• Ritual do acasalamento (1 de 2)

    Publicado por: • 19 fev • Publicado em: A Vida como ela foi

    Vocês que se escandalizam com muitas mães despudoradas praticamente vendem suas filhas em alguns concursos de beleza tinham que ver como era a década de 1960. Também fora do mundo dos guizos falsos da alegria dos concursos de miss, na vida real mesmo. Elas vigiavam as filhas para que não casassem com pobretões, empregos sem futuro e baixa renda. Não, elas queriam casar as rebentas com futuros médicos, e preferência, na falta de algum milionário de plantão.

    Esse lado vendedor de corpo e alma era observável nos famosos Bailes da Reitoria da UFRGS. Rapazes de um lado, meninas frequentemente com as mamãs, ciosas do sagrado mandamento da virgindade, mesmo que ela já tivesse ido para o beleléu sem que elas soubessem. Ou não queriam acreditar. O hímen era a chave do reino dos céus de um futuro próspero, e como tal tinha que ser protegido. Mesma coisa que um carro 0 KM e um seminovo. Novo é novo. Se o mecânico deu umas voltinhas no carro zero já não era mais zero. Estragou o patrimônio futuro, por assim dizer.

    Quando o jogo começa, começa nervoso.

    Leia o final aqui.

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  • Momento batismo

    Publicado por: • 19 fev • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    A quantidade de mulheres batizadas com o nome de Shana me impressiona.

    Aqui se faz, aqui se paga

    Dizem que foi a Rainha Elizabeth quem deu a ideia da Inglaterra abandonar a parceria com os países europeus, talvez crente que sozinha pudesse ter novamente um império gerenciado por sua avó Vitória, tão vasto que o sol nunca estava sempre brilhando em algum terreno inglês. Verdade ou não, o Brexit está mostrando que a Rule Britannia pode dar com os burros n’água.

    Os negócios, sempre os negócios, dão as letras. São tão complexos os emaranhados fiscais e burocráticos que, perto deles, a nossa burocracia é coisa de nenê. A questão remete a uma outra, da qual os latinos são sempre lembrados: o populismo. Foi graças aos parlamentares ingleses populistas que a saída vingou. Muitos se arrependeram depois, mas aí Inês já era morta. Sai dessa, Betinha!

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  • Jogo de cintura…

    Publicado por: • 19 fev • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    Em assuntos de política, há dois tipos desse trejeito de sobrevivência por parte dos atores envolvidos. Diz-se deles que, quem o tem, é talhado para o cargo ou função. Mais do que isso, é condição sine qua non para ser admirado como ás da política e obter resultados positivos para a situação ou para a oposição, dependendo na posição do artista.

    …com espinha elástica

    Abre-se aqui um leque de problemas. Quem tem esse jogo que bambolê não ensina, mas tem que medir bem a sua circunferência abdominal virtual. Se em excesso, passa a ideia de alguém volúvel; se dura demais, a espinha quebra. Seria esse o caso do presidente Jair Bolsonaro? Em termos. Por sua formação castrense, ele é antes de mais nada um estrategista, alguém que teoricamente prevê o movimento seguinte, como no xadrez. Se planejou mal ou bem, só o tempo dirá. Por enquanto é cedo.

    Momento Verão

    O que eu acho incrível nos que são contrários ao Horário de Verão é o fato de não entenderem que a economia de energia elétrica não vale apenas para as concessionárias da geração, mas também na diminuição da sua conta de luz, já que as lâmpadas permanecem desligadas mais tempo que sem ele.

    Molde da TV

    No dia a dia, a televisão brasileira não muda o molde desde que nasceu. A primeira coisa além das imagens que fazem repórteres e comentaristas, compungidos na maioria quando se trata de tragédias ou transtornos diversos é ouvir um popular, que naturalmente diz que tudo é culpa do governo. De preferência, choram com o entrevistado. Agrada o povão.

    Mesmo que o assunto a ser resolvido exija uma complexa engenharia, a solução anêmica de argumentos técnicos é levada a sério. Para completar o quadro da dor, os comentaristas ou âncoras vociferam não raro exclamando “alguém tem que fazer alguma coisa”. A história mostra que, quando alguém faz alguma coisa de afogadilho, geralmente, piora o problema ou cria outros no arrasto.

    O jornalista deveria ser o último a se indignar. Repito isso há décadas e continuarei a dizê-lo pelo resto dos dias.

    O campo afogado

    Os problemas climáticos ocorridos em janeiro geraram a perda de 1.759.840 toneladas nas lavouras de arroz, soja e milho no Rio Grande do Sul, o equivalente a R$ 2,022 bilhões de prejuízo aos produtores. Os números foram apresentados pelo Sistema Farsul, nesta segunda-feira, dia 18, na sede da entidade, em entrevista coletiva. Conforme o levantamento realizado pela Federação, o impacto no PIB do Estado é de R$ 6,678 bilhões.

    A situação dos últimos anos da cultura arrozeira já havia indicado uma queda de 464 mil toneladas na produção orizícola de 2019 na relação com o último ano em razão da redução da área plantada. O alto volume de chuvas no início do ano foi responsável por uma diminuição de  683,8 mil toneladas, fazendo com que a safra deste ano seja 1,148 milhão de toneladas menor que 2018. Em valores, os prejuízos decorrentes da situação climática chegam a R$ 571,6 milhões.

    Somente Uruguaiana teve perda de 124,5 mil toneladas. Também registraram números expressivos Alegrete e Dom Pedrito, com 83,6 e 63,1 mil toneladas a menos, respectivamente.

    Em relação à produtividade, Candiota teve uma queda de 60%. De uma forma geral, o Rio Grande do Sul irá colher 13 sacos a menos por hectare (-8,6%).

    O presidente do Sistema Farsul, Gedeão Pereira, considera a situação da cultura bastante delicada. “O arroz é uma lavoura que está sem solução. Juntamente com o leite e o trigo sofre o impacto do Mercosul de forma muito forte e isso não tem sido suficientemente equacionado ao longo dos anos. E quando vem uma catástrofe em cima, evidentemente que os problemas se agravam com grande dificuldade, e é o que estamos vivenciando agora”, lamenta.

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  • Realidade é um bocado de sol simples.

    • Álvaro de Campos •

  • O Bar Naval

    Publicado por: • 18 fev • Publicado em: A Vida como ela foi

    Quem não conhece o Bar Naval do Mercado Público de Porto Alegre ou não o frequentou pelo menos uma vez na vida levante o dedo. Na semana passada morreu o antigo dono, seu João, João Santos, 89. Hoje é restaurante mais que bar, mas em outras épocas era o contrário. Juntamente com o mais que centenário Restaurante Gambrinus, bem ao lado, o Naval atraía políticos, empresários, boêmios, turistas, passantes abstêmios ou alcoólicos.

    Chamava-se Naval pela proximidade ao Cais do Porto. No tempo em que o Centro Histórico da Capital ainda reluzia, antes da classe média ser expulsa da área pela invasão de camelôs e ambulantes que não ambulam, o Mercado era e ainda é um espaço cult. Justiça seja feita, falamos cult hoje, porque nos anos 1940 até os 1960, o Naval era barra pesada. Onde é que vocês já viram estabelecimento frequentado por marinheiros ser pacífico?

    Certa feita, um governador resolveu visitar o bar onde, antes de se eleger, batia ponto diariamente. Molhava as palavras e as molhava bem molhadas, por assim dizer. Quando entrou foi uma algazarra, amigos e clientes o saudavam. O seu João desocupou sua mesa preferida antes de ele ser excelência. De repente, no meio de toda a guerra de palavras, uma frase se destacou.

    – Não serve canha pro homem que ele tá de serviço!

    Crédito: Divulgação

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