O dia dos devorados
Comemorou-se ontem o Dia Mundial do Frango, essa ave que nos alimenta, filha de uma mãe que bota ovos, e que aguenta um marido infiel – o galo, que tem quatro ou cinco no seu harém. Só dói quando boto ovo, diz ela depois de colocar o objeto mais aerodinâmico que a natureza criou.
O frango já vira comida de humano ainda na puberdade. Depois que deu o primeiro canto, vai para a panela, a grelha ou para o espeto. Há uma outra opção, ficar girando em espetos rotativos em aparelhos conhecidos como televisão de cachorro.
Mas ele ou ela já foram para o céu dos frangos, não estão nem aí. Nem mesmo para os cães que a cobiçam do outro lado do vidro.
Já sugeri que se criasse uma monumento em Homenagem à Galinha Desconhecida, como existe em monumentos o Soldado Desconhecido. Mãe e filha merecem. Quanto ao galo, ele é uma sacanagem.
Afora dar uma rapidinha para ter filhos pintos, se manda e serve de despertador no fim das madrugadas. Grande bosta. Galo é mau pai. É pai ausente, o sacana. Devia existir uma Delegacia das Galinhas.