Trabalho em dobro
Em almoço do Instituto Dos Advogados do RS o desembargador aposentado Alfredo Guilherme Englert, hoje provedor da Santa Casa, comentava em roda como foram alunos e professores nas faculdades de Direito. Engler contou que a um certo aluno que o incomodava deu um castigo, o de escrever uma folha sobre tema livre.
Barbada, pensou o aluno. Mas o veterano desembargador acrescentou um detalhe torturante.
– Cada letra que escreverás tem que ser alternadamente escrita com lápis e caneta.
Bem, nada tão ruim quanto o castigo de professores do ensino fundamental na década de 1950. Uma delas era ajoelhar em grãos de milho por algum tempo. Confesso, fui uma vítima. Foram os dois minutos mais longos da minha vida.
Levar reguaço na palma da mão, a famosa palmatória, era comum. Tapa na soca da orelha também. O que doía mais era puxão de orelha feito de forma profissional.
Você podia apagar a luz e, no escuro, a orelha parecia uma semáforo com sinal vermelho. Não é que doía, ardia como o diabo.