• O espanta-cliente

    moça ao telefone com expressão surpresa e chocada representa um cliente mal atendido

    Publicado por: • 27 jun • Publicado em: Caso do Dia

     O facilitador da Mercur, Breno Renato Strüssmann, fala hoje no Bom-Dia Associado da Associação Comercial de Porto Alegre sobre a revolução feita pela poderosa empresa de Santa Cruz do Sul, que produz material de escritório e artigos de borracha escolares. Entre outras mudanças radicais, os diretores não são complicadores, mas facilitadores, e o horário de expediente foi reduzido, sonho de todo empregado.

     Sabemos que o Vale do Silício fez muito mais neste sentido. E há mais tempo, mas, em se tratando de empresa gaúcha, é mesmo uma revolução. No Bradesco de anos atrás, os diretores não tinham salas, era uma escrivaninha perto da outra, sistema adotado pelos bancos ingleses ainda no século XIX. A lenda diz que os ingleses usavam esse sistema para um poder observar o outro, dificultando sacanagens contábeis.

     Quando fui assessor de gerência de um banco que não existe mais, o Província, sempre questionei como o meu e outros bancos dificultavam a vida dos clientes. Para chegar ao gerente-geral, tinha que passar primeiro pelos boys, depois por mim, depois pelos gerentes-adjuntos e, se fosse ao caso, adentrava o templo sagrado, a sala de sua majestade. Nunca me deram ouvidos. Isso não é facilitar o negócio de um banco, que, repetia, é emprestar dinheiro para ganhar mais dinheiro.

     Foi quando começaram a chegar em Porto Alegre os bancos mineiros e  paulistas. Para encurtar o causo, ao contrário do layout gaúcho, o gerente se postava já na porta de entrada da agência para atender aos visitantes sem aquela liturgia toda.  Resultou que eles aumentaram violentamente a captação de recursos.

     E nós, com aquela coisa de saldo médio, ficha limpíssima etc.

    Publicado por: Nenhum comentário em O espanta-cliente

  • O começo do fim  

    Publicado por: • 27 jun • Publicado em: A Vida como ela foi

     O governador gaúcho Amaral de Souza sacou um alentado maço de folhas de ofício onde estava impresso seu discurso de inauguração de obra financiada pelo BRDE. Naquele tempo, como hoje, político adorava discursar. Quanto mais longo, melhor. Via de regra, salvam o Brasil pelo menos duas vezes.

     Cada político tem sua maneira de ler discurso, alguns anotam só o essencial, outros colocam folhas soltas em sequência de fala ou vão ao sabor do improvido. Pois Amaralzinho, como era mais conhecido, lia uma folha e imediatamente a colocava no final.

     Como era longo o discurso, Amaral engrenou a primeira e foi direto para a sexta marcha, mas deu zebra. A atenta plateia ficou surpresa quando sem mais nem menos o governador citou algo fora do contexto.

     – Ilustríssimas autoridades, senhoras, senhores, colegas de governo…

     Ao passar as folhas lidas para o final, Amaralzinho, de repente, recomeçou a leitura do seu discurso mantendo o mesmo tom empregado na folha anterior como se sequência fosse, não uma parada para saudar os presentes. Malandro nas artes da oratória e da política, emendou:

     – Termino como comecei.

     Foi muito aplaudido.

    Publicado por: Nenhum comentário em O começo do fim  

  • Quanto mais alguém fala em ódio alheio mais o cultua. São especialistas em reversão.

    • F. A. •

  • O milagre da uva…

    Publicado por: • 27 jun • Publicado em: Notas

     Se Jesus transformou água em vinho, eu transformei uma nota em uva. Explico: postei semana passada a lembrança que eu tinha de uma uva, a uva vinagre, que eu surrupiava, quando garoto, da Casa Paroquial de Montenegro. Eram cachos enormes, e lamentei que nunca mais tenha encontrado essa fruta, ela e da bergamota do céu, encontrada no pomar da mesma casa dos padres.

    Publicado por: Nenhum comentário em O milagre da uva…

  • …e da bergamota do céu

    Publicado por: • 27 jun • Publicado em: Notas

     Então se operou um milagre. De São Paulo, o amigo Harry Fockink me informou que o médico Sérgio Gabardo a cultivava em seu sítio, e que a bergamota do céu seria encontrável em terra de outro amigo comum. O milagre só não foi completo porque a safra desta uva terminou há duas semanas. Mas há esperanças quanto à bergamota (mexerica, para os paulistas) do céu, então oremos.

    Publicado por: Nenhum comentário em …e da bergamota do céu