Quem é o candidato aqui?

18 out • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em Quem é o candidato aqui?

Jair Bolsonaro está aparecendo mais do que o próprio Fernando Haddad nos comerciais do PT. A frase é do jornalista Flávio Dutra. E faz sentido. Mania da política brasileira de atacar mais o adversário do que vender seu peixe.

É recebendo que se dá

O barraco do momento é travado entre os Gomes Brothers e o PT. Como é sabido, o candidato derrotado do PDT já falou cobras e lagartos do Partido dos Trabalhadores, lembrando que, na hora de pedir apoio e votos, os caras da estrelinha vermelha chegam na mesa eleitoral mais humildes que monge beneditino. Na hora da vitória, o máximo que dão é carguinhos para os fiéis aliados. Participar com seu programa, ganhando ministérios de peso nem pensar.

O de sempre

Esse é o comportamento usual do partido de Lula. Sempre foi assim. Na eleição de 2014, quando eu era comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, em Porto Alegre, entrevistamos Beto Albuqueque, liderança história do PSB. No intervalo, lembrei a ele que, em 2010, ele aliançou com o PT e não levou nada. Desta vez, garantiu Beto, fim da parceria que nunca existiu, por sinal. Assim foi com todos, incluindo partidos de esquerda.

Muy amigo

Para se entender a bronca dos Gomes Brothers com os estrelados, reproduzo o comentário do jornalista Carlos Brickmann no seu blog Chumbo Gordo com este título:

“Quando pediu o apoio de Ciro Gomes (e de seu irmão, Cid), o PT não se lembrou de um pequeno detalhe: na ausência de Lula, preso e inelegível, Ciro propôs uma chapa única dos partidos que apoiaram Dilma, tendo-o como candidato à Presidência e Fernando Haddad (ou Jaques Wagner) como vice.

Lula vetou a ideia, por dois motivos: primeiro, porque queria fazer o papel de perseguido político, tentando, sem êxito, diante da pressão da burguesia e “duzianqui”, sair como presidente; segundo, porque dar a Ciro a cabeça de chapa equivaleria a colocá-lo no comando geral da esquerda.

Lula sabotou Ciro ao máximo. Desistiu até de seu candidato ao Governo de Pernambuco para apoiar o socialista Paulo Câmara, para evitar o apoio do PSB a Ciro. No fim de tudo, pediu o apoio dos Gomes a Haddad. Conseguiu.

Mas Ciro viajou e Cid é que vai aos comícios do PT. Horror!”

Parágrafo único

Sobre brigas de partidos às vésperas de eleição, lembro que é muito comum que briguinhas e barracos virem juras de amor se o partido que se julga ofendido vislumbrar chance de vitória do candidato. E a portas fechadas se reunirão com ele para barganhar cargos na administração direta e estatais. O programa? Mas que programa?

R$ 3,3 bilhões (dinheiro público, ou melhor, nosso)

Os candidatos puseram algum dinheiro deles, mas nada excessivo: no total, uns R$ 700 milhões. MDB, PT e PSDB foram os maiores beneficiários de dinheiro público: R$ 616,5 milhões, no total.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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