Que el mundo fue y será una porquería, ya lo sé

6 jun • NotasNenhum comentário em Que el mundo fue y será una porquería, ya lo sé

Assim começa o tango Siglo XX Cambalache, uma vela e pungente resumo do século passado, com extensão para o atual, de autoria de Enrique Santos Discépolo e Júlio Sosa.

“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça…” assim começa a frase da Águia de Haia, Ruy Barbosa. Termina com “tenho vergonha de ser honesto.

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Se Rui Barbosa vivo fosse, teria uma síncope de tanto ver nulidades, desonra e crescimento da injustiça nos tempos que correm. Como o “me tira o tubo!” do general criado por Jô Soares, que entrou em coma e acordou nos anos 1990. Aí entra a Teoria da Lagartixa.

Se uma Lagartixa é atirada numa panela com água fervente, ela pula fora antes de se queimar. Se for jogada numa panela com água fria que vai sendo aquecida até a fervura, a lagartixa morre queimada.

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É o que está acontecendo conosco. O crescimento exponencial de barbaridades, roubos escancarados, políticos que estão na carreira para se “arrumar” desde o primeiro dia da campanha. Um povo que sabe nada, porque não lhe propiciaram educação e escola, e acha que sabe tudo quando não sabe nada. Bem, esse é o paraíso das lagartixas queimadas.

Manter a sanidade nos tempos que correm é uma proeza por si só. Nos anos 1960, já falávamos na sociedade de consumo, termo ótimo e hoje pouco usado. Estamos exaurindo nossas reservas naturais, e com o que delas sobra estamos poluindo água, ar e terra. Êta nós!

A tecnologia vai dar um jeito em despoluir o planeta, diz a turma do meio copo cheio. Pode ser, mas sem florestas, rios, lagos e oceanos, o mundo animal e a flora estão em extinção.

Até o nome Cambalache do tango dos argentinos é feliz definição perfeita para o que move uma parte da Humanidade que arrasta consigo a outra parte. O deus dinheiro, uma ferramenta útil, foi turbinado pela ganância desenfreadamente.

Sábado vi a TV Aparecida, fui e voltei nos braços do controle remoto. Fiquei chocado como a Igreja Católica da minha infância e adolescência usa padres com rostos angelicais, mas seus olhos brilhantes de cobiça pedem dinheiro; ao fundo uma basílica que deve ter custado mais que um prédio de 100 andares na avenida Paulista.

Cadê o pratinho para depositar dinheiro que passavam de mão em mão durante as missas? Sumiu. Entrou o pix. O pedágio para concorrer a uma vaga no Céu é caro. E sem garantia de entrada.

Melhor é ficar no seu cantinho, ou quadrado, sem fazer marola e barulho. Fique quieto que pode ser que te esqueçam. Ou desdenhem. 

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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