A caipirinha do Índio

20 dez • A Vida como ela foiNenhum comentário em A caipirinha do Índio

Freguês diário do Restaurante Dona Maria, no Centro Histórico de Porto Alegre, o Índio abria os trabalhos antes do almoço pedindo uma caipirinha de cachaça no capricho. Era um pedido tão rotineiro que a bebida era preparada assim que ele assomava na porta do restaurante.

Pois, certo dia, ele entrou numa fria sem saber que era fria. Vamos aos fatos. Assim que o copo chegou na sua mesa, perto da copa e do caixa, nosso amigo deu uma boa talagada.     

– Êta que tá boa essa caipa – falou. 

Dois ou três goles depois, até se notava uma alteração na voz, certamente causada pelo álcool. Só que não.

Quando estava quase no fim, chegou um esbaforido garçom com outra caipira na bandeja.     

– Seu Índio, mil desculpas! É que meu colega, que é novo na casa, pensou que era cachaça a água que estava na garrafa de Três Fazendas, a água especial do seu Ernesto.   

Seu Ernesto era o dono do estabelecimento. E o outro até a tonturinha sentiu com água. Nunca subestime o efeito de um placebo.

https://www.brde.com.br/

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

FacebookTwitter

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

« »