• O grande Paixão Côrtes

    Publicado por: • 28 ago • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    Meu amigo Paixão Côrtes era o que muitos pretendiam ser, um pesquisador que ia fundo e não se contentava em ouvir dizer. Gravador em punho e câmara 8mm, percorria os mais recônditos cantos das quebradas do mundaréu do Interior gaúcho para recolher contos, causos e músicas que marcaram nossa história. Ele não deu só cara ao Laçador, ele deu cara ao Rio Grande do Sul e ao folclore recolhido, provado e estudado. Morreu ontem aos 91 anos. Não acreditem nessa história que ninguém é insubstituível. Paixão é.

    Foto: João Mattos

    A lenda da bombacha

    O folclorista (e cantor, e dançarino) não só recuperou músicas e outras manifestações culturais do povo d’ántanho. Destruiu alguns mitos, como o de se dizer que bombacha era invenção de gaúcho, bem como o café de chaleira. Não eram. Paixão foi nos museus europeus e trouxe fotos de tapeçarias milenares que mostravam que a bombacha nasceu na Turquia e que café de chaleira veio para cá centenas de anos depois do café árabe.

    A expulsão de Paixão

    Um grupo de gaúchos radicais, desses que fazem mais mal do que bem para as nossas tradições, chegou a ir ao Palácio Piratini pedir ao governador Euclides Triches (em 1972) a EXPULSÃO do folclorista do Rio Grande do Sul. Isso mesmo, expulsão.

    Qualé?

    Aí eu recebo convites para visitar os estandes da Volvo, da Mitsubishi, da General Motors e várias outras montadoras presentes na Expointer. Afinal, essa é uma feira de boi ou de carro?

    Alhos por bugalhos

    Leio no blog Chumbo Gordo, do meu amigo Carlos Brickmann, que um publicitário constatou que expressões como “populismo” e “autoritário” não são encaradas de forma pejorativa pelo eleitor comum, ao contrário. Só o Grande Diretório Nacional composto por menos de 10% dos brasileiros sabe a diferença. Lembram do que já falei sobre o tema?

    Dívida externa

    A história é dos anos 1950. Durante as eleições de 1982, a PUC Rio fez pesquisa em cinco favelas do Rio de Janeiro para avaliar como os moradores entendiam o mote “dívida externa”, flagelo comum a quase todos os países Latinos, que se meteram de pato a ganso e se encalacraram. Os políticos prometiam acabar com a tal dívida. O que o povão entendia: dívida externa era a dívida feita com a alimentação fora de casa.

    Na virada do segundo

    Pesquisa para a XP Investimentos mostra (de novo) como é grande o índice de rejeição dos dois primeiros colocados. Lula tem 60% e Jair Bolsonaro 50%. É esta massa descontente que vota em outros candidatos no segundo turno.

    Tudo como Dantes

    No quartel dos Abrantes já diziam os portugueses no início do século XIX. Entra eleição e sai eleição e os que estão entre o meio e rabeira nas pesquisas prometem mundos e fundos para fisgar os ingênuos, ou simplesmente anunciam medidas que têm pouca chance de passar pelo Congresso e pela Constituição.

    Promessa não paga imposto

    Ciro Gomes (PDT) acenou com algo semelhante ao SPC, que iria zerar o registro do povo envolvido. Álvaro Dias (Podemos) garantiu ao Estadão que vai barrar indicação partidária no seu governo. Me engana que eu gosto. Todos prometem a mesma coisa, só ocuparão cargos em estatais os técnicos de carreira ou trazidos de fora. Intenção 10, possibilidade 0.

    Case mundial

    É uma das maiores chagas dos governos por coalização, nomear políticos de última para cargos de primeira. Petrobrás, Eletrobrás estão aí para mostrar o quando estas indicações fizeram mal à saúde das estatais. Não custa lembrar que os diretos da cota do MDB dos Correios nomeados por Lula levaram a empresa ao caos que perdura até hoje. Como é que não aprendemos esta lição é um case universal que pode se intitular Como fazer Para Tudo Dar Errado.

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  • Sem a mentira a verdade nunca aparece.

    • F. A. •

  • O vilão sempre é um argentino, ou então, eu

    Publicado por: • 28 ago • Publicado em: A Vida como ela foi

    Meu amigo Luiz Odilon, lá das bandas do Alegrete, já escreveu livros e artigos que assombraram o povaréu que gosta das coisas do campo e alhures, entre eles este humilde marquês. Saboreie as palavras e os pensamentos alinhavados pelo ilustre filho do quartel dos feitos pampeanos.

    Em seu excelente livro: Tia Julia e o Escrevinhador, Mario Vargas Llosa tinha um personagem, Pedro Camacho, que era autor “picareta” de telenovelas. Quando, por sempre estar precisando de algum dinheiro, vendia antecipado sua obra para posterior entrega. Como as emissoras eram muitas, o serviço sempre estava atrasado, quando em seu enredo usava temas comuns a esta literatura, como: amores, traições, tragédias etc., com as diversas tramas, às vezes, entrelaçadas, só tendo o cuidado de não ficarem exatamente iguais. Não obstante isto, todos os relatos tinham um ponto em comum: o vilão da obra era sempre um argentino.

    Lembrei do livro, quando fui fazer um exame do coração, prescrição do meu cardiologista, Matias Kronfeld, que havia agendado antes também para a minha mulher. Na véspera de ir a Porto Alegre, ela “enqueixou”, brigamos, e acabou indo eu somente. Ao me apresentar para o exame, a médica especialista estranhando a ausência do meu antigo par, perguntou por ela. Ao que respondi curto e grosso:
    – Peleamos, e ela ficou de castigo.

    Ouvindo isto, a doutora comentou, com concordância da enfermeira assistente:

    -Mas, e eu que pensava que estes desacertos entre casais só aconteciam quando ainda eram novos, nunca na sua idade.

    Como as interlocutoras era bem jovens, senti-me no dever de expor a minha vã filosofia sobre vida a dois, numa destas pode ser útil.

    -Na realidade, doutora, disse eu, é exatamente ao contrário do que a senhora pensa, pois pelear os moços também peleiam. Todavia, eles acabam se aproximando novamente por uma série de fortes interesses comuns, mais importante deles: sexo. Este, sim, determinante da união, sua falta sempre acaba em más consequências, enquanto os outros são administráveis.

    Continuando a não pedida explicação de vida, disse a ela que os velhos, capados pelo tempo, não se separam só por comodidade, mais fácil é ficar sempre de rusga um com o outro do que “apartar os trapos”, evitando assim uma senil e ruim solidão. Atitude bem ao contrário daquela dos moços,
    quando desacertos que levam à separação podem ser, na verdade, uma necessária correção de rota, solução para o par, oportunidade de recomeçar uma nova vida. Toda esta arenga que fiz, foi para explicar porque me lembrei de Tia Julia e o Escrevinhador, isto porque nos usuais “entreveros” caseiros sou bem como o argentino de Pedro Camacho, culpado de tudo.

    Para ser bem justo, às vezes, também acho que a velha costela é bem como uma argentina a busca de um autor, tantas as falhas que lhe imputo. No meu caso, respaldado no bom resultado dos exames, fui sozinho depois para um fim de semana insosso e “solito” em Gramado, bem ao contrário das
    minhas vãs expectativas, quando esperava encontrar algum coração disponível, tri a fim de programas super eróticos.

    Todas estas aventuras que contei, ao voltar para casa sem arrumar “nem pro fumo”, dito daqui do Alegrete para exemplificar uma intenção mal sucedida. Também me fizeram lembrar uma sábia lição campeira, quase todas sempre são: “Velho vendo miragens no deserto da vida, é bem
    como um cavalo “piqueteiro” ao ser solto no potreiro da recolhida, sai galopeando e escaramuçando até o seu fundo, porém, de tardezinha, estará seguramente com a cabeça sobre a cerca do parapeito das casas.”

    Para concluir, vou confessar e advertir que, no meu relato, infringi outro bom entendimento do campo: “Quem se abaixa demais mostra o bumbum”.
    E eu, incauto, pelo teor do texto, mostrei o meu.

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  • BRDE assina 12 contratos com prefeituras gaúchas

    Publicado por: • 28 ago • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    O Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul – BRDE assina com prefeitos de 12 municípios gaúchos contratos de financiamento de novas linhas de crédito destinadas a projetos locais, no âmbito do Programa BRDE Municípios, no valor total de R$ 53,92 milhões.

    Conforme o diretor de Planejamento e Financeiro do BRDE, Luiz Corrêa Noronha, as prefeituras gaúchas poderão contar com R$ 250 milhões (R$ 750 milhões na Região Sul) em financiamentos para viabilizar ações prioritárias, que incluem projetos ambientais e sustentáveis, infraestrutura, máquinas e equipamentos, segurança e turismo.

    “Desde a criação do Programa BRDE Municípios, em 2015, o Banco investiu R$ 180 milhões nos três estados da Região Sul, sendo R$ 60 milhões no Rio Grande do Sul. Mais recentemente, com novas regras financeiras, o BRDE Municípios foi ampliado e reestruturado nos pilares de Crédito e de Assistência Técnica”, destacou Noronha.

    BRDE Municípios
    Município Valor
    Três Palmeiras R$ 2,4 milhões
    Candelária R$ 5,0 milhões
    Bom Retiro do Sul R$ 4,5 milhões
    Estrela R$ 9,8 milhões
    Gramado dos Loureiros R$ 2,93 milhões
    Harmonia R$ 3,48 milhões
    Marau R$ 9,6 milhões
    Não-Me-Toque R$ 4,99 milhões
    Santo Antonio do Planalto R$ 2,5 milhões
    Minas do Leão R$ 2,15 milhões
    Santo Ângelo R$ 1,58 milhões
    Taquari R$ 4,99 milhões
    Total R$ 53,92 milhões

     

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  • As águas do moinho

    Publicado por: • 27 ago • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    João Dória (PSDB) tornou-se inelegível por improbidade administrativa quando era prefeito de Sumpaulo. Cabe recurso. Ciro Gomes diz que o PT engana o povo com a história de Lula ser candidato sabendo que não será, mas evita atacá-lo diretamente.

    O poste do cara

    Fernando Haddad (PT) já deveria ter bem mais intenções de voto a julgar pelas pesquisas, porque parte considerável do eleitorado sabe que será ele o poste do cara. Jair Bolsonaro é mais direto, diz que Lula e o PT cometem uma fraude.

    Biruta ao vento

    Na pesquisa da XP, divulgada semana passado, uma das perguntas foi dirigida para eleitores de Lula: Se Lula não concorrer, em quem você votará? Vinte e quatro por cento disseram que, neste caso, votariam em Jair Bolsonaro.

    Onde andarão?

    Poucos, bem poucos analistas, conseguem tirar leite de pedra e dizer com antecedência qual o rumo que tomarão as viúvas de Lula quando chegar a hora do sufrágio. O problema é achá-las.

    Momento pândego

    Uma cidade é dividida em seis zonas: norte, sul, leste, oeste, a rural e a do meretrício. (Auber Lopes de Almeida).

    Gregório de Matos, o definitivo:

    O amor é finalmente

    Um embaraço de pernas,

    Uma união de barrigas,

    Um breve tremor de artérias

    Uma confusão de bocas,

    Uma batalha de veias,

    Um reboliço de ancas,

    Quem diz outra coisa é besta.

    Financiamento a municípios

    O BRDE assinou contrato com a Caixa Econômica Federal obtendo recursos provenientes do FGTS no valor de R$ 360 milhões que destinará ao financiamento de municípios da Região Sul. No ato de assinatura, o presidente do BRDE, Orlando Pessuti, informou ao presidente da Caixa, Nelson Antônio de Souza, que o Banco já recebeu das prefeituras projetos que somam R$ 600 milhões, especialmente nos programas pró-transporte e saneamento.

    Mecenato políticos

    O apresentador Luciano Huck, que esteve perto de se filiar ao PPS para tentar a Presidência da República, doou mais de R$ 250 mil a candidatos do partido que vão disputar eleições para a Câmara dos Deputados e Assembleias Legislativas. O irônico é que o PPS, na origem, foi fundado por egressos do Partidão. Na esquerda brasileira, burguês é freguês.

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