As tribos de Porto Alegre
Até o início dos anos 1970, o carnaval de rua de Porto Alegre tinha a abrilhantá-lo as tribos, grupos cuja fantasias, não raro, eram estereotipadas, quase sempre à base de penas e cocares. Mas o povo adorava ver Comanches, Tapuias, Navajos, Tupis, Guaianazes, Caetés e Bororós entre outros.
NA PASSARELA
O desfile das escolas de samba, blocos e tribos, nos anos 1960, era feito na Borges de Medeiros, com entrada na Joao Alfredo e dispersão na altura do edifício Guaspari, hoje lojas Lebes. No início dos anos 1970, a festa foi na João Pessoa, defronte à Redenção. Uma reta grande, apropriada para eventos dessa natureza.
CACIQUE A RIGOR
Os sambas-enredo sempre tinham temática indígena e quase nada a ver com samba. Aliás, nem hoje tem aqui ou no Rio de Janeiro, é mais marcha-rancho que outra coisa. Em meados da década de 1970, a vencedora foi uma com nome de tribo norte-americana, cujo enredo era a Ascenção e Queda do Império Inca. O refrão era cantado em tupi guarani. E o emocionado cacique recebeu o troféu vestido de terno branco e gravata.
RECADO FINAL
O combinado era que o presidente da escola de samba ou o cacique, no caso das tribos, pegasse o troféu das mãos do prefeito assim que ele passasse em frente do palanque oficial. Só que o cacique da tribo vencedora desrespeitou o script. Arrancou o microfone das mãos do apresentar oficial, o Ayrton “Camelo” Fagundes, e, com a voz embargada pela emoção deu seu recado de forma cadenciada.
– Cacique-agradece-homem- branco-honroso- troféu.
PENSAMENTO DO DIAS
Eu gosto de pular Carnaval. Pular fora dele.