• Quando está certo ninguém se lembra; quando está errado ninguém esquece.

    • Henrik Ibsen •

  • O melhor reserva do mundo

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    Publicado por: • 26 set • Publicado em: A Vida como ela foi

    O causo de hoje é do leitor e amigo Antônio Carlos Côrtes, e me fez lembrar um detalhe dos meus tempos de ginásio. A história é a seguinte:

    Por volta do início dos anos 90, o treinador Evaristo de Macedo escala o talentoso jogador Djalminha no Flamengo. Marcelinho Carioca no banco de reservas.

    Durante o jogo, Djalminha erra feio e Evaristo dá uma bronca muito forte nele. Marcelinho Carioca cai em escandalosa gargalhada. Evaristo olha sério, caminha até ele e sentencia, alto e bom som:

    –  Tu está rindo do quê? Se toca, meu! Tu é reserva dele!

    Em matéria de futebol consigo enxergar a floresta sem me deter nas árvores. Confesso que não sou entusiasta do ludopédio, nome derivado do latim que quiseram nos impingir nos anos 1960 para substituir a expressão inglesa. E desconfio que essa não-paixão vem dos bancos escolares, como falei acima. Durante dois anos do ensino médio, aconselharam-me a participar do campeonato do Ginásio São Batista. Eram quatro séries e cada uma tinha em torno de 48 alunos. Entrei em campo e fui expulso em seguida.

    Um bebedouro de água jogaria melhor que eu. Nossa classe tinha o time principal, o B e o C. Pois eu era reserva do C. Acho que devo ter batido algum recorde.

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  • A zona do agrião

    Publicado por: • 25 set • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    Existe um grande percentual de eleitores que ainda não escolheram seu voto. Podem branqueá-lo ou podem anulá-lo, mas ainda acho que o grosso está esperando a undécima hora para escolher o candidato.

    Muda, não muda, muda…

    Pode que haja um parágrafo único: em vez de voto útil em Fernando Haddad ou Jair Bolsonaro, há uma nesga de chance que apostem em um tertius que, por enquanto, está indefinido. Mas seria alguém de centro.

    Voto tartaruga

    Para mim, a chance de o quadro permanecer como está para o segundo turno é a mesma de uma votação elevada em um dos três candidatos que hoje estão na lista dos que não conseguem decolar. Mas daí a disputar o segundo turno vai uma boa distância. Seria como a corrida entre o coelho e a tartaruga da fábula.

    Cavalo sequinho

    Quem se queixa do preço da gasolina ou do diesel e espera preços mais baixos pode tirar seu cavalinho da chuva. Ontem, o petróleo tipo Brent (referência entre os óleos leves, com refino mais barato) passou dos US$ 81, maior valor em quatro anos.

    Recordar é viver

    Não faz muito, em termos históricos, que o barril (153 litros) estava a US$ 40. Uma série de circunstâncias e conflitos geopolíticos causou a alta, que não sei se é exagerada ou apenas prenúncio de novo ciclo de alta.

    Sorte madura

    A ironia é que países produtores hoje falidos saem da UTI e do tubo do oxigênio e respiram por conta própria. Entre eles, a Venezuela. Fôlego para o Maduro não é boa notícia. Mas com petróleo a US$ 100 como já esteve ou mesmo a US$ 40 como não faz muito, é preciso ser muito ruim para não conseguir tornar o país uma potência, caso do Chávez e seu pupilo.

    Magistério eleitoral

    Somam 1.115 os concorrentes a cargos eletivos nestas eleições que usam “professor” ou “professora” na frente do nome, segundo levantamento do Estadão. Um deles usou o apelido eleitoral de Professor Minhoca com slogan “deixa o Minhoca entrar”.

    Primeira impressão

    Assim de relancina, dá a impressão que o professor usou expressão de duplo sentido. Se for esse o caso, azar o dele.

    Os doutores

    Houve época em que a febre era usar “Doutor”, pelo menos aqui no Rio Grande do Sul. Na Câmara Municipal de Porto Alegre, tinha tanto doutor que dava para abrir um pequeno hospital.

    O azarado

    Mas recentemente veio a moda de usar a profissão, motorista, bombeiro, entre outros. Acho que até houve um “gari”, mas não se elegeu.

    Deriva Zero

    O Programa Deriva Zero, do SENAR-RS, chega a Cacequi na quarta-feira, 26 de setembro às 14h. O Programa busca promover a segurança e a eficiência na aplicação de agrotóxicos para reduzir os índices de deriva nas regiões vulneráveis.

    Nas ações de sensibilização, um técnico do SENAR-RS fará palestra em que falará sobre as Boas Práticas no uso da tecnologia de aplicação com o objetivo de contribuir para que a pulverização atinja o alvo com precisão. A atividade será realizada no Sindicato dos Trabalhadores Rurais do município.

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  • Não case por dinheiro, você pode conseguir empréstimo mais barato.

    • Provérbio escocês •

  • Os bailes do Edgar

    Publicado por: • 25 set • Publicado em: A Vida como ela foi

    Meu amigo Edgar Pozzer completou ontem 80 anos. Não faz muito, podia ser admirado no Bar Girassole, na Vieira de Castro, cantando músicas românticas italianas. Nos anos 1960, o Edgar fazia um sucesso tremendo como “crooner” do Conjunto Norberto Baldauf, mas também nas rádios e até na TV Piratini, hoje TVE. Naqueles verdes anos, os clubes sociais promoviam bailes pelo menos uma vez por mês, e o Baldauf era um dos mais requisitados.

    pozzer com Baldauf - anuncio de jornal decada de 60Outra moda eram as reuniões-dançantes, meio termo entre baile a rigor e o dançar ao som de música mecânica ou um pequeno conjunto local, de preferência. Os discos normalmente eram de grandes orquestras nacionais e internacionais e, ora quem, gravações do Edgar Pozzer com o Norberto Baldauf. Confesso que ficava com ciúmes do boa pinta gringo.

    O Edgar foi o cara que mais suspiros por minuto arrancava da mulherada. Era só ouvir as primeiras sílabas do Al Di La – Al di la; del bene piu prezioso, ci sei tu/Al di la; del sogno piu ambizioso, ci sei tu/Al di la; delle cose piu belle/Al di la; delle stelle, ci sei tu – que elas reviravam os olhinhos e punham o queixo nos dedos entrelaçados das mãos, cotovelos na mesa.

    Nessa hora, não adiantava você ser bonitão, ter uma boa lábia ou mesmo ter o amor da lindeza à sua frente se não cantasse ou no mínimo tocasse violão – as mulheres se amarravam em quem soubesse tocá-lo. Não senhores, se o Edgar Pozzer aparecesse lá, num passe de mágica e levantasse um mísero dedinho, elas sairiam correndo e tirando as roupas no caminho.

    Covardia. Bonito, italiano, cantando músicas românticas italianas, o must na época. Qual era nossa chance? Depois dos bailes em que ele cantava, o mulherio continuava em alfa, um estado “zem-vergonha” por assim dizer.

    Não é à toa que “cantada” vem de cantar.

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