Saborosa história contada pelo meu amigo Leo Iolovitch

21 mar • A Vida como ela foiNenhum comentário em Saborosa história contada pelo meu amigo Leo Iolovitch

ESPIONAGEM SOVIÉTICA

Costumo contar as histórias que conheço em roda de amigos ou mesa de bar. Nesses tempos bicudos, de pouco contato pessoal, vou ampliar aqui para os amigos do FB. Lembrei desta diante do noticiário envolvendo o conflito no leste europeu.

O “seu” Antero era amicíssimo do meu sogro e pessoa ótima. Aposentado, natural de Santiago e com um ar muito sério, com óculos grossos e gravata com nó gordo. Brossard o tratava afetuosamente como “Coronel”. No convívio era uma pessoa afabilíssima e divertido.

Uma ocasião, ele estava em Brasília visitando o amigo, então senador líder da oposição. Em razão de alguma data da União Soviética (não era Rússia) o embaixador promoveu uma recepção. Convidado, o senador não havia confirmado presença. Quando a secretária perguntou se iria, então pediu para confirmar e disse que iria acompanhado do coronel Antero Simões.

A secretária não sabia que a “patente” era apelido e confirmou a presença de ambos, dando o título ao querido “seu” Antero.

A partir daqui, vai o que o próprio Antero nos contou tempos depois. É o relato fiel.

“Chegamos, e o embaixador recebeu pessoalmente o senador, abraçando-o e levando para conversar ao lado. Imediatamente, vem um sujeito e começa falar comigo. Disse que era assessor cultural da embaixada e, muito simpático, foi puxando assunto.

Eu logo vi que era um “secreta” (versão original do seu Antero para denominar agente) e passou a me tratar por coronel. Era coronel para cá e coronel para lá e eu falando pouco.

O tal “secreta” (que já devia ter consultado o almanaque do Exército, sem encontrar nada e queria saber quem era aquele amigo do senador, que – num futuro – até poderia ser ministro da Guerra) estava curiosíssimo e não se conteve. Então fez a pergunta: “Me diga uma coisa coronel, o senhor é da Infantaria, Cavalaria. Afinal qual é a sua arma?

Esperei um pouco, olhei em volta e falei próximo do ouvido dele:

– A minha arma é dinamite.

Nem olhei para a cara dele e fui comer uns canapés, pois estava com fome”…

Agora eu.

Se o tal secreta contou isso para seus superiores da KGB ou NKVD deve ter sido mandado para um Gulag na Sibéria…

E viva o meu querido e saudoso seu Antero!”

https://www.brde.com.br/

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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