Uma floresta de árvores digitais

14 jun • NotasNenhum comentário em Uma floresta de árvores digitais

Existem 263 milhões de dispositivos digitais em uso no Brasil. Este espantoso número foi desdobrado pelo empresário Antônio Sartori, da Brasoja, dados levantados pela Fundação Getúlio Vargas, com data de maio passado. Portanto, bem recente e atualizada.

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Quando se olha para esse número monstruoso de penduricalhos digitais, alguns já nascidos com malícia e outros cuja finalidade é vender ilusões que quase sempre aliviam sua conta corrente mesmo sob aparência legal, fica claro, como água mineral sem bolinhas, que um dia esse ente que está em todos os lugares e, ao mesmo, não está em nenhum, vai se chocar com um um muro e levar com ele a humanidade.

O coice do porco

Quando surgiu o primeiro computador, o Eniac, em 1947, tal como o conhecemos hoje, consumia energia equivalente a uma cidade de milhares de habitantes. Ocupava um prédio enorme.

Dali em diante, foi ficando cada vez menor e mais potente. E, paradoxalmente, gastando menos energia, cujo marco foi a criação do transistor para os radinhos de ilha Spika da Sony, em 1957, mas que fomos conhecer no Brasil nos anos 1960. Dalí em diante foi como apertar no acelerador de um Fórmula 1.

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Em poucos anos, surgiu o PC. Pelos anos 1980, gigantes como a IBM previram que esse seria o futuro. Ironicamente, abandonou esse nicho e focou nos mainframes, os grandalhões.

O marco seguinte foi a miniaturização do computador, primeiro com os celulares e smartphones de hoje. Do tijolão da Bell até os Nokinhas foi um passo. E desses para o smartphone foi outro bem curto. coice de porco.

Os puxadinhos

Olhando para trás, eu tinha quatro anos no tempo do Eniac, 16 quando surgiu o radinho Spika, 20 e poucos quando ouvi falar nas máquinas da IBM. O mundo todo não conseguiu mais pegar fôlego, de tantas novidades e obsolescências programas das lindas e caras máquinas maravilhosas.

Hoje, um celular já nasce obsoleto. Como uma casa minha vida, se o feliz proprietário não construir puxadinhos vai ficar para trás. Hoje, os puxadinhos vêm em forma de atualizações.

Do Eniac ao smarphone

Quando surgiu o cheque também vieram os primeiros passadores de cheques sem fundo. Tudo tem seu pró e contra.

As fake news vieram com essa floresta digital e com ela também as desinformações e falsificações de vídeos e fotos. Impossível segurar essa enchente, não há comportamento que aguente.

Então me permitam dizer que, entre todas as plataformas e formas de comunicação, existe uma em que o dedo do autor das fake news pode ser imediatamente identificado: o jornal impresso.

À prova de anonimato

Logo que se abre o jornal impresso surgem as informações sobre a empresa responsável pelo veículo, seu CNPJ, endereço e registro na Junta Comercial. O presidente, os diretores e o editor-chefe também constam no expediente. Não tem como escapar.

O inquietante é que somos reféns de uma rede invisível que é frágil. Um cara infecta um computador em Burkina Faso e, em seguida, toda a rede mundial acusa o golpe. Pulsos eletromagnéticos, como são gerados por uma explosão nuclear, apagam todos os dados e fazem parar tudo que usa eletrônica, como os carros, aviões, hospitais e até seu cartão de débito.

Não custa lembrar que, até os anos 1990, ainda era comum chamar computador de cérebro eletrônico. Hoje com a Inteligência Artificial bem que poderíamos usar o termo novamente.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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