O poder da imaginação
Um cidadão serelepe pobremente vestido rodeava por entre usuários de ónibus em parada no bairro Santana. Celular mais frio que nota de 30 reais, fingia conversas e viagens fantásticas. Entre um voleio e outro do corpo narrava suas proezas imaginárias.
– Oi querido, sou eu… Sim, tudo certo. Olha só: comprei um apartamento na Goethe, daqueles enormes.
Chegou bem perto de duas mulheres.
– Não é o máximo? E outra coisa… Deixa eu falar criatura. Fui a Paris e estou de volta. Maravilhosa Paris!
O ónibus chegou e ele ficou sem plateia, mas seguia com o celular colado no ouvido. Paris, apartamento grande, deixa o cara sonhar. Na situação em que se encontra, é uma película de felicidade.
« Como tudo começou, como tudo terminará A mentira tem perna longa »