Notas

     Paulo Artur Godoy, 76, viveu tempos de glória quando era da cúpula da União de Seguros, estatal gaúcha, nos anos 1970. Morava no Rio de Janeiro e tinha grana até para fazer safáris no hoje Sudão do Sul, na África.

     Pode ser visto diuturnamente no Mercado Público de Porto Alegre, onde é mais conhecido que pastel de rodoviária. Nas suas caçadas abateu uma gazela de Grant, cuja cabeça empalhada doou para o Restaurante Gambrinus. Está lá até hoje. Como ele mesmo diz, naqueles tempos comia em pasto alto. Tem histórias pra mais de metro sobre a boemia de Porto Alegre.

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