• O país dos coitadinhos

    Fernando Albrecht fala sobre o Brasil o país dos coitadinhos

    Publicado por: • 4 jan • Publicado em: Caso do Dia

     Em 1967, o jornalista Emil Fahrat escreveu um livro com o título desta nota. Já na época Fahrat enxergava uma Nação dirigida para essa plebe ignara convicta de que o governo deveria sustentá-los de cabo a rabo. O coitadinho é embalado em carrinho de nenê por toda a vida. Um exemplo clássico acontece na minha cidade, Porto Alegre, na qual cerca de 40% dos passageiros não pagam passagem por um motivo ou outro.  Mais um exemplo clássico é o comércio informal, que tira empregos, não paga impostos e leva ao fechamento do comércio legal.

     Nada leva a crer que a cultura oficial do coitadismo vá mudar, ao contrário. Já foi escrito por mim e por muita gente boa que a Carta de 1988 é uma das culpadas, só previu direitos sem deveres. Verdade, mas antes da Constituição Colcha de Retalhos, essa cultura já existia e turbinada cada vez mais. Para dizer a grande verdade, o governo é reflexo dessa situação. Somos um povo fraco, uma sociedade fraca, chegamos ao ponto em que todos querem tudo de graça. Queremos ar condicionado nos ônibus urbanos, mas não queremos pagar por ele. Em certa época, eu escrevi que, de coitadismo em coitadismo, estamos formando uma nação de frouxos.

     Melhor dizendo, já formamos.

     Imagem: Freepik 

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  • O caso da cobra

    Publicado por: • 4 jan • Publicado em: A Vida como ela foi

     Esse caso do menino de 12 anos que teria sido esmagado por um réptil de grande porte, em cidade gaúcha do Norte do Estado, tem tudo para ser a mais nova lenda urbana, mesmo com o legista descartando a hipótese – o guri morreu afogado e sem sinais de fraturas ou esmagamento. Não demora e vão ver jiboia ou sucuri até no tanque de lavar roupa.

     Nos anos 1980, quando eu fazia o Informe Especial da ZH, vivi isso na carne. Começou com um boato de que uma criança teria sido picada por uma cobra no balcão de verduras de um supermercado Real de Porto Alegre, a maior rede da época. Escrevi uma nota sobre o rumor, alertando que não deveria ser levado a sério. Talvez por isso mesmo, a lenda ganhou força e não demorou a se espalhar por cidades do interior gaúcho. Chegou a um ponto tal que o Real teve que publicar a pedidos nos jornais de Santa Maria e de Rio Grande desmentindo o acontecido. Passei a receber telefonemas de diversas cidades dando conta que foi nelas que se deu o caso da cobra.

     Comecei a matar a charada perguntando a cada um deles se ele estava junto ou perto do acidente. Nunca estavam. Sempre era algum parente ou conhecido que teria testemunhado o evento, tipo “eu não vi, mas o primo da vizinha, que tem um afilhado cujo pai era estoquista do supermercado, ouviu a história de outro funcionário”. Lenda urbana é um negócio tão sério que as faculdades de Sociologia dos Estados Unidos têm uma disciplina que trata delas.

     Ainda mais envolvendo cobra.

    Imagem: CABM/Divulgação

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  • As palavras só me pertencem até eu proferi-las.

    • Aureliano Chaves, vice-presidente da República anos 70 •

  • Férias na redação…

    Publicado por: • 4 jan • Publicado em: Notas

     A queda no volume de informações nos grandes jornais brasileiros durante janeiro e fevereiro se deve menos à trégua que o período dá apenas porque todos estão de férias, incluindo empresários, executivos e fontes primárias. Em qualidade e quantidade o período é de vacas magras também porque os editores e repórteres de primeira linha estão fora.

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  • …férias na informação

    Publicado por: • 4 jan • Publicado em: Notas

     Já debilitadas por conta da queda no volume de anúncios, as redações estão operando com um mínimo de bons profissionais. Quando estes poucos saem de férias, assumem interinos que, obviamente, não são do mesmo naipe dos titulares, especialmente nas colunas. Claro que há surpresas positivas, mas são exceção. Chamo isso de “tesão do interino”, que faz de tudo para ganhar o seu lugar ao sol.

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