O espírito do Conde sumido

20 dez • NotasNenhum comentário em O espírito do Conde sumido

Potencialmente, o clima de Natal amolece as mais insensíveis mentes, repetia o Conde Alfafa a cada vez que o cara do presépio e seus pais começavam a ser montados nas casas e vitrinas das lojas. Potencialmente, dizia, porque há alguns – como eu – que não se comovem mais com vermelhos e brancos, pinheirinhos e luzes piscantes.

https://www.banrisul.com.br/bob/link/bobw00hn_promocao.aspx?secao_id=3538&utm_source=fernando_albrecht&utm_medium=blog&utm_campaign=feirão_rec_credito&utm_content=escala_600x90px

Natal é bom para as crianças. Tinha lá sua razão, o Conde, uma figura mais mencionada que presente de corpo e alma, dos velhos tempos de Porto Alegre. Conde que não era nem conde nem cavalo para gostar de alfafa.

Nem mesmo ele sabia a origem do apelido, dizia-se dele. Mas ficou sendo assim até que um dia sumiu e nunca mais foi visto.  

https://cnabrasil.org.br/senar

Personagens folclóricos vão e vêm nas cidades grandes e pequenas, assim como vêm e vão os natais. Acredito que esse amolecimento ao que ele se referia, que de fato é sólido, deva-se às lembranças da nossa infância, em que acreditávamos no Papai Noel e nos presentes que ele teoricamente distribuía. Mais por estes últimos.

Natal, presentes e luzes, eis aí um trio capaz de dar uma trégua nesse desumano mundo.

Já quem não teve natais felizes na meninice sente mais tristeza que amolecimento. Uns querem repartir alegrias que não tiveram nos tristes tempos em que a desgraça era mais presente que a felicidade, Alguns nem conheciam essa velha senhora, que não visita muitas casas, não.

Outros querem dar aos filhos, netos, ou meninas e meninos pobres o que eles não tiveram na infância. Eis que são espíritos que entenderam o quanto é dever dos que possuem em favor dos que não possuem.

Natais costumam perder esse sentimento palpável a que me referi assim que começa a semana final do ano. Então o espírito é de ano novo, muito embora seja apenas uma mera mudança de calendário.

É uma substituição curiosa de sentimentos, esperanças de ano melhor e muito melhor do que está já está na UTI, desenganado que está. Quantas pessoas você conhece que dizem “Foi o melhor ano da minha vida”? Garanto que é um número bem menor dos que dizem “Não foi um ano bom para mim”.

Para os realistas,  um ano a menos na nossa vida. Para os otimistas, a esperança de que o próximo será o melhor de suas vidas. Quando o ar está pesado, quando as guerras, a destruição, os crimes, a perversidade humana não respeitam o espírito natalino, bom, então o tal espírito natalino obedece ao título do livro “Tudo que é sólido se desmancha no ar”.

Mas é preciso dar uma chance ao milagre. Se não para a gente, para os outros.

Ação…

O Banco Central anunciou que fará novas mudanças nas regras do Pix, implementado em 2020. O objetivo ´é diminuir as ocorrências de vazamento de dados e golpes relacionados à forma de pagamento instantânea.

Reação

Quaisquer que forem as medidas de prevenção para evitar fraudes no Pix, o mundo do Crime S.A. encontrará novas foras de enganá-las. Tão certo quanto o dia se alterna com a noite.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

FacebookTwitter

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

« »