Grilos e vagalumes
Quem mora pra fora ou tem mais de 50 anos vai entender porque gosto tanto do coaxar dos sapos, do cri-cri dos grilos e do brilho dos vagalumes. Todos estavam presentes na minha infância e juventude, principalmente. Sapos e grilos também batiam ponto na praia, em quintais e áreas ainda não construídas. Como lembro deles em Tramandaí, antes da cidade virar paliteiro de cimento. O coaxar severo dos sapos anunciava chuva.
Há tempos, adotei um que apareceu na minha garagem, e ameacei de morte quem o espantasse. Já os vagalumes penso que estão extintos. Lembro deles no início das noites, quando os adultos tomavam chimarrão e nós – crianças – mate doce de capim cidró.
Vagalumes e pirilampos têm diferenças, vocês sabem. Um tem lampejos esverdeados intermitentes e outros luz contínua. Às vezes, as noites eram mágicas na minha pequena São Vendelino.
Acho que estão quase extintos. E não estão sozinhos.
A última vez que ouvi estes sons foi em Capão da Canoa, mas na velha Capão, antes dos edifícios e da poluição visual.
Também sinto saudade.
Abraço