Sem sentido
É alguém alugar um carro e, no trajeto, ultrapassar sem condições e bater no carro de uma família feliz matando três ocupantes e deixando um nenê de 10 meses gravemente ferido. Aconteceu no feriado. Desistam de procurar sentido. Deus não tem remorsos.
Brasileiro profissão esperança
Originalmente, textos do compositor Antônio Maria declamados pelo ator Paulo Gracindo. Um título, quase um enunciado, magnífico. Vivemos movidos a esperança, esperança de acertar na loteria, esperança de ter um emprego dos deuses, esperança de encontrar o sinal aberto quando se está com pressa. Na maioria das vezes, frustrada.
Temos esperança que o Brasil melhore, que pelo menos faça a lição de casa. Inútil. Deus não é verde-amarelo.
O mecânico que acreditava no céu
Há muito tempo, conheci um mecânico com sentimentos impecáveis. Ao longo dos anos, fomos conversando e ele falando das suas certezas e das poucas dúvidas, nenhuma existencial. Católico praticante, não vertia insinceridade dos seus olhos. Era bom no que fazia, morava em uma casa boa de classe média baixa, com mulher simpática, e bom no espeto. Taí um homem feliz, pensei.
Certa vez, convidou-me para um churrasco. Fui. Tudo nos trinques, carne macia, sagu com creme feito pela esposa – ele falava “minha senhôra”. Apesar de anos de casamento, viviam agarrados. Taí um casal feliz, pensei. A folhas tantas do papo, ele contou que tinha virado evangélico por insistência da “senhôra”. Explicou que o Deus dos evangélicos era melhor que o dos católicos por isso e por aquilo. No final da exposição de motivos, abriu os braços.
– E o cêu é o mesmo – disse, sorridente. – E o outro ainda tá na garantia.
Heróis de araque
Os filmes de super-heróis podem até arrecadar milhões em bilheteria, mas não fazem a cabeça de Ridley Scott. O diretor dos clássicos Blade Runner, Gladiador e Alien
Eu iria mais longe. Quando inventaram super-herói com problemas existenciais, gordinhos e politicamente corretos, deixaram de ser os dois.
O que faz?
Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.
