Procura-se

24 mar • NotasNenhum comentário em Procura-se

Todos os jornais bebem da mesma fonte de informação, as agências de notícias. O material vem bruto de agências internacionais e outras nacionais. Como se fosse cascalho com pepitas de ouro, cabe aos editores separá-las para posterior redução ou eventualmente ampliação. São como grandes barras de chocolate que as indústrias transformam em bombons ou em barras menores com adição de sabores ou recheios.

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O espaço comprimido

Dependendo do espaço disponível para cada editoria na versão impressa, os textos são comprimidos em volume. Em décadas anteriores, as redações enriqueciam o material colocando em ação os correspondentes nacionais (sucursais) e  internacionais, dependendo do poder de fogo de cada um. Assuntos locais eram destrinchados por repórteres, a quem cabiam também pautas regionais.

Passam-se os anos, as aflições financeiras dos jornalões se multiplicam porque a renda publicitária diminui, o modelo clássico envelhece, lê-se cada vez menos, a pressa, o ritmo é alucinante, não sobra muito tempo.

Corta para Porto Alegre

A capital gaúcha tinha sucursais de todos os grandes jornais e até alguns do exterior próximo ou distante. A primeira fora do Rio e São Paulo a receber sucursal do O Globo foi Porto Alegre. E falo de redação, com fotógrafos e repórteres.

O entender do mundo

Um dos melhores exemplos foi a Folha de S. Paulo, que mantinha sucursais e correspondentes nas principais cidades do mundo. Paulo Francis em Nova Iorque, Melo Mourão em Tóquio, Natale Ferrari em Paris, Ivan Lessa em Londres, todos do primeiro time, que debulhavam as informações das agências de notícias e falavam de assuntos locais que não interessavam às agências ou, aí o grande diferencial, matérias de comportamento destes povos, usos & costumes.

O resto vocês conhecem. O que talvez não tenham se dado conta da extinção do repórter fuçador, o que botava a cara na bronca. Em paralelo surgiu uma mutação, o repórter de telefone e depois da internet. Tipo soldado que nunca saiu do quartel, do morador que nunca saiu do seu apartamento, vendedor ambulante que não ambula. São os especialistas em pixels.

Epílogo

A consequência lógica e trágica foi a pobreza informativa dos textos e, pior, repórteres que não reportam e emitem opinião, como se colunistas fossem.

Nascia um Frankenstein.

Azar

Sem nenhuma surpresa, a ministra Cármem Lúcia mudou o voto e o STF decidiu por 3 a 2 pela suspeição do juiz Sérgio Moro no julgamento de Lula em particular e na Lava Jato em geral. Quase levei um susto quando vi de tarde que o placar indicava o contrário. Felizmente a ministra salvou meu buquiméqui. Azar do Brasil.

Innovare

18º Prêmio Innovare terá lançamento em evento para todo o país no dia 25. O Poder Judiciário do Rio Grande do Sul participará do lançamento da 18ª edição do Prêmio Innovare, em um evento virtual que irá ocorrer no dia 25/3, às 17h. As inscrições para a premiação já estão abertas. A cerimônia será realizada pela plataforma Zoom e contará com a presença do Presidente e de outros integrantes do Instituto Innovare, dos representantes das instituições que compõem o sistema de justiça de todo o país (TRF4, TRT4, TJRS, MPRS, DPRS e OAB), além dos vencedores de outras edições. Saiba mais:
 https://www.tjrs.jus.br/novo/noticia/18o-premio-innovare-tera-lancamento-em-evento-para-todo-o-pais/

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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