• Eficiência gringa

    Publicado por: • 11 ago • Publicado em: Sem categoria

     Você que come em bufês já deve ter notado que boa parte deles tem nome italiano, variações tipo Sapore Mio, Nostro Sapore e por aí vai. Não se sabe quantos existem em Porto Alegre, mas existe uma rede que tem 65 bufês espalhados nos pontos mais estratégicos da cidade. A rede chama-se Arpoa, Associação de Restaurantes de Porto Alegre. Não existe um dono, são várias famílias todas elas com origem em Carlos Barbosa, embora algumas possa ter mais de um restaurante.

     Em comum, eles têm várias coisas, além da origem do município da Serra. Quando a família opera mais de um bufê, todos pegam junto – o pai trabalha em uma, a mãe em outra, filhos numa terceira. Notável é a estratégia, o motivo de terem criado a Arpoa: baratear custos comprando em conjunto. Por exemplo, já imaginaram quantos quilos de feijão são preparados pelas 65 casas, e o desconto que ganham comprando em grande volume? Vale para frutas, verduras, arroz etc.

     Mas há outra rotina que acho bonito neles. Nos finais de semana, eles voltam à sua terra natal e confraternizam entre si ou com amigos e parentes. A família, sempre a família, é a grande aglutinadora. Lares desfeitos, bronca certa.

     Uma última observação: Carlos Barbosa faz parte da Grande São Vendelino, cidade onde nasci como vocês sabem.

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  • As regras do canguru pioram a chiqueta

    Publicado por: • 11 ago • Publicado em: A Vida como ela foi

     Na língua da gente do campo na Fronteira Oeste, existem muitas preciosidades de adaptação de termos estranhos para essa gente. No mundo das drogas, que assusta a peonada e as domésticas, especialmente. Estas foram coletadas ao longo dos anos pela nossa família. Traficante vira cetificante, e se alguém fizer gato na luz, a ligação clandestina é prolestina. Camburão vira canguru, e se querem saber, faz todo o sentido. Afinal, camburão leva presos e o marsupial símbolo da Austrália leva seu rebento na bolsa.

     Antigamente, o sinal da TV pegava muito mal por falta de repetidoras, mas, aos poucos, tudo foi melhorando, inclusive os televisores, algumas TVs eram de plasta em vez de plasma. Menos mal que a criançada tivesse alguma diversão no interior dos interiores, em vez de aprontar alguma para que não fosse preciso acionar o Conselho consolar.

     Fast food demorou a pegar no interior, o bom era pão com linguiça, mas o catchup já era conhecido pelas cozinheiras de galpão, que o chamavam de chup-chup. Os cuidados com a alimentação exigiam mais atenção, para que os níveis de nicose no sangue não fossem muito altos. Melhor não comer muita costela gorda para não entupir a veia lautéria, que o doutor chama de veia artéria. Aí era bom ir ao médico na cidade e fazer um elétrico, o eletrocardiograma.

     Mas para uma coisa não adiantava comida saudável ou exames preventivos, quando a chiqueta atacava – a enxaqueca. Pior que ela só quando vinha no período da misturação, ou menstruação. Acho que a TPM ainda não tem tradução campesina. Aliás, até pouco tempo, na cidade, menstruação era algo constrangedor, então, as mulheres ficavam com as regras. Que está no dicionário.

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  • Homens vivem de esquecimento. Mulheres, de memória.

    • T.S. Elliot •

  • 051 no microondas

    Publicado por: • 11 ago • Publicado em: Notas

     O amigo Auber Lopes de Almeida conta que foi ligar o microondas e digitou a senha do Face. Podia ser pior, podia ter digitado a senha do cartão de crédito ou da conta corrente. Mas o erro me deu uma baita ideia. Para evitar conversas looongas de gente chata que te ligou, o teclado do celu deveria permitir digitar minutos e segundos de tempo máximo da ligação. Depois disso, o número ficaria boqueado para o chato, só 48 horas depois.

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  • O martírio

    Publicado por: • 11 ago • Publicado em: Notas

     Conforme o gajo (ou a gaja…), 20 segundos já é um martírio. E olha que sou paciente. Disseram-me que aguentar chatos funciona como redução de pena de presidiário, a cada três dias que ele trabalha a pena reduz em um dia. Como vou enfrentar longa pena no além, presumo, a cada três chatos que aguento diminui minha permanência no inferno em um dia. Pelas minhas contas, já estou com saldo credor. Passei por média.

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