Vingança maligna
No final dos anos 1960, o chefe da reportagem policial era o jornalista Vilmo Medeiros, também conhecido como Cabeção ou K Beça. Certa madrugada, ele me localizou durante a ronda nas delegacias de Porto Alegre. Estava indignado.
Fui até sua casa numa rua tranquila do então Beco do Carvalho. Abriu o cadeado da porta da garagem e apontou o dedo. Estava vazia. Ele tinha um fusca.
– Certo, o carro não está aí. Qual a moral?
O Vilmo explodiu.
– A moral? É como o fiadamãe que o roubou se deu ao trabalho de abrir o cadeado, levar o carro e depois fechar a garagem com o mesmo cadeado que conseguiu abrir.
A moral final é que o Cabeção tinha inimigos muito espertos. E atrevidos.