O melhor reserva do mundo
O causo de hoje é do leitor e amigo Antônio Carlos Côrtes, e me fez lembrar um detalhe dos meus tempos de ginásio. A história é a seguinte:
Por volta do início dos anos 90, o treinador Evaristo de Macedo escala o talentoso jogador Djalminha no Flamengo. Marcelinho Carioca no banco de reservas.
Durante o jogo, Djalminha erra feio e Evaristo dá uma bronca muito forte nele. Marcelinho Carioca cai em escandalosa gargalhada. Evaristo olha sério, caminha até ele e sentencia, alto e bom som:
– Tu está rindo do quê? Se toca, meu! Tu é reserva dele!
Em matéria de futebol consigo enxergar a floresta sem me deter nas árvores. Confesso que não sou entusiasta do ludopédio, nome derivado do latim que quiseram nos impingir nos anos 1960 para substituir a expressão inglesa. E desconfio que essa não-paixão vem dos bancos escolares, como falei acima. Durante dois anos do ensino médio, aconselharam-me a participar do campeonato do Ginásio São Batista. Eram quatro séries e cada uma tinha em torno de 48 alunos. Entrei em campo e fui expulso em seguida.
Um bebedouro de água jogaria melhor que eu. Nossa classe tinha o time principal, o B e o C. Pois eu era reserva do C. Acho que devo ter batido algum recorde.
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No internato do Ginásio Rosário nos anos 50 (éramos cerca de 150) quem não era muito craque no futebol integrava o Urucubaca FC. A quadra era de areião e só servia para esfolar joelhos e arrancar travas de chuteiras.