Uma história de cidades

28 out • A Vida como ela foiNenhum comentário em Uma história de cidades

 Cavalgando na Alvorada, o Capataz de CTG encontra a Primeira Prenda. Ela o cumprimenta.

   – E aí, tudo Joia? Chuvisca aí também, Ciríaco?

     – Não, Constantina, só em Dezesseis de Novembro. Aí molha muito bem o Gramado. Mas Doutor Ricardo contou que lá tem muito Formigueiro, que vai até a altura da Canela.

     – Mesmo assim dá muita Jaboticaba, e, no rio, tem até Muçum.

     – É bem verdade. Tens notícia das Minas do Leão?

     – Não, com exceção da Mariana Pimentel. Dizem que ela deita no Relvado, da Humaitá.

     – Faz sentido. Antigamente, ela já era cheia de Não-Me-Toque. Que Barra Funda! Mudando de assunto: ouvi falar que aí tem muito Barão…

     – Só um. Mas ele dorme muito, gosta muito de Travesseiro. Mas comer bem lá isso ele come.

     – É a vantagem para quem tem Muitos Capões. Mas vem de gente boa e decente, a Sagrada Família tem Nova Esperança do Sul.

     – Vero. Aliás, o General Câmara, pai do Tenente Portela, neto do Coronel Bicaco, é muito rigoroso nessas coisas. É Sentinela do Sul.

     – Bueno, vou pegando meu rumo. Neste final de semana vais subir Morro Redondo?

     – Desta vez não, prefiro Montenegro para não Caí.

     – Pena que tenha Pedras Altas. Prefiro os Morrinhos do Sul. Amanhã, depois da Rondinha, vou saborear um Palmitinho. Quem sabe me embrenhe no Sertão, onde faz menos Mormaço.

     – E Sertão Santana?

     – Este só no Sete de Setembro. Estou pensando em dormir no Sobradinho e tomar umas canhas até ficar Alegrete. Aí eu Triunfo. Já é um Bom Princípio.

     – Já eu prefiro dormir em Barracão. Certo, então. Dá um abraço no Tio Hugo.

     – Nada de Derrubadas. Olha o Segredo!

     – Desculpa, esqueci que tens uma diferença com ele. Falar nisso, sabes se os Dois Irmãos seguem juntos?

     – Total. Eles e os Dois Lajeados, que moram no Engenho Velho do Lagoão. Mas nem sempre foi assim. Certa vez, duelaram em uma Tapera com Garruchos. Três Passos depois atravessaram o Pantano Grande para finalmente chegar num Riozinho com Três Arroios e Três Cachoeiras. Lá encontraram Três Coroas. É bem uma Vista Gaúcha.

     E assim foram eles conversando até chegarem à Estação da Estância Velha, na Várzea Grande, perto dos Viadutos. Trocaram as ferraduras dos cavalos com o Amaral Ferrador. Em perfeita Harmonia, os dois foram rezar na Capela de Santana e dar graças ao Bom Jesus com muita Alegria.

                        Epílogo

   Algum tempo depois, o Capataz e a Prenda se encontraram No Capão do Angico. Trocavam amabilidades, quando passou por eles um sujeito acatarrado, simpático, usando um chapéu diferenciado.

              – Quem é esse cara, Capataz?

              –  Frei Paulo. Ele entrou na Moita Bonita, foi Tomar do Geru, a Divina Pastora…

              –  Interessante. De onde ele é?

              – Sergipe.

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Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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