• Fronteira com o SUS

    Publicado por: • 9 ago • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    Qualquer abordagem sobre o Brasil, usos & costumes, capacidade de compra, escolaridade, grau de instrução, capacidade de entendimento ou, o mais importante, aquela fatia de brasileiros que o ex-deputado Magalhães Pinto chamava de “o grande diretório nacional” tem que partir do seguinte dado: 160 milhões de brasileiros dependem exclusivamente do SUS. Aí começamos a conversar.

    O GRANDE DIRETÓRIO

    Obviamente que uma parte desses 160 milhões tem condições intelectuais do conhecimento político ou da cultura geral, o que é compensado por outra parcela de pessoas com renda de razoável para cima que entende menos que a turma de menor poder aquisitivo. Só eu conheço dezenas de gente muito bem posta na vida que acha que centurião é um romano com 100 anos de idade ou que macróbio é um micróbio grandalhão.

    ITAÚ DIXIT

    Palavra do ex-diretor do BC e economista-chefe do Itaú Unibanco, Mário Mesquita: a reforma da Previdência foi melhor que a encomenda. Ele prevê uma economia de R$ 1 trilhão em 10 anos somada ao pacote antifraude do INSS.

    PENSAR COM BOTÕES

    Ninguém mais usa a expressão “pensar com meus botões”, mas eu ainda penso. E pensando com meus botões – a maioria é bem humorada – acho que estamos conseguindo algo extraordinário neste País, parar com a sangria das fraudes na Previdência.

    O VENTO LEVA

    Para meu gosto, além da reforma tributária precisamos de uma reforma administrativa, do funcionalismo. Mas a fundo. O Brasil tem suas invencionices, falta gente gabaritada em parte da máquina e sobra gente não gabaritada em outra parte. Sem falar nas corporações. Se sair pelo menos parte, e a economia reagir até o ano da eleição, o Capitão se consagra. Apesar das bobagens ao vento.

    MEU AVOZINHO

    Leio que dobrou o número de passageiros das aéreas que vão e vem de Portugal. É um país interessante. Conseguiu sair da medonha crise melhor que a Grécia, virou destino turístico mundial, é um dos três países do mundo com menores índices de criminalidade e, fazendo jus ao seu passado de grandes navegações, toca o barco do século XXI.

    Onde entra o avozinho? Nos anos 1950, o jornalista Davi Nasser, da Revista O Cruzeiro (um milhão de exemplares), cunhou a frase lapidar que remete ao nosso passado. Escreveu no título do seu editorial “Portugal, meu avozinho”. Eu era guri na época, mas achei o máximo a sacada do Nasser – que era árabe, por sinal.

    DE ONDE VIEMOS?

    Quando os guris veem um piloto de corridas ganhando todas querem ser piloto de corridas no futuro; quando alguém fascinado pelo mar vê os documentários de Jacques-Yves Cousteau, quer ser mergulhador ou submarinista; quando vê a Esquadrilha da Fumaça quer ser piloto. Eu decidi que queria ser jornalista quando lia um texto bem escrito.

    O BRASIL QUE FUNCIONA

    O historiador Voltaire Schilling estará no Instituto Ling, em agosto, ministrando curso sobre as dinastias intelectuais. Em dois encontros, marcados para os dias 13 e 20, às 19h30, o professor falará sobre Maquiavel, Voltaire, Adam Smith e Karl Marx, entre outros pensadores expoentes dos movimentos que constituíram o pensamento contemporâneo. Da transição entre a Idade Média e a Renascença, passando pela Revolução Francesa e, mais tarde, a Revolução Industrial, Schilling mostrará os principais fundamentos de cada uma das marcadas correntes – humanismo, iluminismo, liberalismo e socialismo

    Mais info: www.institutoling.org.br.

    LEIS E TRIBUNAIS

    O Instituto dos Advogados do RS (IARGS) está promovendo três eventos na semana que vem.

    • Dia 13 de agosto, terça-feira, no Grupo de Estudos de Direito de Família, às 12h, no quarto andar do IARGS  / Palestrante: Advogada Daniela Eppinghaus Cirne Lima Sfoggia / Tema: A Nova Lei de Proteção de Dados. O fim dos termos de uso que ninguém lê
    • Dia 14, no Grupo de Estudos de Direito Tributário, às 12h, no quinto andar do IARGS  / Palestrante: Advogado tributarista André Ibañez / Tema: Os meios alternativos de cobrança do crédito tributário e os direitos do contribuinte: “as sanções políticas se tornaram constitucionais?”
    • Dia 16, sexta-feira, VI Simpósio de Processo Civil, das 9h às 18h, no auditório Cubo da ESA-OAB/RS  / Tema geral: Inteligência Artificial e o Processo – O Futuro dos Tribunais.

    Inscrições: portaldoaluno.oabrs.org.br. Mais informações no telefone: (51) 3224-5788.

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  • Ninguém é igual a ninguém. Todo o ser humano é um estranho ímpar.

    • Carlos Drummond de Andrade •

  • A culpa foi da calcinha

    Publicado por: • 8 ago • Publicado em: A Vida como ela foi

    Nos tempos do telefone fixo de disco, o serviço era uma droga na maior parte do tempo. Conversas cruzadas eram comuns, você ouvia sem querer ou sem querer querendo até casais trocando juras de amor e promessas dessa ou daquela posição na cama, não necessariamente nesta ordem. Em empresas, às vezes o sistema PABX ficava sobrecarregado, então durava uma eternidade até conseguir linha. O mais exasperante depois dessa demora toda era o número discado dar sinal de ocupado.

    Quando eu era bancário, uma das minhas funções era ligar para quem não pagou seu papagaio. Tinha suas manhas, e, recém-chegado a Porto Alegre, tive como instrutor um sujeito fantástico chamado Dalmir. O cara era um pândego. Quanto não tinha alguém perto para aprontar, aprontava ele mesmo. Era especialista em imitar políticos ou colegas de trabalho. No treinamento, eu ficava ouvindo a conversa com a orelha perto da orelha dele. E aí veio uma linha cruzada daquelas, conversa de namorados.

    – Tu me amas?

    – De paixão, benhê.

    – Tô louquinho pra te ver. Posso ir aí?

    – Tá…mas cuidado. Minha mãe marca de cima. Tem que ser no maior respeito.

    Foi aí que o Dalmir entrou na conversa imitando perfeitamente a voz do namorado.

    – Mas me espera sem calcinha, tá? Nuinha, só aquele vestidinho por cima…

    E ficou quieto. Dali em diante, houve um silêncio estupefato do casal.

    – Podemos ir para a cozinha, quero passar a mão nessas pernas…

    Os dois falaram ao mesmo tempo.

    – O quê? Mas que é isso meu bem?

    – Mas eu não falei nada, não sei como alguém entrou na conversa.

    O cara deve estar dando explicação até hoje.

    Imagem: Freepik

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  • O churrasco do seu Clóvis

    Publicado por: • 8 ago • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    Vocês que se queixam do hedonismo norte-americano olhem e volta. Só esta área da megaloja da Tramontina, de Carlos Barbosa (RS), oferece 600 – eu disse seiscentos – itens para churrasco, aí entendido como facas, espetos, grelhas, bancadas, garfos de trinchar e um sem-número de utilidades para quem gosta de fazer um bom assado, como se diz na Fronteira. E vende como pão quente essa loja da empresa comandada pelo seu Clóvis Tramontina, um prodígio. Sua empresa opera mundo afora e até em Dubai.

    PROFISSÃO CHURASQUEIRO

    Deus me livre e guarde de ser churrasqueiro. É trabalho à beça, não se enganem. Tem que gostar. Essa gente come só pelo cheiro. Uma lasquinha aqui, outra acolá, sabem como é. O santo protetor dos churrasqueiros é um copo de caipirinha colocada nem tão longe do fogo que pareça estar em cidade vizinha e nem tão perto que entre em ebulição. De preferência um pouco escondida, caso a perpétua patroa chegue com “mas outra de novo?” Algumas mulheres de churrasqueiros são uma espécie de fiscais do Ibama.

    O CÍRCULO DE FOGO

    Havia um churrasqueiro do bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre, tão bom que era requisitado pela vizinhança ou amigos para assar aquele churrasco. Para evitar palpiteiro, ele sempre levava uma corrente de bom tamanho e cercava o sagrado território entre a churrasqueira até uns bons dois a três metros. Se por acaso alguém pulasse a corrente ele a recolhia junto com espetos e ia embora, deixando o peru na mão. Tolerância zero.

    AREIA MOVEDIÇA

    A respeito da MP do Capitão sobre publicidade legal nos jornais impressos: ao dar o troco para os grandes jornais, como ele falou, esqueceu que pequenos jornais do Interior, que inclusive o apoiaram, sofrerão o impacto maior. Mas admito, é um terreno pantanoso. Por um lado, temos a questão da transparência para o leitor; de outro, mostra que a imprensa não prescinde desse tipo de publicidade “oficial”, digamos assim.

    DO LAR

    Saiu uma pesquisa Datafolha mostrando que as mulheres donas de casa que eram 19% do universo feminino agora são apenas 7%. Lembram do tempo em que as mulheres preenchiam o campo da profissão com “do lar”? Nenhuma surpresa. Mulher trabalha fora para complementar renda ou para ter a sua própria. Ou simplesmente porque não quer ser dona de casa. Certas elas.

    PARA CIMA E PARA OS LADOS

    Porém, e sem entrar no mérito, sempre há algum efeito colateral principalmente nas famílias de baixa renda. Trabalhar fora não deixa tempo para cozinhar. Então a criançada come o que mais tem: a chamada comidinha porcaria. Daí a obesidade precoce.

    A QUEDA DOS BUTIÁS

    Crianças obesas são uma realidade no Brasil, e aumentando. Idem adolescentes. Outro dia me peguei estranhando fotos de grupos de homens na clássica pose praiana nos anos 1950 e 1960, pés na água do mar. Olhei várias e tinha alguma coisa errado, mas eu não atinava o que poderia ser.

    Casualmente me deparei com fotos semelhantes, na mesma posse, mas desta vez imagens de agora. Aí me caíram duas coisas: os butiás do bolso e a ficha. Nas fotos antigas, era muito difícil ver alguém acima do peso ou obeso. Nas atuais é exatamente o contrário, a exceção é ver magros e magras.

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  • De churrasqueiro e de louco todo mundo tem um pouco.

    • Ditado popular •