Sombras sobre nós
Somos mesmo um país de múltiplas sombras. Quando o sol ameaça sair, lá vem mais uma nuvem de tempestade a estragar nosso dia. Meses, anos e até décadas a fio, não sabemos o que é bom tempo. Vivemos perpetuamente em estado de emergência desde a proclamação da República, um golpe de Estado perpetrado por militares.
Agora mesmo estávamos festejando a derrocada do coronavírus, com redução drástica de internações e mortes, contrastando com o aumento na Europa e Estados Unidos quando vem a notícia dessa nova cepa ômicron. Para variar, vem de fora, da África do Sul. Chegará aqui, evidentemente.
A nova onda europeia parece ter uma explicação simples: eles se vacinaram cedo enquanto nós discutíamos o sexo dos anjos. Então o tempo passou e voou e a vacina perdeu efeito, enquanto nós entramos tarde e, por isso, a imunização ainda diz presente. Quem diria, no nosso atraso, a salvação. Provisoriamente.
Só de imaginar tudo fechado de novo me dá calafrios.
O voo do tucano
João Doria levou. Equivoquei-me ao achar que o governador Eduardo Leite venceria as prévias. Mas sempre disse que, se ele levasse, teria chance de ser presidente. Morreu no ninho. Também provisoriamente. É novo, tem futuro.
As eleições e seus profetas
Engraçado como caleidoscópio eleitoral se nutre de multiplicação de circunstâncias. Doria pode vencer? Não sei, ninguém sabe. Lula ganha? Não sei, ninguém sabe. Bolsonaro se reelege? Não sei, ninguém sabe. Só os profetas do passado dirão após as eleições “eu já sabia”.
O garrafão de Lula
Nas suas andanças europeias, Lula tem dito mentiras a rodo, começando que foi absolvido pelo STF. Mentira. Não foi nem julgado por razões técnicas. Mentir faz parte do DNA da esquerda. Em geral, teve os ensinamentos do camarada Lênin, expressados em livros.
Depois, defendeu a ditadura de Cuba e da Nicarágua. Nenhuma surpresa, devo dizer. Garrafão que levou querosene nunca perde o cheiro.
Enquanto isso, na aldeia…
Há um lote de candidatos a governador do Rio Grande do Sul. O martelo ainda não está batido, há candidatos fortes de partidos fortes. Mas chamo atenção para o senador do PP, Luis Carlos Heinze. Não fala bem, pode ser chamado de tosco – não no sentido depreciativo. Mas tem um dom raro entre políticos: nunca deixa pessoa física e jurídica sem resposta. E dá o número do seu celular até para o pipoqueiro da esquina.
Tem um prestígio enorme no interior. Perguntem para qualquer prefeito. Se ele ganha não sei, mas o senador já larga com vantagem.