• As más companhias

    homem fumando maconha sem companhias

    Publicado por: • 8 jun • Publicado em: A Vida como ela foi

    Acho que já confessei que fumei maconha apenas uma vez na vida, o que deve horrorizar a gurizada de hoje. Mas como pode o coroa só ter encarado uma vez um baseado? Que cabeça mais torta, devem dizer. Não sem antes comentar com os amigos envoltos em fumaça “mas onde é que vamos parar desse jeito?”. De fato, imagino que não devo ser um bom exemplo para a juventude de hoje. Onde já se viu.

    Se algum mano ou mana me questionar sobre minha triste juventude, sempre posso dizer que tive maus amigos, as tais más companhias. Minha mãe  me alertava sobre eles, mal sabia ela que a má companhia era eu. Imagina, só dar um tapa uma vez na vida.

    Foi no final de um baile em alguma cidade do Vale dos Sinos, não tenho certeza qual. Bailes eram o must naquela época. Bem, na saída entramos – éramos quatro – no Simca Chambord do riquinho da turma, e o baseado passou de boca em boca. Eu fui o último, o que já era uma prova de fraqueza. Todos fizeram aquele ruído característico de trancar a respiração e depois exalar a fuma restante, então me vi obrigado a fazer o mesmo.

    Só que não senti absolutamente nada. Os outros juravam que sim, mas eu não. Depois de muita discussão, chegamos à conclusão que a parte da erva que eu inalei era bosta de vaca seca, então, não deu barato.

    Até nisso sou torto. Imagina, uma vez na vida e quando dou uns tapas é em bosta de vaca.

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  • Primeiro ato

    Publicado por: • 7 jun • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    A bagunça do frete em dobro pela nova Lei do Frete foi por mim abordada na PG.3 do Jornal do Comércio, na edição de terça-feira. Publiquei sozinho. Não dá para dimensionar a confusão criada. Um caminhoneiro avulso recebe R$ 90,00 por tonelada para ir de Sarandi, norte do RS, ao porto de Rio Grande. Na volta, transporta para sua região fertilizantes e outros insumos, percebia por tonelada R$ 50,00. Então veio a greve.

    Segundo ato

    E com ela veio a revisão do frete mínimo, anotei na página Começo de Conversa. Para ir da mesma cidade ao porto, a tonelada custava R$ 138,00 e para levar os mesmos insumos teria que receber iguais R$ 138,00. Resultado: aumento de quase 100%, que nenhuma empresa aceitava pagar, ninguém contratava ninguém e toda a comercialização parou, especialmente da soja – e são milhões de toneladas.

    Terceiro ato

    Mais atrapalhado do que cusco em tiroteio, o governo diz que houve erro na hora da publicação, que veria isso com a ANTT, órgão regulador e responsável pela publicação no Diário Oficial. Não foi culpa dele, foi da lei malfeita. Agora, estão correndo atrás do prejuízo.

    Último ato

    Não tem. No Brasil nunca tem último ato. Sempre aparecerá alguma coisa que necessite de remendos ou de no diploma legal. Parece mentira, mas Brasília não tem burocratas que enxerguem esses erros e avisem o chefe. Ou viram e advertiram, mas só encontraram ouvidos moucos.

    Debate, frio ou quente

    O debate entre candidatos, por si só, não define a posição do eleitor de quem o assiste. Dissecado pela imprensa, fracionado em alguns pontos pelas emissoras de TV, pode sim induzir o voto. Na televisão e rádio, temos aquele velho problema que a palavra entra por um ouvido e sai pelo outro, enquanto a palavra impressa fica e pode ser convenientemente digerida.

    Tradução da informação

    Ocorre que nós podemos, sim, induzir e canalizar o voto do eleitorado. Quando os colunistas dizem que fulano de tal foi um desastre no debate, o leitor já torce as orelhas, a não ser o que já definiu seu voto há muito tempo, o fiel partidário. Quando vários colunistas e o noticiário político dizem, mesmo que com outras palavras, que fulano foi mal na pugna, o trocar de orelhas se transforma em convicção ou perto dela. Por si só, esclareço, a mídia não muda voto, mas, em caso de dúvida, dá um empurrãozinho.

    Na reta final

    Por isso que só na reta final os debates tem mais audiência. Ninguém tem saco para ver a enxurrada diária de debates em todas as plataformas, a não ser os fiéis militantes de voto já decidido. O caçador de candidato, então, precisa da radiografia do que foi discutido. Ou não dá pelota, a julgar pelo número de televisores desligados.

    Os espetos de sempre

    Ah, mas comigo não funciona, dirá você. Para quem é do grande diretório nacional do deputado Magalhães Pinto, a pequena parcela da população que sabe das coisas, verdade. Mas quem diz que a população em sua maioria sabe das coisas. Sejamos honestos, não sabe. Por isso é presa fácil para populistas e demagogos.

    Jornal do Comércio

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  • Qual frio, o teu ou o meu?

    Publicado por: • 7 jun • Publicado em: A Vida como ela foi

    Os primeiros frios sempre são os piores, depois acostuma-se. Com 15 graus Celsius, todo mundo tirita. Três dias depois, nem acusa o golpe. Ocorre que a temperatura baixa tem vários componentes, umidade do ar (piora sensação de frio ou de calor quando alta), dos ventos (sensação térmica) e até do estado de espírito. E é evidente que sair da cama cedo não precisa de frios enregelantes para maldizer a estação.

    Feito esse preâmbulo, e admitindo que pessoas com maior camada adiposa – gordura, mas não necessariamente pessoas gordas – são menos friorentos do que os magros. A gordura é um excelente isolante térmico, confirmem com os ursos. Agora vem a questão: por que quando éramos jovens o frio era maior que hoje?

    Nada a ver com efeito estufa, os invernos eram mais frios etc. Porque éramos mais magros, principalmente os homens, e quanto mais magros, mais frio sentimos. Há um teste fácil de fazer para quem guarda fotos de família ou de amigos nas praias em décadas passadas, anos 1960, por exemplo. Observe que quase todos eram magros, exceções à parte. Agora, pega a mesma turma ou o que restou dela. Todos mais gorduchos, certo?

    Uma outra variável é a fome. Enfrentar baixas temperaturas com estômago roncando é torturante. Eu sei, porque eu pesava pouco mais de 60 quilos e passei fome nas madrugadas de Porto Alegre, sem dinheiro para um lanche sequer, ah, isso foi doloroso.

    Então vou dar minha definição. Para mim, frio é quando faz abaixo de 10 graus DE DIA. Pior ainda quando é acompanhado pelos ventos Minuano ou Pampeiro.

    Foto: Frepik

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  • Viver consiste em construir recordações futuras.

    • Ernesto Sábato •

  • A Coreia de Jong-un

    Publicado por: • 6 jun • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    Kim Jong-un é fake. O mandachuva da Coreia do Norte seria filho do seu pai com uma coreana que morava no Japão. Pela tradição do país, são ilegítimos. Portanto, ele não é da família Kim. E para se parecer mais com o pai, fica mais gordo. Esta e outras revelações são do programa Politique de segunda-feira da TV5, francesa, um ótimo canal europeu.

    A plástica

    Há outros aspectos interessantes envolvendo Jong-un. Ele teria feito uma cirurgia plástica para ficar mais parecido com seus antepassados. E as estátuas do seu pai e do avô, fundador da dinastia que governa a Coreia do Norte, passaram a ter estranha semelhança com ele. Digamos que tomaram anabolizantes.

    Em compensação…

    …há alguns dados que aqui não são conhecidos. Não há fome na Coreia do Norte, há desnutrição. Kim Jong-un abriu o país para alguns investimentos estrangeiros favorecer a entrada de moedas fortes; a educação é obrigatória, 11 anos de escola; o Grande Líder (não confundir com o nosso de anos atrás…) realmente melhorou a economia e indicadores sociais. A questão é saber se a população o aprovaria se não fosse a mão de ferro policial do regime.

    O jogo de Alckmin

    Malandro político, no bom sentido, é indispensável para uma carreira de sucesso. A entrevista que Geraldo Alkmin deu ontem à Zero Hora mostra que o paulista sabe quais os pontos frágeis do Brasil de hoje, no que diz respeito às privatizações. Na primeira oportunidade, deixou bem claro que não privatizaria o Banco do Brasil e a Petrobrás. Prospecção, não deixando flanco para ataques em sentido contrário.

    O esquecido

    Também ajuda que esse detalhe foi guindado para o título da longa entrevista, o que é muito bom sabendo-se que o brasileiro raramente lê até o fim e tem a mórbida mania de pegar a parte pelo todo. É um dos nossos piores problemas, ainda mais que o lead, o resumo da matéria no primeiro parágrafo, está mais abandonado que cão de rua. Não no caso, claro, porque é uma entrevista e não reportagem.

    Vai para o trono ou não vai?

    A grande dúvida é se Alkmin conseguirá atrair os holofotes do eleitor mais adiante. Deveria ter mais luz há mais tempo, mas ele não é populista nem demagogo, condições que o povo adora e cai sempre nessa esparrela. Mas ainda acho que uma candidatura de centro como a dele terá lugar ao sol tão logo os extremos da esquerda e da direita prometerem mundos e fundos e o eleitor achar que não é por aí.

    Portugal, meu avozinho

    O Brasil recicla apenas 20% dos materiais apropriados. Portugal recicla 60%, é considerado exemplo mundial. E é o terceiro país menos violento do mundo. O título? Assim o jornalista Davi Nasser chamava o país na Revista O Cruzeiro, nos anos 1960. Embora fosse de descendência libanesa, falava dos brasileiros em geral.

    Do leitor…

    …Waldyr Borges Júnior, afirmando que Romário tem razão: “Pelé, arrolado como testemunha pela defesa de Nuzman, indagado se presenciou negociações indevidas para o Rio de Janeiro sediar a Olimpíada de 2014, negou. Mas ressalvou que podem ter acontecido na ausência dele!”

    No cartão

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    Jornal do Comércio

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